Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Anahí Masterson segurava o filho junto ao pei­to e emanava alegria. Pousando os lábios sobre a pequena cabeça do recém-nascido ela olhou pela janela para o sol matinal.

—   Um novo ano é um recomeço — sussurrou.

Alice Dobson, a mulher que a criara, pronunciara as mes­mas palavras no primeiro dia de todos os anos e ainda devia dizê-las. Embora Anahí só houvesse trocado algumas cartas com Alice desde que deixara o Lar Thurston para Meninas cinco anos atrás, nunca esquecera os ensinamentos que aprendera com a mulher mais velha.

—   E também não vou deixá-lo esquecer as lições — disse ao bebê. — Transmitirei a você tudo que aprendi.

O que não era muito, admitiu. O menino franziu a testa enquanto dormia. Ela sorriu e tentou apagar a pequena ruga com a ponta do indicador.

—   Não se preocupe, bebê. Mamãe está ficando mais es­perta a cada dia.

Suspirando, lamentou não ter sido tão sábia meses antes. Talvez então houvesse percebido que Evan não era o tipo de homem capaz de amá-la eternamente... se é que um dia a amara.

—   Mas então eu não teria você — disse, traçando o contorno da pequenina orelha com um dedo. Nada a faria lamentar a existência do filho.

Com um mínimo de esforço, conseguiu descer da cama e colocar o filho no berço. Tinha coisas mais importantes para desejar. Com a chegada do bebê quase um mês antes da data prevista, dispunha de uma quantia menor do que havia planejado. E também devia estar procurando um apar­tamento novo e barato. Bea e Millie haviam concordado em alugar o quarto sobre a padaria em caráter temporário, e dentro de quatro semanas a mãe de Millie estaria se mu­dando para lá.

Anahí mordeu o lábio.

—  Mas desejos não pagam contas — sussurrou, repetindo mais um dos muitos lemas de Alice.

Determinada a não se render às preocupações, deslizou a mão pelos cabelos despenteados. Uma enfermeira estivera no quarto minutos antes e havia sugerido que ela tomasse uma ducha no banheiro adjacente. Alguns minutos sob a água morna e se sentiria uma nova mulher.

Alguém bateu na porta. Esperando ver a enfermeira que prometera voltar para ajudá-la, ela disse:

—  Entre.

A porta se abriu e um homem entrou no quarto.

Um rubor tingiu o rosto de Anahí e ela ajeitou a camisola do hospital com gestos constrangidos. Droga! Pensara em sentir-se uma nova mulher? Ficaria satisfeita em ser apenas uma mulher diferente. Porque o homem alto, moreno e atraente que se aproximava devagar passara boa parte da noite segurando sua mão, compartilhando do momento mais íntimo e miraculoso de toda sua vida.

—  Anahí?

Lembrava-se da voz profunda e máscula. E lenta, como soavam todas as vozes em Oklahoma, diferentes do discurso rápido com que habituara-se em Los Angeles.

Ele deu mais três passos em sua direção e estendeu a mão.

Anahí aceitou o cumprimento por cima do berço do bebê. Lembranças da noite anterior desfilavam por sua mente. Os olhos castanhos eram sérios, mas eloquentes.. Os dedos haviam segurado os dele como se pudesse extrair força da­quelas mãos. Um novo rubor coloriu seu rosto e, embara­çada, ela interrompeu o contato.

—Meu nome é Alfonso Wentworth.
Não havia esquecido. Ele dissera seu nome logo depois do repórter ter batido a foto do primeiro bebê do ano. Depois Alfonso havia desaparecido. Para ser honesta, estivera tão envolvida pela chegada do filho que não pensara muito no assunto desde então.

Até aquele momento.

E de repente, tudo que conseguia pensar era em como ele a vira na noite anterior, como devia parecer essa manhã, como lamentava não ter tomado aquele banho minutos an­tes... e em como poderia livrar-se dele imediatamente sem parecer grosseira.