Fanfic: αмσя тяα∂ι¢ισиαℓ

Dulce: Any! Relaxa!

Maite: Any, se você não ficar quieta, vai acabar se espetando num alfinete.

Anahí: Não posso! Tenho que ver os pequenos detalhes. É o mais importante! – exclama, examinando a cauda do vestido.

Dulce: Any, esses por menores são o de menos agora. O importante é que o vestido fique a seu modo.

Anahí do uma longa olhada examinada no vestido.

 

Anahí: Gostei – diz, por fim – Adorei de verdade – sorri radiante.
Dulce: Está perfeito – sorri de volta para a amiga.
Célia: Então, Anahí, gostou dos reajustes no vestido? – pergunta a costureira que acabara de entrar na sala de provas.
Anahí: Adorei. A minha cintura está mais acentuada e meu colo realçou mais. Mas, onde estão os vestidos das madrinhas? – pergunta preocupada.
Célia: Aqui, querida – pega dois vestidos azul-marinho pendurados em cabides.
Maite: Ai, Any! Ficaram lindos com o bordado – exclama encantada.
Anahí: Não ficaram? – sorri orgulhosa.

Dulce: Lindíssimo – sorri.

Anahí: Eu sempre soube que estes vestidos deveriam ter o bordado – comenta- Ótimo, agora vão se vestir – ordena autoritária.

* * *

Anahí: Ai – suspira encostando-se a uma cadeira – Uma coisa a menos.

Após mais duas horas na costureira, as meninas se dirigiram à confeitaria no centro de Londres para um chá da tarde.

Dulce: É mesmo. Você já resolveu o bufet, a orquestra, as lembrancinhas, as bebidas, a igreja, os vestidos... Já é muita coisa. Agora só falta a decoração, praticamente.

Anahí: E vocês ainda acham isso pouco? – pergunta – A decoração envolve tudo praticamente. As toalhas de mesa, o tapete, as flores... Tudo praticamente.

Maite: Claro, tudo – concorda irônica.

Maite/Dulce: O que foi? – perguntam preocupadas.

Anahí: Eu esqueci completamente das fotos do casamento! – diz exaltada.

Dulce: Claro que não. Lembra que semana passada você arrastou praticamente o Poncho lá da empresa só para tirar essas fotos? Ah, e só para constar, Christopher não gostou nadinha. Você o tirou no meio de uma reunião.

Anahí: Oras, era para algo de vital importância – diz ofendida – Bom, eu sei que eu tirei essas fotos. Mas eu esqueci de pegá-las! – diz chorosa.

Maite: Any, amanhã você as pega. – diz tentado acalmar a amiga.

Anahí: De jeito nenhum! Vamos pegar hoje! – diz decidida.

Dulce: Mas, Any... Eu tenho que voltar para a empresa...

Anahí: Ai, Dul. Por favor, não há como você não ir hoje à tarde? – pede quase implorando – Por mim?

Dulce suspira vencida.

Dulce: Ta certo. Eu vou. Mas nem me peça para ir amanha com você a qualquer lugar. Estou impossibilitada. A empresa está com sérios problemas.

Anahí: Certo – concorda feliz.

Maite: Que tipos de problemas Dul?

Maite: E por que isso? Eu achei que seus pais haviam lhe botado na presidência justamente para evitar que isso acontecesse...

Maite: E por quê? – pergunta curiosa.

Anahí: Ai, nem me fale. Poncho também está super estressado. Quase não tem tempo para o casamento. Eu só não sei de horas ele está acordando nem de que horas ele está dormindo. Mas eu sei que ele passa a maior parte do dia na empresa com Christopher. Bendita hora que Chris lhe deu esse trabalho de advogado da empresa! – diz enfezada.

Maite: Any, não seja egoísta. É o trabalho dele, e Fercho me contou que Poncho está adorando o trabalho. E ele está ajudando um amigo que precisa dele. Tenho certeza que tanto Chris como Poncho, estão bastante estressados. Afinal, é o trabalho deles e eles ficam preocupados. Eu sei que é terrível pois acaba afetando a vida de vocês, um coisa que deveria se limitar apenas as quatro paredes da empresa. Mas, pelo o que Dul me contou, a empresa está passando por uns maus bocados e é impossível que isso não afete a ninguém.

