Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

Nenhum médico foi capaz de dizer se era ou não permanente. Lunna não reconhecia ninguém que entrava para vê-la e isso só a apavorava. A única pessoa que ela ficou mais tranquila ao ver foi eu, mas mesmo assim, não parecia se sentir segura.

Ela chorava toda vez que tentava falar, mas a voz garrava em sua garganta e ficava ainda pior quando tentava se mexer, mas não sentia as pernas.

A pedido do médico não falávamos nada sobre a vida dela. A única coisa que podíamos dizer era se éramos pais, avós ou irmãos e nem mesmo Arthur pode dizer que era namorado dela.

- Ei gatinha. – Chamei-a quando entrei no quarto. Lunna olhava distraidamente a janela antes de eu entrar. Virando-se para mim ela deixou escapar um sorriso. – Como está hoje? – Ela deu de ombros. Imagino como deve ser ruim para ela ficar trancafiada em um quarto sendo visitadas por completos estranhos. – Eu trouxe algo para você. – Fechei a porta atrás de mim e fui até ela. Levantei um pouco a maca deixando-a com o tronco erguido e então lhe entreguei uma sacola.

Ela abriu e tirou de lá o celular, um caderno e duas canetas, sem entender nada ela me olhou.

- O caderno e as canetas são para a você se comunicar com quem quiser, e o celular, é para trocarmos mensagens quando eu não estiver aqui. – Forcei um sorriso e Lunna o retribuiu. Ela pegou o caderno e o abriu depois pegou a caneta azul e começou a escrever.

"Você é mesmo minha irmã? " – Assenti. – "Eu não consigo me lembrar de você, nem de ninguém que vem me visitar. "

- Eu sei. – Me sentei ao lado dela já esperando pelo sermão da primeira enfermeira que entrasse ali.

"Eu não gosto de ficar sozinha, me leva pra casa com você. "

- Eu queria, juro que queria, mas ainda é arriscado.

" Você sabe me dizer qual é o meu pai verdadeiro? " – Hesitei um pouco mas ela precisava saber disso.

- O Fernando, ele é o seu único pai.

"O outro sempre diz que é mentira, que ele é o meu pai. "

- Ele é um idiota.

"Por que você nunca fala da mamãe? " – Mais uma vez um nó em minha garganta.

- É uma longa história, mas você terá muito tempo para saber ok? - Ela suspirou frustrada.

"E o Arthur?"

- O que tem ele?

"Ele vem sempre aqui, já o vi chorar uma ou outra vez, mas ele nunca fala nada demais. "

- O que acha dele?

"Ele é lindo, maravilhoso. " – As bochechas dela ficaram como um pimentão e eu ri.

- Ele é seu namorado maninha. – Ela arregalou os olhos castanhos e suas bochechas coraram ainda mais me fazendo gargalhar. – Mas olha, não deixa o médico saber que eu estou te contando essas coisas tá? Segredo de irmãs. – Ela assentiu.

"Tem certeza? Não é brincadeira? "

- Absoluta, e ele te ama muito. Se não disse nada é porque o médico não autorizou.

"Você tem namorado? "

- O Christopher. – Dei meio sorriso. – Se bem que a gente anda tão estranho desde o que houve com você, não sei se vai durar muito.

"Vocês formam um belo casal, não termina com ele não. " Ela esperou um tempo e então continuou a escrever. " Ele disse que ama você, mas não me disse que eram namorados e como nunca vi você falar dele da mesma maneira que ele fala de você, pensei que não tivessem nada. "

- É uma história bem longa, quer ouvir? – Ela assentiu. – Mas também será segredo nosso ok? – Estendi meu dedinho para ela e ela fez o mesmo, então fizemos um trato.

Comecei a contar minha história com Christopher, como tudo começou ocultando o máximo possível algo que relacionasse à Blanca e Arthur.

"E onde foi parar o seu ex? Rodrigo né? "

Eu a encarei sem saber responder. Rodrigo tinha ido embora. De repente uma onda estranha de calor percorreu meu corpo. Lunna me olhou assustada.

"O que foi? Está tudo bem? "

Sem negar nem assentir eu saí do quarto procurando por meu pai ou Christopher.

- Dulce? O que houve? – Christopher parecia espantado. - Por que está tão pálida? – Encarei meu pai que também parecia espantado.

- Ro... Rodrigo. – Procurei por alguma lixeira e quando a focalizei saí correndo até ela onde voltei tudo que havia comido mais cedo.