Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

A tarde permitiu todo o tipo de pensamentos e arrependimentos. Se Alfonso pudesse ter ido para casa naquele momento... Mas ele e Elijah tinham uma reunião com o gerente do banco naquela tarde. Fora deixada na porta da padaria com um beijo rápido. Anahí fechou os olhos e lembrou as mãos quentes em seu rosto, o sabor provocante dos lábios.

-   Chegarei cedo em casa - ele havia prometido num sussurro rouco.

Mas seria cedo o bastante? Anahí banhou Poncho na ba­nheira sobre o balcão da cozinha e tentou acalmar-se. Com Alfonso por perto, os olhos escuros seguindo seus movi­mentos, as mãos provocando arrepios em sua pele, era fácil ignorar as preocupações.

Mas uma vez sozinha...

-   Poncho, acha que mamãe está agindo corretamente?
Ele a encarou com seriedade. Anahí suspirou. Sabia que não estava agindo da maneira mais acertada. Poncho era uma lembrança viva de como já havia errado com relação ao sexo oposto.

Uma mulher não devia entregar-se a um homem somente para preencher um coração vazio.

-   Será que não aprendi nada?

Enxugou o bebê e segurou-o junto ao peito. Mas seu co­ração não estava vazio. Poncho estava ali. O instinto ma­ternal superava todos os sentimentos diante de um simples sorriso do bebê. Anahí constatou que não era mais a mulher  solitária que um dia conhecera o pai de Poncho no campus. A mulher solitária que saíra de Los Angeles levando no ventre um filho que só ela queria.

Solidão!

Anahí levou a mão à boca num gesto perplexo. Pensara no conceito duas vezes sem sentir o menor temor. A emoção  que se recusava a reconhecer, que sempre temera... havia  desaparecido.

Poncho a destruíra. Beijou a cabeça do filho e sorriu.

-   Oh, meu querido...
Alfonso.

Era impossível negar a realidade. Não que Poncho não fosse o ser mais querido e precioso de sua vida, mas a solidão se tornara uma dor pungente e poderosa que só um homem poderia ter destruído.

Alfonso.

Arrepios consecutivos percorriam seu corpo.

O pânico a impedia de respirar.

Apesar de todas as experiências, das calosidades, estava apaixonada por ele.

-   Oh, não! - Lágrimas corriam por seu rosto e ela teve de enxugá-las com um canto da toalha de Poncho. - Temos de ir embora, meu filho.

A ideia a encheu de energia. Iriam para qualquer lugar longe dali. Alfonso não perderia muito tempo procurando por eles, se é que teria o trabalho de começar a procurá-los. Encontraria alguma outra mulher, alguém que não fosse frágil como o cristal. Alguém que não estivesse dominada por uma emoção tão nova e dolorosa, tão ameaçadora. En­contraria alguém que não estivesse descobrindo o amor pela primeira vez.