Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Era típico de Alfonso. Fazer uma tentativa pela qual não tinha nenhum interesse só porque alguém precisava dele. Permanecer casado com uma mulher que não amava só porque ela precisava de segurança e apoio.

-   Mas agora?
Ele a encarou.

-Por que não posso abandonar os negócios? Por que não? Josie saiu de casa. Jack se foi. E quando ele morreu, percebi que não poderia mais contar com a ajuda que meu irmão havia prometido.

-Quer montar aquele rancho com Elijah, não é?

-Sim, eu quero. E meu avô precisa estar no comando da Oil Works, embora se recuse a admitir essa necessidade.

-Voltamos à questão da necessidade. Alfonso faz aquilo de que todos necessitam.

-E você entendeu tudo errado. Pela primeira vez estou fazendo exatamente aquilo que quero fazer. Quando Jack mor­reu, me dei conta de que era hora de viver a minha vida.

-Sem deixar de encontrar uma maneira de ajudar seu avô - Anahí lembrou.

Alfonso olhou para o teto.

-Você fala como se eu fosse um escoteiro. Devia conversar com Elijah. Ele pode contar sobre o tipo de insígnias que recebi.

-Por que você mesmo não conta?

-Sou o solteiro mais famoso de Freemont Springs. Não pode imaginar?

Anahí fechou os olhos e respirou fundo. Pensar nele com outras mulheres era doloroso demais. Mas não podia fugir do desafio.

-Então colecionou experiências - arriscou.

-Não como está imaginando. Um escoteiro não pode ser estúpido. Nunca me comprometi com ninguém antes. Nunca desejei criar laços.

O coração de Anahí começou a bater mais depressa. Por que Alfonso queria continuar casado com ela? Qual era a diferença entre a experiência que viviam e todas as outras que ele tivera no passado? Talvez a amasse. Seria isso que ele pretendia dizer?

Foi preciso engolir em seco duas vezes antes de sentir-se capaz de falar.

-Alfonso...

-Mas agora tudo mudou. As coisas são diferentes - ele a interrompeu, os olhos fixos nas mãos cerradas sobre os joelhos. - Agora existe Sabrina. E você.

-Sabrina? - Anahí repetiu assustada. - Pensei que não soubesse quem é ela.

-Não sabemos. - E encarou-a. - E é esse o grande problema. Não vou deixar que repita os erros que aquela mulher está cometendo.

-Não entendi.

-Não vou fazer com você o que Jack fez com Sabrina. Ele abandonou o filho e uma mulher que gostava dele. Isso não vai acontecer novamente.

A voz de Anahí soou fraca.

-Poncho não é seu filho.

-Hoje eu o reclamei como meu filho. E ele tem meu nome.

-Seu primeiro nome - ela corrigiu, incapaz de conter um sorriso de ternura.

-Vou adotá-lo.

O homem tinha todas as respostas. Como em todas as outras ocasiões, a confiança de Alfonso quase a fez perder o senso de realidade.

-E... - Respirou fundo para reunir coragem. - E quan­to ao amor?

-O que tem ele?

-Você não...

-Não acredito no amor.

-Não? - Anahí cruzou os braços para esconder o tremor das mãos.

-Ouviu quando Elijah me chamou de playboy. Para ser honesto, tenho me relacionado com as mulheres há muito tempo. Se existisse esse sentimento que chamam de amor, não acha que eu já o teria descoberto?

A pergunta era o retrato do homem que a formulava. Razoável. Segura. Direta. E difícil de contestar.

-Mas...

-Sim, ouvi você dizer a meu avô que me ama. Pode dar o nome que quiser ao que sente por mim.

-Mas eu a...

-   Não precisa dizer. Não é isso que eu quero de você.
E era por isso que tinha de ir embora. Resignada, apesar

da tristeza, desviou os olhos do rosto de traços marcantes e respirou fundo.

-   E uma pena, Alfonso, porque isso é tudo que tenho para oferecer.