Dulce: E como você explica essa atitude de Christopher em relação a mim? – perunta desafiadora – De não me deixar participar desse problema?

Maite suspira e sorri:

Maite: Dul, você sabe como é o Chris. Fechado, gosta de resolver tudo sozinho, acha que dá conta de tudo... E ele sabe sua saúde não é lá das boas... – Dulce pensa em protestar, mas Maite faz um sinal para que ela permanecesse calada – Você sabe que é sim. Por algum acaso você já foi pegar o exame que o médico lhe pediu já faz semanas? – sorri mediante o silencio de Dulce – Está vendo? Dul admita, você é desleixada com sua saúde. E Chris já percebeu isso e quer lhe proteger...

Dulce: Mas eu não pedi para que ele me protegesse! – diz exaltada.

Maite: Mas é o jeito de Chris, e você não pode mudar – sorri.

Anahí: Afinal, de contas, tudo o que a Mai disse tem razão. – suspira – Ninguém nos falou que

no começo de tudo seria fácil. Sombra e água fresca. Não podemos impedir nossos homens de lutar. {ain, ke lindo! *.*} Eu conheço Poncho e sei que ele não descansa até ter certeza de que ele lutou, se exauriu mas no final, conseguiu o que queria.

Maite: Não é verdade Dul... Se fosse assim, ele não teria ido conosco ao concerto, ao noivado de Any, não teria dado aquele jantar aos Clint, não teria te levado ao medico... Você sabe que isso não é verdade. Apensa agora que ele está se dedicando mais ao trabalho.

Dulce: É que me sinto tao inútil, sem poder fazer nada...

Dulce: Mas eu não quero ser protegida! Poxa, eu sou a esposa dele! Tudo bem que ele não me ame nem nada, mas custa dividir algo comigo? Eu sei, Mai, que por mais que ele tente me proteger, eu não nasci numa bola de cristal que pode se quebrar a qualquer momento! Se ele sofreu, chorou, se magoou, então quer dizer que eu também não posso sentir a mesma coisa? Será que ele pensa que eu não sinto nada? – pergunta magoada às amigas – Meninas, nessas ultimas semanas, eu e Christopher não brigamos como sempre fazíamos no começo do casamento. Para falar a verdade eu quase não o vi. Todas as vezes que eu entrava no escritório lá em casa às 12h30min da noite, sabe o que ele me dizia? “Vá dormir Dulce. Não sei de que horas vou terminar aqui.” E ele nem levantava os olhos para me olhar! – suspira – Any, Mai. Eu o amo. Vocês sabem. E vocês também me conhecem o bastante para saber o que estou sentindo agora. – comenta triste.

Maite e Anahí apenas escutavam as lamurias de Dulce.  

Dulce: É... É triste saber que alguém que você ama loucamente não lhe corresponde. Também é humilhante você olhar nos olhos da pessoa amada, esperando ver algum resquício de amor neles e não encontrar nada. Apenas o vazio e desconfiança. Sei que Christopher ainda sofre com o que Fernanda lhe causou, mas isso também tinha que me afetar? – pergunta já com lagrimas nos olhos.
 

Tanto Anahí e como Maite entendiam o que Dulce estava dizendo. E se lamentavam por sua amiga. Ambas amavam e tinham seu amor correspondido pelos homens a quem devotavam seus corações. Também sabia que Dulce já não era mais a mesma. O amor a modificara. Em todos os sentidos. O brilho da vivacidade presente nos olhos de Dulce se transformou em um brilho de esperança. A esperança de que Christopher viesse algum dia amá-la. 

Dulce: Eu acordo todos os dias pensando em como é que irá ser meu futuro. Tento imaginar em como será. Mas todos os dias eu me frustro. Não consigo imaginar um futuro para mim. E o mais doloroso de tudo. Não consigo imaginar um futuro ao lado de Christopher. – diz enquanto uma lagrima cortava-lhe lenta e dolorosamente sua bochecha – Sabe, já faz algum tempo em que eu e Christopher tivemos uma conversa. Ambos dissemos que queríamos que algo acontecesse entre nós. Christopher disse-me que sentia algo por mim e que sempre estaria ao meu lado. Mas... – pára hesitante. – Amigas, vocês sabem como eu sou. Eu sou completa. Eu sempre fui muito profunda, sempre me entrego de corpo e alma a qualquer coisa. Gosto de tudo completo. O problema é que Christopher nunca está completo para mim. Eu sei que isso é demais, levando em conta que ele não me ama. Por isso é que é tao doloroso. Quando ele disse que sempre estaria do meu lado, por um instante eu acreditei. Mas depois, percebi que parte de Christopher sempre estará ligado ao seu passado. Sempre. Nunca estará completo... 

