Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

- Dulce. – Ouvi a voz longícua de Christopher. Abri meus olhos e vi alguns borrões. – Não, meu amor não. – Senti uma pressão onde o tiro havia acertado. – Olha para mim, não faz isso.

- Chr... – Tentei falar, mas não conseguia formar nenhuma palavra.

- Uma ambulância por favor! Alguém ajuda. Não, por favor, não faz isso comigo, não faz. – A voz se afastava cada vez mais. Então eu fechei meus olhos e tudo desapareceu.

Um som contínuo pareceu surgir bem lá no fundo. Ô ar retornara aos meus pulmões de forma pesada. Abri meus olhos e minha vista doeu, estava tudo muito claro.

Soltei um gemido de dor e logo em seguida senti alguém segurar firme minha mão.

- Dulce? – Ouvi a voz de Christopher. – Está me ouvindo? - Tentei responder, mas eu estava fraca de mais. – Você tem que ser forte meu amor, você não pode deixar a gente.

Abri meus olhos mais uma vez e vi Christopher ao meu lado. Sua imagem foi se formando aos poucos. Seus olhos estavam úmidos, sua barba estava crescendo, coisa que ele não deixava.

- Ei. – Ele acariciou meu rosto. – Graças a Deus, você está acordando. – Tentei falar mais uma vez e então comecei a tossir. Senti dor, muita dor. Doía até para respirar. – Shhh, não precisa falar meu amor, você precisa se recuperar ok? – Olhei em volta, estávamos apenas nós dois ali. – Está todo mundo preocupado com você.

Comecei a ficar sem ar e a sentir meu coração se acelerar enquanto flashes do que havia acontecido rodavam em minha mente. O Rosto de Rodrigo, a arma, o primeiro disparo, o chão gélido em baixo de mim. Passei minha mão por meu ventre e comecei a chorar.

- Ei, ei, ei calma. Está tudo bem meu amor, está tudo bem, você precisa ficar calma.

- Me... meu... meu bebê. – Soltei soluços doloridos.

- Dulce, olha para mim. – Christopher segurou firme meu rosto fazendo-me encará-lo. – Amor, está tudo bem com nosso filho ok? Você passou por uma cirurgia delicada, muito delicada, precisa manter a calma. O bebê está bem, mas você precisa colabora com vocês dois.

- Rodrigo...

- Você precisa se acalmar, eu vou chamar uma enfermeira. – Christopher tentou se afastar, mas eu o segurei pelo punho apavorada. E se ele aparecesse ali? O que eu ia fazer se não tinha força nem para falar direito. – Está tudo bem, acabou. Nada mais vai acontecer com você. – Christopher acariciou minha bochecha. - Ele quase matou você, mas eu entrei a tempo. Quando cheguei lá, ele estava apontando uma arma para sua cabeça e quando eu vi você caída no chão e uma pequena poça de sangue, eu não pensei duas vezes.

- Com licença. – Uma voz feminina invadiu o ambiente. Olhei para a porta e vi uma enfermeira toda de azul. – Acabou o horário de visita.

- Não, me deixe ficar mais um pouco. Ela acordou, eu quero ficar com ela, pode chamar o médico dela?

- Senhor.

- Por favor. – Pedi em tom quase inaudível segurando firme a mão de Christopher. Rodrigo estava morto, Christopher o havia matado.

- Tudo bem, mas só até o médico vir. – Ela se retirou.

- Esses foram os dias mais longos da minha vida.

- Dias?

- Tem seis dias que você está desacordada, Dulce. Seis longos dias inconsciente. Você quase enfartou seu pai sabia? Tantas vezes te pedimos para não sair sozinha e você nos apronta uma dessas. Uma filha na UTI e a outra em estado de choque. Bom, estava né.

- Estava?

- Lunna voltou a falar. Quando soube de você ela entrou em desespero. Chorou, gritou, até darem um calmante a ela e então quando acordou ela simplesmente começou a falar e adivinha? Ela se lembrou de tudo, tudo mesmo. – Christopher sorriu. – O médico disse que se continuar como está, até o fim de semana ela recebe alta e o Christian se ofereceu para atende-la a domicílio.

- Dulce! – Meu pai entrou afobado no quarto e veio até mim em passos largos. – Oh meu amor, graças a Deus! – Christopher se afastou e ele se aproximou tentando me abraçar. – Eu... eu tive tanto medo. – Tentei afastá-lo de mim já que o peso dele sobre meu corpo fez doer ainda mais. – O que foi?

- Dói.

- Oh, meu desculpe, eu me esqueci. Como você está? Está se sentindo bem? – Assenti. – O médico já está vindo para te examinar ok? Eu nem acredito nisso, juro que pensei que não resistiria.

- Vamos com calma. - Outra voz invadiu o ambiente. Vi um médico surgir por detrás do meu pai. – Olá Dulce. – Ele sorriu terno. – Como se sente?

- Com dor. – Sussurrei, parecia que quanto mais eu falava pior era.

- Eu vou examinar você e vamos fazer alguns exames tá bom? – Assenti. – Agora se me permitem, posso ficar a sós com a paciente? – Os dois assentiram. Meu pai deu um beijo na minha testa e Christopher se aproximou.

- Seja forte ok? - Ele arrumou a cânula em meu nariz. – Eu vou estar lá fora com o pessoal, não precisa ter medo. – Forcei um sorriso. – Eu te amo, não se esqueça disso. – Christopher me deu um selinho demorado e depois de me dar uma última olhada acompanhou meu pai.