Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy
Alguns meses mais tarde...
- MERDA! – Gritei apertanto firme a caneta em minha mão. O Professor parou a aula e me olhou sem entender.
- Senhorita Saviñon? Está tudo bem?
- Oh, claro. – Grunhi curvando-me para a frente.
- Dulce. – Arthur tocou meu ombro. – O que você tem?
- Não me toca! – Levantei irritada e saí da sala. Faltava pouco mais de um mês para meu bebê nascer.
Desci a escada e fui até o banheiro, onde, depois de me certificar que estava sozinha tranquei a porta. Comecei a andar de um lado para o outro tentando me concentrar. A dor precisava parar, não estava na hora.
- Dulce. – Ouvi a voz de Maitê atrás da porta. – Caramba, abre aqui.
- Vai embora!
- O que você está sentindo? Quer que eu chame um médico?
- Não. – Curvei-me apoiando-me na bancada da pia. – Só me deixa sozinha.
Ignorando as batidas na porta continuei a andar de um lado para o outro, sentindo dores cada vez mais constantes e mais fortes, até chegar ao ponto que eu não aguentava mais ficar de pé. Sentei-me no chão encostada na porta.
- Dulce, já faz mais de meia hora que está aí, eu já liguei para o Christopher, ele já está vindo, mas você precisa deixar a gente te ajudar.
- Dulce, querida, escuta a gente. Ficar trancada aí não vai ajudar em nada. – Continuei sem responder, apenas chorando e grunhindo de dor.
Entrei em desespero ao ver uma mancha vermelha se formar em minha calça.
- Não, não, não. Isso não.
- Dulce? O que foi?
- Vai embora!
- Deixa a gente ajudar você amiga.
- Ah! – Fiz força instintivamente.
- Dulce, se não abrir teremos que arrombar. Tem um monte de gente aqui fora e estamos todos preocupados com você.
- Não! Não façam isso, eu estou bem atrás da porta, se fizerem vão me machucar.
- Então abre a porta caramba!
- Já disse que... Ah, droga! – Fiz força mais uma vez. Era incontrolável.
- Dulce. – Ouvi a voz de Christopher. – O que houve? Meu Deus, o que está acontecendo?
- Ela se trancou lá dentro, não quer abrir e não podemos arrombar a porta, ela está encostada na porta, podemos machucá-la.
- Caramba, vocês não têm chave reserva?
- Como não pensamos nisso? – O Diretor perguntou. – Alguém vai pegar as chaves, por favor.
- Dulce, eu estou aqui, você precisa abrir a porta.
- Eu estou com medo Chris.
- Olha, seu pai já está vindo, nós estamos aqui, não precisa ter medo meu amor.
- Está doendo tanto.
- O que está sentindo?
- Tem sangue Chris, muito sangue.
- Olha, preciso que faça uma coisa tá?
- O quê?
- Primeiro tire sua roupa.
- Não, eu não vou fazer isso, não está na hora.
- Dulce, me escuta. Se o bebê quer nascer, não há nada que possa fazer.
- Eu não quero, está cedo ainda.
- Por favor, nosso bebê está correndo perigo Dulce.
- Não. – Tentei evitar fazer mais força, mas era impossível.
- Aqui. – Ouvi uma voz estranha, depois um som de chaves.
- Não, não entrem.
- Dulce sai de trás da porta. – Senti a porta ser pressionada contra minhas costas. – Olha, só eu vou entrar, prometo, mas deixa eu passar.
- Promete?
- Prometo. – Suspirei e afastei um pouco deixando apenas Christopher entrar. Ele estava com o novo uniforme de trabalho dele. Agora ele trabalhava para a polícia, já que eu não precisava mais de um guarda-costas e ele se recusou ficar na minha casa sem trabalhar. – Ei, ei, eu estou aqui. – Escostei-me de novo na porta. – Você precisa confiar em mim, ok? Vai ficar tudo bem com nossa filha.
- Não deixa ela morrer Chris, não deixa.
