Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

No quarto que havia escolhido para ela e Poncho, Anahí terminou de desfazer as malas e guardar as roupas do filho na cômoda recentemente limpa. As sacolas de papel haviam sido úteis mais depressa do que suspeitara.

Ela e Alfonso haviam levado tudo que possuíam no início da manhã. Evelyn protestara ao vê-los deixando a mansão, mas depois sorrira com ar compreensivo e ajudara com as malas.

A governanta sugerira que levassem uma das empregadas para ajudar na faxina da casa do rancho, fechada há meses, mas Anahí recusara a sugestão. Havia aceito os produtos de limpeza, no entanto, e passara horas seguida limpando a casa modesta de um andar e dois dormitórios. Enquanto esfregava e lavava, esperava poder apagar o embaraço.

Era óbvio que Alfonso optara pela mudança apressada para evitar outra noite a seu lado na cama.

A culpa era toda dela.

Para uma mulher que jamais havia dormido ao lado de um homem, tivera o sono mais reparador de toda sua vida. A presença de Alfonso, os braços dele em torno de seu corpo, haviam proporcionado conforto e paz. Era compreen­sível que o pobre homem houvesse fugido assustado, e sem outra opção se não levá-la junto, para a casa do rancho.

Talvez pensasse que estava confortável demais a seu lado. Primeiro tentara invadir o terreno de suas emoções fazendo perguntas sobre a morte do irmão, e depois tentara abrir caminho para um abraço aconchegante e íntimo.

Deus, faça com que ele não interprete as coisas dessa maneira!

Mas Alfonso era sempre tão calmo e controlado, tão rá­pido com as respostas, que a fuga repentina para o rancho a surpreendera. Sabia que ele não considerava essa possibilidade. Sabia que havia sido uma reação impulsiva pro­vocada pela noite que passaram juntos.

No berço, Poncho protestou impaciente. Anahí pegou-o e encostou o rosto na cabeça pequena e delicada. O cheiro doce e o calor do corpo delicado sempre tiveram o poder de acalmar as dores que atormentavam seu coração.

Mas dessa vez foi diferente.

O amor pelo bebê era forte como antes, talvez maior que antes, mas ainda sentia um vazio, um sentimento incômodo relacionado a Alfonso. Constrangimento. Culpa por tê-lo praticamente obrigado a deixar o conforto de sua casa.

Sim, era isso.

- Como vamos compensar tamanha perda? - perguntou ao bebê. - Já sei. Talvez possamos fazer alguma coisa pela casa.

Apesar de limpa, a residência tinha o ar utilitário e im­pessoal de uma barraca. Sabia que não era a verdadeira esposa de Alfonso, mas podia transformar o lugar em um lar para ele.

Alfonso não podia ser culpado por não tê-la visto como mulher... exceto naquele breve instante à mesa do café da manhã, quando dissera que as coisas poderiam dar certo entre eles. Evidentemente, não era seu tipo e o deixara constrangido com aquela atitude impertinente de aninhar-se em seus braços.

Sim, estava decidido. Tentaria compensá-lo acrescentan­do algum conforto à casa. Com um pouco de cera e uma medida de sorte, talvez ele esquecesse as horas que passara em sua cama.