Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Correu para o quarto. Passava das cinco da tarde e­ Alfonso  poderia chegar a qualquer momento. Apressada, ves­tiu o bebê e deixou-o no berço. Depois tirou do armário a velha valise. Uma das sacolas de papel estava amassada e ela tentou alisá-la com gestos nervosos.

primeiro guardou as roupas de Poncho. Depois, preocupada com os minutos que passavam depressa, vestiu o ca­co e preparou a sacola de fraldas. Quem se incomodava com as próprias roupas quando levava no peito um coração em frangalhos?

Tremendo, pendurou a valise em um ombro e correu até a cozinha para pegar as chaves do carro. Jogaria a bagagem no porta-malas, ligaria o aquecedor e voltaria para buscar o bebê.

Abriu a porta para sair... e colidiu com Alfonso. Os braços fortes a enlaçaram. Anahí esperou ouvir o som do coração se partindo. Ele riu.

-   Se fosse um pouco maior, poderia ter me nocauteado. - As mãos estavam sobre seus ombros, e ele recuara um passo. - Estava ansiosa para me ver?

Diga a ele que mudou de ideia. Alfonso entenderia. Diria que não queria ir para a cama com ele. Abriu a boca. Mas as palavras se recusavam a passar pela garganta.

-   Esteve chorando - ele deduziu.

O instinto aperfeiçoado durante os anos que passara no orfanato assumiu o comando. Jamais deixe alguém perceber sua dor.

-   Não!

As mãos pesavam sobre seus ombros.

-   Machucou-se? Cortou um dedo? Tropeçou em algum lugar? Por que está chorando?

-  Por nada. - Não podia ter pensado em resposta pior.
Alfonso fechou a porta. Anahí concentrou-se em um ponto qualquer acima de seu ombro esquerdo. Tentou pensar em como sairia de casa com o filho às seis da tarde, justamente na noite em que prometera ir para a cama com o marido. Na noite com que havia sonhado durante tanto tempo.

-  Anahí... está indo embora? Vai me deixar?

Não podia dizer que sim. Não queria. Só sabia que devia...

-  Anahí, o que foi?

Muda, ela balançou a cabeça. Se manifestasse seus receios, eles poderiam dominá-la. Se os ignorasse e não permitisse que crescessem, então talvez pudesse resistir ao poder do medo.

-Está com medo - ele concluiu, como se pudesse ler seus pensamentos.

-Estou. - A palavra soou fraca e ela deixou cair os ombros, como se de repente estivesse vazia. - Desculpe-me mas... sim, estou com medo.

Alfonso sorriu.

-   Já havia admitido isso antes. Uma vez.

A lembrança invadiu sua consciência. Não havia lembra­do o episódio até aquele momento. Na noite em que dera à luz Poncho, havia dito a Alfonso que estava com medo. Talvez algum instinto o houvesse reconhecido como o homem que mudaria sua vida. Se para melhor ou pior... bem, pre­feria não pensar nisso.