Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Joseph os fazia esperar. Alfonso mudou de posição no sofá da pequena sala de estar.

-  É uma tática - disse. - Chegar tarde o coloca na posição de quem detém o poder.

Anahí exibia um sereno sorriso maternal e embalava Poncho na cadeira de balanço. Alfonso levantou-se do sofá.

-  Sei que é uma tática. Eu mesmo a utilizei por diversas
vezes, e mesmo assim estou perturbado.

Anahí não parou de balançar.

-  Já pensou que ele pode ter simplesmente atrasado? O homem passou um mês fora da cidade. Deve ter muito o que fazer.

Alfonso encarou-a irritado.

-   Ele vai devorá-la. E sem mastigar!
O sorriso permaneceu imutável.

Ele gemeu.

-  Não está entendendo. Meu avô está procurando uma brecha, uma pequena fissura. Vai ser preciso muito empenho para convencermos o velho sobre o nosso casamento.

Os olhos encontraram os dele. O azul intenso era como uma luz em seu rosto.

-  O que há de irreal no nosso casamento, Alfonso? Que parte dele terá de ser representada?

O olhar e as palavras o mandaram de volta ao sofá. O que havia de irreal no casamento? Na noite anterior, fora praticamente atropelado pela realidade de Anahí em sua cama.

Devia estar grato ao avô, em vez de sentir-se tão zangado. A inspeção do velho seria a última etapa para a liberação do fundo. Assim que tivesse o dinheiro, não precisaria mais do casamento.

Anahí e Poncho poderiam começar uma nova vida com mais segurança e conforto. E ele recuperaria a identidade de playboy.

Anahí encontraria outro homem com quem pudesse se ca­sar de verdade.

O que havia de irreal no casamento?

-Droga, odeio tudo isso! - disse em voz alta. Anahí levantou as sobrancelhas.

-A espera?

-E claro que é a espera. O que mais poderia ser?

-   É claro. A luz da manhã o transformou realmente no Lobo Mau.

Alfonso não pôde evitar um sorriso. A lembrança da noite anterior era tão doce e tão envolvente que não podia con-ter-se. Descobriu-se longe do sofá mais uma vez, ajoelhado, ajoelhado aos pés dela. Com as mãos nos braços da cadeira, deteve o movimento.

-   Anahí...

O que ia dizer? Devia agradecer pela noite de amor? Ou implorar pela repetição da experiência? Devia fazer outra promessa como a da noite anterior e dizer que ela deter­minaria o momento de pararem?

O que seria mais justo? O que seria correto? O que podia fazer, se esperava ansioso pela aprovação do avô a fim de pôr um ponto final no casamento?

-   Entende por que estamos aqui, não é? - A voz não soava tão firme.

Ela respondeu com um movimento afirmativo de cabeça.

-Um homem deve recuperar o controle de sua compa­nhia. Outro homem precisa se livrar desse controle.

-E da família. - Alfonso acrescentou. - Das respon­sabilidades. - E depois obrigou-se a dizer: - E você tam­bém deve recuperar sua liberdade.

Ela apertou os olhos. Teria imaginado aquela sombra de dor em seu rosto? Mas nunca fizera promessas de amor eterno.

- Anahí...

As batidas na porta da frente o interromperam. Os dois trocaram um olhar preocupado. Alfonso respirou fundo e levantou-se. Anahí o imitou.

-  Fique aqui - disse. - Deixe-me ir abrir a porta.