Nisso, os olhos de Maite já estavam mareados e Anahí jorrando rios de lagrimas.

Maite: Dulce – funga, engolindo as lagrimas – Não sei se você já prestou atenção, mas será que não percebes que você ama Christopher justamente por ele ser assim?

Dulce: Eu sei, Mai. Eu amo Christopher com todos os seus defeitos. Eu o amo, disso eu tenho certeza. E também estou muito feliz em saber que eu o amo dessa maneira. Só em saber que eu sou capaz de amá-lo assim, sem nenhuma restrição, já me preenche. Mas, por eu o amar dessa forma é que eu me preocupo. Ta, admito. Os defeitos de Christopher me machucam muito, mas eu sei que esses defeitos podem ser consertados. E iria ser para o bem dele. Eu sei como mais ninguém sabe, que isso o corroe por dentro. Vocês acham que Christopher não gostaria de amar novamente? Que ele não gostaria de poder confiar em alguém? Eu sei disso, porque constantemente eu me ponho em seu lugar. Eu faria qualquer coisa para que ele pudesse ser feliz outra vez, nem que para isso, eu teria que me afastar dele para sempre – termina Dulce, com os olhos vermelhos de tanto chorar.

Maite não se agüenta e lagrimas acabam escapando de seus olhos.

Maite: Dul, pelo o que eu e a Any escutamos, eu tenho certeza de que para Christopher voltar a ser feliz novamente, ele precisa de você ao seu lado. Você e mais ninguém. Só o seu amor irá poder trazer Chris de volta ao que ele era. Mas, preste atenção. Você ama o Christopher depois de Fernanda. Você ama o Christopher que sofreu, mas que aprendeu com o tempo e que infelizmente se fechou para o amor. A única coisa que você tem que esperar é ver um Christopher que esteja aberto para o amor. E lembre-se: você não ama o Christopher que a Fernanda transformou, pois os únicos que viram esse Christopher foi a Any, o Poncho e eu {só para dizer que a Maite já era amiga de Christopher}, que o conhecíamos faz tempo.

Dulce: E quem eu amo? – pergunta com a voz embargada.

Maite: O Christopher. – diz simplesmente.

Dulce: O que? Mas você disse que...
Maite: Eu disse que você ama o Christopher depois de Fernanda. O Christopher depois de Fernanda é o Christopher depois de tudo. O resultado. O resultado depois de um Christopher imaturo, depois do Christopher depois de Fernanda, de um Christopher amargurado... Você ama o Christopher que sofreu por tudo isso, mas que ainda continua interligado com eles. Você não pode esperar que ele corte esses laços tao fortes com o passado, Dul. – suspira - Você por algum acaso esqueceu dos anos em que sofreu tanto com a sua falha na traquéia? Você mesma nos disse que não queria contar ao Christopher porque pertencia ao passado. Mas se isso pertencesse mesmo ao passado, você o contaria sem nenhuma reserva. – olha a amiga atentamente – Dul, não se pode esperar que uma pessoa corte os laços com o passado, pois o que somos hoje é produto do que vivemos.

Dulce pára um instante para pensar e um silêncio cai sobre as três. Apenas se escutavam os fungados de Anahí. Depois de um tempo, Dulce fala:

Dulce: Mas Mai, eu tenho medo de que Christopher, de tão ligado ao passado, acabe voltando a ser o mesmo Christopher que Fernanda transformou. – diz preocupada.

Maite: Tenho certeza de que ele não irá voltar a ser. Mas, como eu conheço o Chris, e sei que ele é muito inconstante, isso pode acontecer. Porém, isso não me preocupa mais. – sorri.
Dulce: E por que não? – pergunta franzindo a testa.
Maite: Porque o Chris te tem, Dul. O seu amor por ele é puro, só irá fazer bem. Você mesma me disse que faria qualquer coisa para fazê-lo feliz. E se você quer realmente isso, não irá sair do seu lado jamais. – diz, sorrindo muito.

