Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

-   Alfonso. - Um sussurro fantasmagórico, porém sexy,
percorreu sua espinha. - Alfonso.

Foi preciso um momento para reunir a voz, o monitor no quarto do bebê, a mulher... ou melhor, o anjo... o panorama do outro lado do corredor.

Para responder ao chamado, não precisaria ir além da porta do quarto do bebê. Mas então ela sorriu, não aquele sorriso forçado e frio, mas o outro, autêntico e envolvente, e Alfonso descobriu-se parado ao lado do berço, sentindo o aroma da flanela macia.

-   Só estava testando o equipamento - ela murmurou aliviada. - Queria ter certeza de que ouviria qualquer ruído neste quarto, por menor que fosse. - No silêncio que se seguiu, o som da respiração profunda do bebê era como um mantra. Um dos dedos de Anahí tocou os cabelos finos e macios e, como se ainda não pudesse afastar-se, ela ajeitou o cobertor sobre o corpo adormecido.

Algo se formou na garganta de Alfonso. Tentou engolir, talvez tossir, mas a única solução que encontrou foi afastar-se devagar.

-Você está bem? - A voz preocupada chamou sua aten­ção, e ele se virou a tempo de vê-la erguer a mão para bater em suas costas. Por isso tossiu novamente e deu um passo à frente, fugindo do contato com os dedos que não tinham nada de especial.

-Estou - respondeu, pronto para voltar à relativa se­gurança de sua suite.

A mão o deteve novamente. Apenas dois dedos sobre seu braço e um movimento de cabeça na direção do cavalo de madeira.

-   Adorei aquele brinquedo. Como costumava chamá-lo?
Alfonso relaxou. Pensando bem, o cavalo era um assunto seguro e o quarto de Poncho era território neutro, muito melhor que o ambiente quase claustrofóbico de seus apo­sentos. Respirando fundo, tentou manter a voz baixa e firme.

-Eu o chamava de Blackie. Mas antes disso Jack o chamou de Challenger, e Josie decidiu que ele seria Beauty.

-Foi um presente de seu avô?

-Não. Jack ganhou o cavalo de nossos pais. Depois, cada um de nós teve sua vez de brincar com ele. Blackie foi um excelente touro de rodeio.

Anahí riu.

-Posso imaginar. Como sua mãe lidava com suas travessuras?

-Ela nem teve oportunidade de vê-las. Meus pais mor­reram quando eu ainda era um bebê.

Ela o tocou novamente. Pele nua contra pele nua. Dedos contra o dorso da mão.

-   Sinto muito.

Alfonso afastou-se devagar, tentando interromper o con­tato mas temendo sentir falta dele.

-Não lamente por mim. Tive meu avô, Jack e Josie. Houve um momento de silêncio.

-Como se sente por tê-lo perdido? - Anahí perguntou. Jack, quero dizer.

Alfonso sentiu um arrepio gelado. Não queria pensar em Jack. Nem na falta que sentia dele. Seu avô chorava a morte do neto por toda a família.

-   Furioso - disparou.

E arrependeu-se em seguida. Não que as palavras não fossem verdadeiras... mas por que dizê-las? Era um espe­cialista em manter a calma e o controle, e preferia perma­necer assim.

-   Por que está zangado com Jack?

Sabia que ela persistiria, pensou aborrecido. Anahí era o tipo de mulher que o levava a pensar em coisas que preferia manter enterradas em um canto escuro da mente.

-Não quero falar sobre isso - respondeu, afastando-se dela para sair do quarto. - Vou dormir.

-Eu também - Anahí respondeu determinada, seguin-do-o de perto.

-Quero... - Droga! Queria ficar sozinho, mas teriam de passar a noite juntos num falso leito nupcial.