Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

No quarto, fechou a porta assim que ela entrou e apagou a luz, porque não queria mostrar o rosto. Na escuridão do quarto, podia discernir o contorno do corpo feminino sob as cobertas. Despiu a camisa e a calça jeans e, vestindo apenas um calção, deitou-se do outro lado.

Ajeitou o travesseiro e acomodou-se de costas. Anahí mantinha-se silenciosa e imóvel como um manequim.

A irritação não descera pelo ralo com a pasta de dente. E o desconforto óbvio que ela experimentava em sua cama só incendiava a ira.

-Não vou atacá-la.

-Não é isso que me incomoda - ela respondeu com tom calmo. - Alice sempre disse que não se deve ir para a cama zangado. E eu lhe devo um pedido de desculpas, Alfonso.

Oh, não! Ela entendera tudo errado, mas não estava pre­parado para admitir a verdade.

-Quem é essa Alice, afinal?

-Uma das mulheres que criavam as meninas no Lar Thurston. Ela era responsável por todos os cuidados diários as garotas da minha faixa etária, e certamente teria censurado por ter feito perguntas sobre um assunto tão intimo e delicado. O que você sente por seu irmão não é da minha conta. Desculpe-me, está bem?

__ Você é minha esposa. - Não sabia por que havia mencionado esse detalhe. Ou por que não simplificara a questão concordando com ela. Alimentar a raiva teria sido uma reação muito mais segura.

__ Temporariamente.

Como se precisasse de ajuda para se lembrar disso.

-É que... - Anahí não terminou.

-Vá em frente. - A conversa a ajudava a relaxar. E sabia que não conseguiria dormir se ela se mantivesse tensa como uma tábua a seu lado.

-É que eu também perdi pessoas queridas, Alfonso. Não conheci meus pais como você conheceu Jack, mas fiquei triste. E zangada. Achei que gostaria de falar sobre o assunto.

O que gostaria era de evitar o assunto. Mas Alfonso suspirou.

-Inferno - resmungou. Era exatamente onde se sentia. - Sou um cretino de cabeça quente: Deveria estar pedindo desculpas a você.

-Aceito o pedido se você aceitar o meu.

-Combinado.

Sem a raiva, o quarto continha apenas o som de sua res­piração e o perfume de seu corpo. Alfonso fechou os olhos e tentou pensar nos últimos detalhes de sua saida da Oil Works. No dia seguinte começaria a trabalhar apenas meio expediente e passaria a outra metade do dia com Elijah.

O calor do corpo de Anahí começava a atingir sua metade da cama.

Não havia nada de especial nisso.

-   Acha que vou mesmo ouvir o choro de Poncho se ele precisar de mim? - O hálito morno tocou sua pele como mãos de fada.

Ele engoliu em seco.

-Você sabe que eu a escutei muito bem.

-E verdade.

Alguns minutos depois ela dormia profundamente.