Dulce: Você acha, Mai? – pergunta desconfiada.
Maite: Tenho certeza. Se Christopher ainda não confia em ti, é porque seu passado ainda é muito presente. E Dul, Christopher não é perfeito, se ele errou, você deve perdoá-lo, em nome do amor que você sente por ele. Não deixe que ressentimentos destruam esse amor, pois é a salvação de Christopher – essa ultima frase tocou no mais intimo de Dulce – Mas, claro, obvio e evidente, Christopher tem que sofrer um pouquinho para merecer esse amor – sorri e pisca para Dulce. – Também lembre de que você também erra, por isso, pegue leve com o Chris, ta?

Dulce entra no embalo novamente com Anahí, e se põem a chorar.

Dulce: Ai, Mai. Eu não tenho como te agradecer! – se levanta da cadeira e abraça fortemente a amiga – Você é a melhor amiga que alguém pode ter.

Anahí: Hey! – reclama.

Dulce: Você também, bobona – puxa Anahí para o abraço. Quando se sentam de volta a cadeira, Dulce pergunta: - Mai, onde é que você aprendeu isso tudo? Tipo, você me tirou um zilhão de duvidas, me entende completamente, entende ao Christopher, e me deu conselhos perfeitos! Como é que pode? E nem venha me dizer que é experiência de vida, porque tu tens a mesma idade que eu e Any.

Maite: Dul, sinto dizer, mas foi experiência mesmo. Eu vivi com meus pais por pouco tempo, mas nos amávamos bastante. Mas subitamente os perdi. Tive que conviver com a perda deles por muito tempo. Depois tive que viver com meus tios, que me tratavam como uma filha. E eu sempre me perguntava se eu os amasse como pais, eu não estaria ofendendo meus pais verdadeiros. Esses conflitos internos me fizeram perceber muita coisa, e acabei que entendendo a sensação de vários sentimentos no coração e como a presença de um passado, ruim ou bom, pode nos marcar. – sorri no final.
Dulce: Puxa, Mai. Eu nunca imaginei... – olha para a amiga – Eu não tenho a mesma experiência que você, mas qualquer coisa pode contar comigo.
Anahí: Comigo também! – diz sorrindo.
Maite: Eu sei. E digo o mesmo.
Dulce: Eu já percebi. Mai, você não tem noção de como me ajudou. – sorri – Agora vejo uma faceta de Christopher que não via antes. E do meu amor por ele também.
Maite: Que bom! – sorri.

As três ficam caladas por um instante, até Anahí dizer:

Anahí: Eu acho que não vou mais me casar – dizer com uma voz embargada.
Maite/Dulce: O QUÊ? – gritam saltando da cadeira.
Anahí: Dulce, seu amor por Christopher é tao lindo, tao puro, tao romântico... Que eu não sei se mereço me casar com Poncho, se eu não tenho esse mesmo amor – enterra a cabeça nas mãos e começa a chorar abertamente.

Dulce e Maite se olham espantadas. 

Dulce: Any! Quem disse que você não ama o Poncho do mesmo jeito? – pergunta, acariciando as madeixas da amiga.
Anahí: Eu não... Eu não sei... – diz com a voz chorosa.
Dulce: Então! Any, nenhum amor é igual. Você ama Poncho a seu modo, e eu amo Christopher do meu modo. Do mesmo jeito em que Mai ama Fercho do modo dela. Não há intensidade do amor. Você é capaz de dar a vida por Poncho?

Anahí levanta a cabeça e balança-a afirmativamente.

Dulce: Você sente aqui dentro – faz um sinal em direção ao coração – Que irá amá-lo para sempre e que o quer ao seu lado por toda a vida?

Anahí balança a cabeça de novo.

Dulce: Então, você o ama o tanto quanto eu amo Christopher.

Maite: E da mesma maneira que eu amo Fercho. – sorri.

Anahí limpa as lágrimas e sorri.

Anahí: É, vocês tem razão. Desculpem – sorri ainda mais – Acho que foi a pressão do casamento.

Maite: Sem problemas Any. Isso só podia vir mesmo de você. – sorri.

Anahí: Hey! – dá um pedala – Bom, já perdemos tempo demais. Vamos pegar minhas fotografias? – pergunta já se levantando da cadeira.

Maite/Dulce: Vamos. – pagam o lanche e saem da confeitaria.