Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

A mão ainda massageava a perna sob a calça jeans. Oh, mas era capaz de aquecê-la e seria muito fácil sucumbir.

No estacionamento do hospital, ela brecou o carro mas não desligou o motor.

-   Meu lugar não é aqui - disse sem encará-lo. - Vou voltar para a padaria. Acha que pode conseguir uma carona de volta?

Alfonso estendeu a mão e girou a chave na ignição.

-   Seu lugar é aqui comigo.

Nesse momento foi forçada a encará-lo. Notou que ainda usava a aliança de casamento, como ela, e que seus olhos escuros ainda exibiam aquele brilho encantador que a fascinava. As mãos começaram a tremer, e ela agarrou o volante para esconder a reação inoportuna.

-   Alfonso, já passamos por isso antes.
Ele passou as duas mãos na cabeça.

-Droga. Pensei que pudéssemos deixar para resolver esse problema mais tarde, depois da visita a Sabrina.

-De que problema está falando?

Poncho começou a choramingar. Anahí tentou se virar, mas Alfonso segurou seu braço.

-   Eu cuido disso - anunciou. - Ele deve estar com frio.
Virando-se no assento, tirou o menino da cadeira de segurança e aproximou-o de seu corpo.

-   Ei, rapazinho - disse sorrindo. Depois colocou-o dentro do casaco de forma que apenas os olhos e o nariz da criança pudessem ser vistos entre os botões.

Anahí tinha a sensação de que o coração se partia. Liga infantil. Carros. Coisas de menino. Mas não podia voltar para Alfonso pelas razões erradas. Ele devia ter visto a dor em seu rosto, porque estendeu a mão e tocou-a sob o queixo.

-Lamento tê-la feito infeliz.

-Deixe um tronco na água por quanto tempo quiser. Ele jamais será um jacaré.

-Sabe de uma coisa? Estou começando a detestar essa sua sabedoria ancestral em forma de lemas e ditados. O que quer dizer agora?

Ela encolheu os ombros.

-   Apenas que não devia ter esperado que se transfor­masse em algo que não é.

Alfonso respirou fundo. Uma vez... duas.

-   O playboy não pode se tornar marido e pai.
Ela assentiu.

-   E se o playboy crescer? E se perceber que esteve deslizando pela superfície da vida e decidir finalmente começar a viver de verdade?

Poncho a fitava com a mesma seriedade grave que via nos olhos de Alfonso. O coração de Anahí se tornava menor a cada instante, como se garras gigantescas o espremessem. A voz dele soou rouca.

-   E se o playboy teve um irmão que morreu aos trinta e cinco anos? Se viu uma criança chegar ao mundo e conheceu uma mulher de coragem, força e beleza? Não acha que isso seria suficiente para fazê-lo mudar?

Quando conseguiu falar, percebeu que a voz imitava a dele, rouca e profunda.

-Sim, é claro que tudo isso poderia mudá-lo. Mas ele ainda não acreditaria no amor.

-Porque nunca o experimentou de verdade. - Alfonso segurou a mão dela. - Anahí, fui um idiota. Todas as coisas que senti... que você me fez sentir... não sei...