Christopher beijou minha bochecha. – Vou precisar de você ok? Você precisa ser forte. – Ele tirou minha sapatilha depois me ajudou a levantar. – Você está perdendo muito sangue. Ele começou a abaixar minha calça junto com a calcinha até terminar de tirar.
- Ah, ah! Dói Chris, dói muito.
- Você precisa fazer força ok? – Ele tirou meu cardigan e o forrou no chão. – Vem, deita aqui. – Christopher me ajudou. Ele abriu minhas pernas e deu uma olhada. – Espera. – O vi ir até a pia e lavar as mãos, depois vir com um monte de papel toalha. – Olha, eu sei que dói ok? Mas sei mais ainda o quão forte você é. Você precisa fazer força e precisa ir até o fim. Você consegue fazer isto? – Assenti sem ter certeza de nada. Eu só queria que aquela dor parasse. – Então vamos lá meu amor, faça força. – Christopher segurou uma mão minha, sem tirar os olhos da minha intimidade. Apertei sua mão e fiz força. – Isso, isso, mais uma vez. – Ele soprou meu rosto. – Você consegue.
- Eu consigo, eu consigo. – Fiz força mais uma vez e senti um líquido quente escorrer.
- A bolsa estourou, olha eu já estou vendo a cabecinha dela.
- Chris... – Gritei o nome dele enquanto fazia força mais uma vez.
- Eu estou aqui, nossa filha precisa de você. – Juntei toda a força que eu nem imaginei que tinha e empurrei. Ardeu tanto, mas então Cristopher a puxou de dentro de mim e a dor passou instantaneamente. Ergui minha cabeça para olhá-la. Ela estava roxa e não se mexia nem chorava.
- Chris? Ela... ah meu Deus. – E tudo ficou em câmera lenta. Christopher massageando o peito dela como já vi em alguns vídeos.
- Vamos meu amor, não faz isso com o papai. – Seus olhos estavam vermelhos. – Não, você precisa ficar com a gente. – Ele a deitou no colo e começou a fazer respiração boca a boca nela e a massagear seu peito, até que eu ouvi um engasgo fraco e um chorinho fino começar. – Isso, isso bebê, é o papai. – Ele enxugou o rosto com o antebraço. Christopher a colocou em cima da minha barriga e tirou a blusa, ficando com uma camiseta banca simples. Ele tornou a pegá-la de minha barriga e a enrolou na sua blusa. – Pronto, pronto.
- Minha filha. – Tentei me sentar, mas estava fraca de mais. – Eu quero vê-la.
- Aqui. – Christopher voltou a me entrega-la. Ela ainda chorava desesperadamente.
- Oi meu amor, é a mamãe. – Tentei ver o rostinho dela, mas a imagem se tornava cada vez mais borrada.
Lembro-me de ver a porta se abrir e algumas pessoas entrarem por ela. Minha filha foi tomada de meus braços e logo tudo desapareceu.
Acordei assustada e sozinha em um quarto. Havia uma cânula em meu nariz e uma agulha em meu braço. O quarto estava parcialmente claro mas dava para ver os balões cor de rosa presos na grade da cabeceira da maca, o buquê de flores na mesa ao lado e o enorme coelho de pelúcia perto dos meus pés.
Sem ninguém por perto arranquei o soro e desci da maca. Apesar das pernas estarem trêmulas eu continuei. Abri a porta e deparei com uma senhora passando no corredor levando consigo o suporte onde seu soro estava pendurado.
- Chris... – Chamei com a voz fraca. Eu definitivamente estava parecendo um zumbi.
Segui até o fim do corredor e dobrei a direita, dando para a recepção da maternidade.
- Senhora, o que faz aqui? – Uma enfermeira se aproximou. – Vem, vamos voltar para o seu quarto.
- Não toca em mim. – Recuei. – Cadê todo mundo? Onde está minha filha?
- Senhora, você precisa se acalmar.
- Christopher! – Gritei logo senti dois braços me imobilizarem por trás. – Não, não, me solta.
- Está tudo bem, você precisa voltar para o seu quarto.
