Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

O corpo pulou sobre o colchão e ele acordou assustado com o sonho de estar caindo num buraco profundo, uma

experiência que se repetia sempre depois do primeiro sono profundo. Anahí levantou a cabeça de seu peito e, devagar, deitou-se de costas a seu lado. Sua voz era quieta, determinada, um pouco rouca.

-      Poncho e eu iremos embora amanhã.

Alfonso sentiu o coração caindo, como no sonho que aca­bara de ter.

Anahí prendeu o fôlego enquanto ele se virava para acen­der o abajur. Seu rosto era tenso, duro.

-      O quê?

-      Vamos embora amanhã.
Ele balançou a cabeça.

-      Eu a toquei - disse, como se isso significasse que ela não poderia partir.

Anahí não protestou. Sem dúvida ele a tocara. Atração, desejo, nunca representara um problema para eles. Não devia ter feito amor com Alfonso, mas ele a procurara com aquele fogo nos olhos, e não resistira ao ímpeto de sentir o sabor de seus lábios pela última vez antes de deixá-lo.

-      Você e Poncho não vão sair daqui. Ainda somos ca­
sados. E continuaremos sendo.

Estava habituado a obter tudo que queria e como queria. Isso era evidente. Mas Anahí precisava demonstrar a mesma força de vontade. Fora da cama, tentou não ruborizar en­quanto procurava alguma coisa para vestir. O robe de Alfonso estava pendurado atrás da porta do banheiro, e ela foi buscá-lo para cobrir-se antes de encará-lo novamente.

-Você não nos quer. Esse casamento só foi criado para livrá-lo de suas responsabilidades.

-Isso foi antes.

Seria possível que ele a amasse?

-Antes do quê?

-Você e Poncho precisam das coisas que eu posso ofe­recer. Segurança. Josie e meu avô. E você quer essas coisas.

-Mas você não.

Ele encolheu os ombros.

-   Vamos permanecer casados.

Anahí queria gritar de raiva e frustração.

-   Alfonso, alguém já lhe disse que é impossível carregar duas melancias com um só braço?

Ele gemeu.

-Por favor, não comece. Estou cansado. E irritado, tam­bém. Não me obrigue a pensar.

-Só quero dizer que ninguém pode desejar duas coisas opostas. Vive dizendo que quer se livrar de suas responsabilidades, e agora insiste em assumir outra?

Ele se sentou de um salto.

-Acha que estou sendo irresponsável por desejar sair da Oil Works?

-Não. Sim. Não sei. - Anahí foi sentar-se na beirada da cama.

Alfonso esmurrou o travesseiro.

-   Não sabe!

Sabia que gostaria de livrá-lo da raiva. Abrir o punho cerrado e beijar a palma da mão que antes a acariciara.

-   Desabafe, Alfonso - sugeriu.

-Jack morreu. Ela engoliu em seco.

-Eu sei.

-   E claro que sabe. Não estaríamos aqui, não teríamos
feito nada do que fizemos se Jack não houvesse morrido.

Um momento de silêncio se passou antes que ele voltasse a falar.

-   Nunca quis trabalhar na companhia de petróleo. Nunca. Mas Jack dizia que a experiência seria proveitosa, e prometeu me apoiar quando eu quisesse sair de lá.

-   Não assumiu o cargo na empresa por causa de seu avô?
Ele suspirou.

-   Sim, por isso também. Os dois me convenceram a fazer uma tentativa.