Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

- Dulce onde você estava? – Christopher estava bravo. Vi isso na cara dele. – Caramba, será que esqueceu a gravidade do problema? Eu nunca sei se você fugiu ou se aconteceu alguma coisa com você, e o pior que nem levou a porcaria do telefone.

- Ai, não é pra tanto. – Joguei minha bolsa no sofá. – Estava na casa do Christian.

- Você parece não estar nem aí para nós. Ficamos preocupados com você toda vez que você resolve fugir sem ninguém pra te acompanhar.

 - Eu estou cansada desses caras nas minhas costas. Eu quero ter uma vida normal. – Me joguei no sofá. – Estou com dor de cabeça, não vem ficar reclamando não Christopher. – Ele se sentou próximo a mim.

- Você não entende né? Eu morro se acontecer algo com você.

- Eu estou bem Christopher, eu sei me cuidar.

- Você não faz ideia do que está se metendo né? Isso não é uma novela Dulce.

- Saberia se vocês me dissessem. – Fechei meus olhos. – Eu não quero discutir tá? Me deixa.

Mais tarde, depois do jantar Christopher apareceu. Eu tinha acabado de voltar parte do que havia comido.

- Já vou! – Respondi quando ele chamou de dentro do quarto.  - Estou escovando os dentes.

Escovei os dentes e lavei o rosto. Se de dia estava enjoada, sabia que a noite seria bem pior. Precisava ir logo no médico para ver se ele me receitava algum remédio para dor de cabeça.

Quando abri a porta Christopher estava na sacada.

- Está melhor?

- Melhor de quê? – Engoli seco. Só me faltava Christopher já ter notado.

- Estava irritada.

- Você que começou. – Escorei-me no guarda-corpo. – E você? Ainda está bravo comigo?

- Um pouco.

- Mas ainda me ama?

- Tem dúvida disso?

- Não. Claro que não. – Minhas bochechas coraram. – Eu sei que me ama, e eu te amo muito também. – Ele pousou sua mão sobre a minha.

- Feliz um ano de namoro. – Levei meus olhos até a outra mão dele, onde ele segurava uma caixinha vermelha, tão vermelha como minhas bochechas praticamente ficaram. Eu havia me esquecido completamente. – Sei que está com a cabeça a mil, não precisa se preocupar.

- Chris, eu... – Virei-me para ele e ele pousou o dedo indicador sobre meus lábios.

- Não precisa se desculpar. – Ele ergueu minha cabeça e me deu um beijo dócil e demorado. - Eu te amo.

- Eu também te amo Chris. – Afastei-me dele. Christopher me entregou a caixinha e eu a abri. De lá tirei duas lindas alianças. Simples, mas lindas. Uma delas tinha uma pequena pedrinha de diamantes. – Tem o nosso nome e a data, agora pode usar.

- Eu não sei o que dizer.

- Não fala nada. – Ele tirou a aliança e colocou em meu dedo depois fiz o mesmo com ele. Deixei a caixinha de veludo na mureta e colei meus lábios no dele. Enquanto eu segurava seu rosto, Christopher me pegou no colo e me levou para dentro.

Com cuidado ele me deitou na cama e se encaixou entre minhas pernas. Ficamos nos beijando e trocando carícias por um tempo até ele tirar minha camisola. Tirei a blusa dele logo em seguida e voltamos a nos beijar. Christopher desceu os lábios por meu queixo e depois para o meu pescoço. Maldita a hora que tive outra onda de enjoo. O perfume dele entrara por minhas narinas como se fosse o pior cheiro que já havia sentido. Empurrei-o com força sem muito êxito. Christopher se apartou e olhando.

- O que foi? – Eu não queria que fosse desse jeito, mas não consegui inventar nenhuma desculpa. – Está tudo bem? Você está tão pálida. – Assenti. – Certeza?

- Eu estou grávida. – Falei baixo fechando meus olhos. O cheiro estava me matando.

- O quê?

- Você me ouviu.

- Você... você... ah meu Deus. – Christopher saiu de cima de mim e eu abri meus olhos. Agora ele estava andando de um lado para o outro no quarto com as duas mãos na cabeça.

- Christopher!

- Espera, deixa eu... Ah meu Deus! Eu... eu preciso tomar um ar. – Ele destrancou a porta e saiu. Levantei-me, vesti meu hobby e fui atrás dele.

- Christopher! – Chamei-o ainda da escada, mas não o vi. Segui até a cozinha e vi meu pai o abanando com algum objeto que não consegui identificar enquanto Lourdes virava um pouco de água no copo. Comecei a rir e a chorar histericamente. Não precisava que ele dissesse mais nada.

- Filha, o que houve? – Meu pai parou de abaná-lo e me olhou. – Por que está chorando? Ou rindo, sei lá.  

- Toma um pouco de água. – Lourdes entregou o copo a ele. Ri mais ainda vendo como ele estava trêmulo.

- Será que dá para me dizerem o que está havendo aqui? – Meu pai ordenou.

- AH MEU DEUS, AH MEU DEUS, EU VOU SER PAI. – Christopher começou a gritar histericamente essas palavras repetidamente. Meu pai o olhava boquiaberto e Lourdes me olhava com emoção nos olhos.

- Chris... – Fui até ele. – Amor, para. – Segurei o rosto dele.

- É sério? Você não está brincando, está?

- Jamais faria uma brincadeira desse tipo com você. Olha, eu queria esperar mais um pouco, não queria dizer assim. – Christopher tirou minha mão do rosto dele e foi em direção ao jardim.

- Eu vou... eu ser...

- Ah meu Deus, Christopher! – Paralisei-me ao vê-lo cair no chão.  Meu pai correu até ele.

Demorou um tempinho até ele retomar consciência. Ele estava deitado no sofá enquanto eu estava sentada no chão o olhando.

- Christopher. – Ele me olhou, olhou meu pai parado perto de nós e então deu um salto do sofá.

- Fala que não é mentira. Eu sonhei?

- Dá para se acalmar? – Pedi irritada me levantando. – Você quer sofrer um infarto ou o quê?

- Desculpa, eu só... – Ele se sentou. – Ainda não consigo raciocinar.

- Agora será que podem me explicar?

- Explicar o que papai? Não é nenhuma novidade que Christopher e eu já fizemos sexo.

- Eu não precisava ouvir isso Dulce. – Ele passou a mão pelo rosto.

– Não tinha planejado engravidar agora, era para demorar mais um pouco, mas aconteceu, tá? Não me olha assim.

- Desculpa, eu só pensei que você terminaria a faculdade primeiro, para depois tocar sua vida. Sei que já é adulta, mas você sempre será minha menininha.

- Eu sei, desculpa te decepcionar.

- Não me decepcionou filha, só fui pego de surpresa. Não tão de surpresa quanto o Christopher. – Voltei a olhar Christopher.

- Você fez isso por mim?

- Christopher, isso não importa.

- Você nunca quis ser mãe Dulce, não devia ter feito isso, não por mim.

- E daí? Eu tenho medo disso, mas eu precisava tentar né? Mas tudo bem, não precisa se envolver com isso se acha que fiz somente pelo seu agrado. Eu tenho medo sim de não saber ser mãe. Eu nunca tive exemplo materno, mas eu precisava tentar. Sinto muito se acha que fiz isso somente por você. – Christopher me olhou então eu saí.

Bati a porta com tanta força que a madeira do batente trincou e o quadro na parede caiu. Joguei-me na cama e fiquei por lá.