- Enfermeira! – Chistopher apareceu pelo mesmo corredor que eu havia surgido. – Ah meu Deus, Dulce. – ele veio até mim. – Você quer me matar de preocupação?
- Chris... – O enfermeiro que me segurava me soltou e eu cambaleei até Christopher.
- Tudo bem, está tudo bem ok?
- Minha filha? Cadê ela?
- Ela está bem, vem, vamos voltar pro quarto. – Christopher me pegou no colo e me levou novamente até o quarto.
- Eu quero vê-la.
- Ela está no berçário, e estão todos lá olhando nossa guerreira igual bobos.
- Como ela está? Como ela é?
- Vamos com calma. – Ele me deitou na maca e arrumou o travesseiro.
- Onde você estava? Eu estava sozinha e fiquei com medo.
- Fui beber água amor, apenas isso. Foi tão rápido.
- Posso entrar? – Meu pai bateu na porta.
- Papai.
- Como se sente?
- Cansada, fraca.- Suspirei. – Eu quero minha filha.
- É normal, logo vai passar. – Ele se aproximou depositando um beijo demorado na minha testa.
-Já vão trazer ela para você, fica calma.
- Eu tive tanto medo.
- E com razão. Foi um parto arriscado filha, sorte o Christopher já ter tido curso sobre isso.
- Nunca pensei que teria que usar com um filho meu.
- E como ela está? Como ela é?
- Até agora está tudo bem, ela foi guerreira. E ela é linda, me lembra de você quando nasceu.
- Olha quem chegou. – Uma voz feminina surgiu na porta e eu olhei. Por ela entrou uma enfermeira trazendo consigo minha filha, toda de rosa parecendo uma boneca.
- Minha princesa. – Christopher a pegou dos braços da enfermeira. – Ei meu amor, olha quem está aqui. – Christopher se sentou na beirada da maca deixando-a de frente para mim.
- Sua filha é o bebê mais tranquilo lá do berçário.
- Posso pegar nela?
- Claro. – A enfermeira subiu a maca para me deixar sentada. – Você precisa amamenta-la.
- Eu não sei fazer isto.
- Estou aqui para ajudá-la querida, não se preocupe. – Assenti e Christopher me passou minha filha. Foi tão gostoso tê-la em meu colo. Apesar de ter os olhinhos fechados, ela resmungava e fazia caretas leves. Vez ou outra ela fazia biquinho.
- Eu vou deixar vocês sozinhos. – Meu pai falou sem graça.
- Papai, não precisa ir se não quiser.
- É um momento de vocês filha. Eu vou ficar lá fora e dispensar os seus amigos, já está tarde.
- Tem certeza?
- Sim, só me digam pelo amor de Deus, qual nome vocês vão dar a ela, porque eu já não aguento mais esperar tanto suspense. – Olhei Christopher. Ele havia escolhido o nome e também me fez esperar até agora.
- Alice, o que acham?
- É lindo. – Peguei a mãozinha da minha filha que estava com luva. – O que acha meu amor? Gosta de Alice?
- Alice... – Meu pai sorriu. – Você tem bom gosto rapaz. A gente se vê.
- Oh mamãe, eu estou com fome. – Christopher falou com a voz de bebê e eu ri.
- Então vamos lá. – A enfermeira me instruiu com a amamentação. Foi doloroso e tardio, mas quando o leite finalmente saiu valeu a pena. Alice sugava com tanta força que chegava a fazer barulho. – De vez enquando tira o seio da boquinha dela, senão ela engasga ok?
- Ok. – Eu fiz isso e ela começou a respirar rápido. – E isso?
- É normal, ela só está recuperando o fôlego. – Ela sorria terna. – Eu vou indo, qualquer coisa chamem um enfermeiro ok? E não se esqueçam de coloca-la para arrotar depois que ela terminar.
- Tá bom, obrigada.
Assim que a enfermeira sorriu Christopher tirou o celular do bolso e antes que eu pudesse dizer algo ele tirou uma foto.
- Christopher.
- O que foi? Minha mãe quer foto dela em todos os momentos.
- Ah meu Deus, eu me esqueci dela.
