Fanfic: αмσя тяα∂ι¢ισиαℓ

Na quinta-feira, logo cedo Dulce e Christopher foram para a empresa. Iriam analisar todas as faturas de entrada e saída de dinheiro desde que assumiram a presidência, queriam encontrar qual fator estava levando a não terem os 50% necessários para cobrir os gastos internos da empresa. 

Assim que entraram no andar da presidência Ana os seguiu falando e falando com aquela voz que estava fazendo a dor de cabeça de Dulce voltar. 

Dulce: Sabe de uma coisa Ana? – virou-se sorrindo sarcástica para Ana.

Ana: Não senhora.

Dulce: Pare de falar. Depois você nos dá todos os recados. Agora vá, volte ao seu trabalho.

Ana: Eu estou trabalhando e...

Dulce: Volte para a sua mesa. – fechando a porta e entrando no escritório – Pelo amor de Deus, me lembre de contratar uma secretaria para mim. Com uma voz melhor. – indo até a bolsa e pegando um analgésico – Já vi que o dia não será nada bom. – tomando um copo de água com o remédio.

Christopher: Com certeza. Quando sai o resultado do seu exame?

Dulce: Segunda-feira. Por quê? – sentando na cadeira.

Christopher: Por nada. – mira um panfleto em cima da sua mesa – Já viste isso? – pega o panfleto entre os dedos e mostra a ela.

Dulce: Já sim.

Christopher: Que tal irmos esse concerto que terá esse sábado?

Dulce: Claro, claro.

Christopher: Irei pedir para Ana reservar os ingressos... – fazendo menção de telefonar.

Dulce: Okay. Depois você faz isso. Tem muitas faturas para olharmos. 

A tarde foi turbulenta. Dulce e Christopher não chegaram a nenhuma conclusão sobre o desaparecimento do dinheiro. Os números estavam truncados e eles não conseguiam entender mais nada. 

Christopher: Vamos fechar essas pastas. Guardá-las em um lugar seguro e vamos para casa, afinal já está tarde. – olhando o relógio – Amanhã continuamos isso.

Dulce: É melhor levarmos essas pastas. E analisarmos em casa. Se esse assunto sair dessa sala as pessoas responsáveis pelo déficit vão querer por tudo nesse mundo essas pastas.

Christopher: Certo. – juntando as faturas nas pastas.

Dulce: Pode deixar que eu faço isso.

Christopher: Não precisa.

Dulce: Okay, cavalheiro.

Christopher: Sempre fui pena que nunca percebeste isso. – virando-se e colocando as pastas em cima da outra mesa.

Dulce: Grosso. – revirando os olhos.

Christopher: Eu escutei hein!

Dulce: Que ótimo. Essa era a intenção!  

Dulce rodou os saltos e saiu da sala fechando a porta atrás dela com força. O barulho foi tão estridente que Ana correu para ver o que tinha acontecido.  

Dulce: Não foi nada. – sorrindo falsamente.

Ana: Tem certeza?

Dulce: Claro.

Ana: Não precisam de nada mesmo?

Dulce: Não. Quando Christopher sair diga que estou esperando-o no carro.  E

la não deu ao menos tempo para Ana responder. Virou-se e saiu furiosa. Deixando Ana sem ação.  

Dulce sentou-se no banco de passageiro do carro. Encostou a cabeça no apoio do banco. Estava exausta. A tarde fora bastante cansativa e aquele pequeno desentendimento não a ajudava em nada. Depois de alguns minutos ela sentiu Christopher entrar no carro e dar partida. O silêncio entre os dois era mortal.  

Após 30 minutos, em fim o carro entrava na garagem da casa deles. Dulce desceu do carro sem dirigir um olhar para Christopher, e como de costume fechou a porta do carro com força. 

Christopher: Dul! Dulce! – fechando a porta do carro sem tirar nem as pastas do carro e correndo atrás dela. 

Ela não respondeu. Entrou como um furacão em casa sem dirigir nem uma palavra a Nany. Mas a sua fúria estava voltando contra ela mesma. O cansaço e a falta de ar já se faziam presentes e Dulce não podia agüentar mais. A sua traquéia se fechava fazendo com que o ar não chegasse às vias nasais. Desmaiou no corredor. Assim que Christopher entrou em casa correu para o andar de cima. Ao chegar ao corredor que dava para o quarto do casal teve uma surpresa. Dulce estava desacordada na porta do quarto.  

Christopher: NAAANYY! – gritava desesperado – NAAANYYY! 

A senhora escutou os gritos desesperados da cozinha, e foi ver o que era.Assim que chegou ao quarto Dulce já estava na cama, mas continuava desacordada. 

Nany: O que aconteceu? – tão desesperada quanto ele.

Christopher: Eu não sei, não sei. Quando cheguei ao corredor ela já estava desmaiada. Christopher estava chorando. Um choro desesperado. 

Nany: Meu Deus! Vou ligar para um médico. – correndo até a sala. 

Apesar de Nany estar ligando para o médico Christopher ainda mantinha-se desesperado. Ele mirava aquele rosto de porcelana de uma forma tão terna, o corpo de Dulce desfalecido ali, estava deixando-o nervoso, apesar de já ter verificado a respiração e o pulso. E estarem normal. Ele ajoelhou-se ao lado da cama e segurou as mãos de Dulce. 

Christopher: Dul, apesar de tudo, eu quero que saiba que me preocupo muito com você. Sinto-me um bobo quando brigo com você. É como se minha vida acabasse. – dando repetidos beijos nas mãos dela entre as palavras – E eu sei que sinto algo por ti, aqui dentro. – apontando para o coração – Algo que eu ainda não sei descrever. E que eu quero muito descobrir o que é. Assim, só para te dizer. 

