Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Constrangido, Alfonso sentou-se em uma das cadeiras da recepção e abriu um exemplar da Sports Illustrated.

—  Estou esperando alguém — disse. — Quero estar por perto, caso ela necessite de alguma coisa. — Ou até recu­perar a sensatez e voltar para casa, onde era seu lugar.

Segundos mais tarde, uma mulher num avental imacu­lado surgiu de uma porta e apontou na direção de Alfonso.

—  Ah, aí está você! — exclamou a enfermeira.

O instinto de luta e sobrevivência fez com que ele se levantasse de um salto.

—Está falando comigo?

—Um homem de fraque! Disseram que ela havia sido trazida por um homem vestindo um fraque.

Sem parar para respirar, a enfermeira agarrou-o pelo pulso e puxou-o para um corredor lateral com portas amplas dos dois lados. De repente a voz estridente transformou-se

em um sussurro.

—Lamento arruinar sua noite, querido, mas estamos indo para uma sala de parto onde você logo se tornara pai.

—Mas...

Antes que pudesse explicar-se, a enfermeira o empurrou para uma sala dominada pela penumbra. A música suave contribuía para a tranquilidade que reinava no ambiente.

—  Anahí, veja só quem encontrei! — ela anunciou para a mulher deitada na cama.

Aparentemente aquecida, mas tão delicada quanto antes, a jovem grávida solitária não respondeu. Alfonso notou que as mãos sobre o cobertor permaneciam cerradas. Mais uma contração. Queria mover-se... para a frente, para fora, para qualquer lugar, mas a enfermeira continuava segurando seu braço.

Depois de um momento Anahí relaxou e olhou em sua direção. Uma mecha de cabelos claros caía sobre a testa ensopada de suor.

Alfonso encarou-a e sentiu algo estranho, uma espécie de calor que brotava da nuca e se espalhava por todo o corpo. Que diabos estva acontecendo aqui? Apesar da camisola e do cobertor esconderem o corpo feminino, algo no ambiente hospitalar e no equipamento médico faziam-no sentir que havia invadido a privacidade da desconhecida.

Sorrindo, tentou esconder o mal-estar.

—  Creio que é melhor...

A enfermeira cravou as unhas em seu braço.

—  Preciso ir verificar como está outra paciente, meu rapaz. E você não vai sair daqui enquanto eu não voltar. — A porta se fechou com um clique metálico definitivo e assustador.

Alfonso sorriu mais uma vez e apontou para a porta.

—  Parece que está havendo um mal-entendido...

O sorriso com que ela respondeu foi doce, ainda mais envolvente que aquele que ele tentava esquecer.

—Desculpe. Parece que estão pensando...

—Não se preocupe com isso. — E começou a caminhar para a porta. A jovem estava em boas mãos. Era hora de voltar para sua solitária contagem regressiva de Ano-Novo... o que devia ter feito há muito tempo, logo depois de tê-la deixado na entrada da emergência.

—  Eu... bem... — Abriu a porta e preparou-se para escapar.