- Relxa, ela vai pegar o primeiro voo amanhã para vir pra cá, você terá muito tempo para se lembrar dela.
- Muito?
- Ela vai ficar o resguardo todo aqui.
- Você está falando sério? – Ele assentiu. – Então tá né. – Voltei minha atenção em Alice. Ela era tão linda, tão pequenininha. – Acabou né?
- O quê?
- Eu estou cansada, só quero que minha vida seja normal. Que a nossa filha cresça em um ambiente saudável e feliz.
- Eu farei o que estiver ao meu alcance para isso acontecer ok? – Christopher beijou minha cabeça. – Eu vou proteger vocês duas, vou amar e fazer feliz mesmo que isso seja a única coisa que eu puder fazer na vida Dulce. A Alice vai ser a criança mais feliz desse mundo porque tem pais que a amam mais que tudo.
- Eu quero ser uma boa mãe Chris.
- Você já é Dulce. Você foi boa mãe há meses atrás quando disse que não precisava de mim. Se mostrou independente e que era capaz de cria-la sozinha. Você foi hoje mais cedo quando se recusou que ela nascesse antes da hora por medo de acontecer algo a ela, se mostrou há pouco quando acordou e foi procurar por ela e sei que em cada gesto seu você se mostrará a melhor mãe do mundo. – Ele segurou a mão de Alice. – Eu sei que não me preparei pra isso, não comprei nem uma aliança nem nada, mas, você quer se casar comigo? Aceita ser minha esposa e formar uma linda família comigo.
- Chris, a gente já é uma família não?
- Eu sei que papel é apenas papel, mas quero que você seja uma senhora Uckermann, quero que a Alice tenha uma família formal, quero poder registrar no cartório o meu amor por você e receber a benção divina também. Sei que você não acredita em casamento, mas eu quero provar pra você que eu posso mudar sua opinião.
- Chris... – Olhei Alice depois revisei minha vida. Ela merecia isso, Christopher também e eu também. Eu merecia uma vida nova, um casamento, um nome novo.
- Você pode pensar se quiser.
- Eu aceito.
- Como?
- Eu aceito Chris. Eu aceito me casar com você, dar uma família formal à nossa filha, e ser uma senhora Uckermann.
- Ah meu amor. – Christopher me abraçou de lado e Alice resmungou. – Olha só, que ciumenta.
- Fala com o papai meu amor, agora a mamãe é apenas minha.
Autor(a): LaPersefone
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Comentários da Fanfic 153
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nagelarbd Postado em 07/05/2016 - 17:37:15
Tem q ter a parte do casamento
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stellabarcelos Postado em 27/04/2016 - 20:53:34
Own que lindos! Amei muito! Parabéns
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anny_freitas Postado em 11/04/2016 - 23:06:21
ACABOUUU. ....Como assim produção..cadê parti do casório
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tayvondy Postado em 10/04/2016 - 23:35:34
ACABOUUU. ....Como assim produção..
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vondyanny Postado em 10/04/2016 - 22:17:58
Que Lindo Ele Fazendo o Parto Dela *-* Gostei Do Final e Do Nome Da Bebê <3 Parabéns
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LaPersefone Postado em 09/04/2016 - 23:47:47
tayvondy: UAI hrjblsghj
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LaPersefone Postado em 09/04/2016 - 23:47:27
anny_freitas: Continuei :)
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LaPersefone Postado em 09/04/2016 - 23:45:49
vondyanny: Eu entendi, só não lembrava disso kkkkk ela tava bebada jvfdljhg ainda bem que o Ucker já conhecia a peça e perdoou ela :o E que ela foi sincera também né kkkk Rodrigo morreu, Ucker matou ele. Em fim. Tive que finalizar a web de um jeit mais rápido, ou ela ficaria o dobro e tenho mais tres webs pra escrever.
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vondyanny Postado em 08/04/2016 - 21:11:51
Se o Ucker Não Matou o Rodrigo, Eu Mato -_-.. Continua *-*
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anny_freitas Postado em 07/04/2016 - 23:41:27
continua