Dulce foi acordando-se aos poucos, sentindo os lábios de Christopher tocarem seus dedos. 

Dulce: Hum... – ainda sem saber onde estava.

Christopher: Dulce? – levantando-se – Ai meu Deus. Dulce que susto você me deu. A Nany está telefonando para o seu médico. – exasperado. 

A porta foi aberta e Nany e um senhor que aparentava seus 50 anos, vestindo um jaleco branco e de cabelos grisalhos, entraram no quarto. 

Nany: Aqui doutor. Ela desmaiou e... – mirou a cama e viu Dulce sorrindo – Dulce! – correndo até ela – Menina, você precisa se cuidar mais. Sua mãe já foi avisada do desmaio. Não vou desgrudar o olho de você agora. – em um tom severo.

Dulce: Nany, eu creio que já vou escutar muito da mamãe, do Chris e do doutor Ronald.Dr. Ronald: De mim você vai escutar bastante, mocinha. Você sabe que não pode deixar de tomar os remédios enquanto essa crise não passar...

Christopher: Ela não tomou hoje á tarde. – interromendo o médico.

Dulce: Eu esqueci em casa, okay? – emburrada.

Dr. Ronald: Não pode se esquecer Dulce. É uma coisa muito seria. – sentando na cama para examinar os pulmões de Dulce. – Bem, a respiração já voltou ao normal. Mais cuidado e nada de estresse Dulce Maria.

Christopher: O senhor acha que o estresse pode ser uma das causas do desmaio? – assustado.

Dr. Ronald: Sim, claro que sim.

Christopher: Huum...

Dr. Ronald: Pois bem, eu já vou. E mais cuidado Dulce.

Christopher: Nany leve-o até a saída.

Assim que Nany e o Dr. Ronald deixaram o ambiente. Christopher sentou-se no outro lado da cama. 

Christopher: Desculpa Dulce. Não sei o que deu em mim. Eu fui tão grosso com você.

Dulce: Não se preocupe. Eu também já sou estressada por natureza. – rindo de maneira que fez Christopher derreter-se. – Vamos jantar? Depois disso estou morta de fome. – fazendo menção de levantar-se.

Christopher: Eu trago o jantar aqui para cima. Não se preocupe.

Dulce: Okay.  

Quando Christopher saiu do quarto, Dulce levantou-se para tomar um banho.  Tomou um banho rápido. Vestiu uma camisola rosa de seda acima do joelho. Uma camisola parecida com a que Maite dera para ela. Só que era rosa e não tinha as rendas no busto. Deitou-se novamente na cama. E minutos depois Christopher já estava sentado na cama, com uma bandeja repleta de comida. 

Dulce: Tudo isso para mim?

Christopher: Claro que não. Para os dois. Mas pode ir comendo enquanto eu tomo um banho rápido e troco de roupa.

Dulce: Okay. – pegando o prato de sopa. 

Christopher tomou um banho tão rápido quanto o de Dulce. Voltara para o quarto somente com uma toalha da cintura para baixo. Dulce não estava nem na metade de sua sopa. Ele foi até o guarda-roupa e tirou um calção branco de dormir. Sem cerimônias tirou a toalha no mesmo ambiente que Dulce. Esta por sua vez tinha a mirada no prato, mas ao levantar o olhar viu Christopher desnudo. Os olhos arregalaram-se ao mirar a parte de trás do garoto. Depois ela mesma sorriu de seus pensamentos. Mas, assim que Christopher virou-se, ainda desnudo, ela deixou a colher de sopa quente cair na cama. Christopher nem viu que Dulce o mirava, vestiu o calção sem preocupações. 

Dulce: Droga! Isso que dá comer em cama. – tentando limpar o estrago.

Christopher: Dul deixe isso. Vou chamar a Nany para tirar os lençóis e colocar outro. – pegando uma camisa e descendo atrás de Nany. 

Dulce: Ai meu Deus. Okay Dulce, fingiremos que não vimos nada. – respirando ofegante. 

Nany trocou os lençóis enquanto Dulce resmungava algo inaudível.

 Nany: Pronto. – colocando os travesseiros sob o lençol limpo. – Posso levar? – apontando para a bandeja de comida.

Dulce: Pode, perdi a fome mesmo. – encolhendo os ombros.

Christopher: Mas eu não. E vou comer aqui mesmo. E Dulce também irá comer. Não vai dormir sem comer.

Dulce: Ai, okay. – deitando-se. 

Quarenta minutos depois Christopher voltava da cozinha. Fora deixar a bandeja. 

Dulce: Bom, agora vou dormir. Amanhã quero acordar-me cedo. – sorrindo.

Christopher: Por quê?

Dulce: Irei ao salão retocar a tintura do cabelo. E Any e Mai irão juntas.

Christopher: Entendi. O dia das mulheres não?

Dulce: Dos homens também. Nós voltaremos na hora do almoço. O que dá para Poncho e Fercho ficarem contigo aqui em casa.

Christopher: Pode ser... – acomodando-se na cama. Ele desligou o abajur ao seu lado e virou-se para o lado de Dulce. Ela só fez apagar o seu abajur.  

Dulce encostou o seu corpo receoso no de Christopher. Ele sorriu e passou o braço pelo corpo dela. Rapidamente os dois dormiram. Calmamente.  

O que não sabiam é que perto dali algumas pessoas calculavam meticulosamente os passos de Dulce.

* * *