Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

Não tem mais a gente Dulce. Ou você se esqueceu do que falou comigo aquele dia? Ou melhor. – A olhou. – Você foi tão cruel comigo que se quer teve a audácia de me dizer da sua boca, apenas deixou que o seu amiguinho falasse por você.

Desculpa Rodrigo, mas eu não tive coragem de dizer nada. Literalmente nada. Depois de você me deixar naquela situação eu não queria ver você, ainda mais que eu estava com a cabeça quente. – Mordeu o lábio. – Eu gosto de você Rodrigo, gosto muito e agora minha vida está em uma enorme turbulência. Sua ida para a Alemanha, as coisas que aquela senhora que me colocou no mundo me disse. Está tudo tão confuso. – Encostou-se ao sofá fazendo seu corpo escorregar.

Mas as pessoas não têm culpa de seus problemas e não deveria ficar descontando nelas. – Suspirou.

Rodrigo. – O olhou.

Oi?

Por que não me conta a verdade?

Do que está falando?

Do fato de que eu não acredito nem um pouco que você está indo embora para trabalhar.

De onde você tirou isso Dulce? – Engoliu seco tentando disfarçar seu semblante surpreso.

Em primeiro lugar, eu sei que não é isso e em segundo, por que o meu pai e o Christopher sabem a quase um mês que você está indo e eu não? E pior ainda, por que eles não querem me contar a verdade? – Cruzou os braços esperando alguma reação. Mas que ótimo, o grandalhão estava se saindo um perfeito ator. Dulce mordeu o lábio o fitando na esperança de que percebesse uma pequenina reação de surpresa do mesmo, mas nada foi capitado.

Porque eu pedi que não te contassem. Não queria que você sofresse antecipadamente.

E por tanto preferiu me deixar como a idiota da história?

Não é isso Dul. – Se virou de frente pra ela. – Não foi minha intenção te deixar como a “idiota” da história; - Fez sinal de aspas com os dedos. – Eu te amo muito, e saiba que está sendo duro ter que deixar você. Você é a minha garotinha ok?  - Se aproximou dela. – Sentirei muito sua falta, falta das suas birras, do seu sorriso. – Passou uma mecha de cabelo dela para trás da orelha e a mesma deixou cair uma lágrima. Droga, droga, droga, mil vezes droga! Como poderia ser tão frágil? O que seu coração estava fazendo com ela era loucura. Como pode gostar tanto de uma pessoa, mas sentir seu coração bater forte por outro. Sim! Ela realmente gostava de Rodrigo. Viveram momentos lindos e ele sempre a respeitou. – Não sei quanto tempo vou ficar por lá, e se quer sei se vou voltar um dia, mas peço que nunca se esqueça de mim. – A envolveu em seus enormes braços e Dulce deixou escapar um soluço. – Mas o mais importante, não deixe de viver sua vida por minha causa. Você vai encontrar alguém capaz de te fazer feliz, capaz de te amar o tanto que mereça e até mais. Você é uma menina de ouro. Menina não, mulher. Você cresceu Dul, e sei que será capaz de superar. – A soltou enxugando as lagrimas da mesma. – Você é forte, e sei que vai superar todos os seus problemas. Esqueça por favor, tudo o que sua mãe tem te feito, ela não merece a filha que tem e não sabe o que está perdendo. – Deu um beijo na testa dela.

Não vai embora, por favor. – Implorou segurando fortemente uma das mãos dele. Seus olhos que até então estavam devidamente negros e brilhando devido ao dilatamento de sua pupila, nesse momento estavam esbanjando um castanho amendoado totalmente destacado ao lápis de cor negra que traçava a fortemente a parte inferior de seus olhos.

Eu juro Dulce, não tenho escolha. – Passou a mão pelo rosto fortemente enquanto sugava todo o ar que cabia dentro de seus pulmões e depois os soltou gradualmente.

Por que não? – Fez bico. – Você já é homem o suficiente para decidir o que quer fazer.

Infelizmente não é assim que as coisas funcionam. – Suspirou. – Espero que um dia você me entenda.

Dulce o olhou buscando respostas no olhar do mesmo. Queria muito entender, mas não conseguia. – A que horas você vai?

Rodrigo arrumou o relógio no punho e olhou as horas. – Daqui a exatas 4 horas.

Tem um tempo para mim ainda ou precisa fazer mais alguma coisa? – Mordeu o lábio.

Rodrigo sorriu. – Não tenho nada pra fazer, apenas tenho que estar no aeroporto duas horas antes do voo por ser internacional.

Entendi. – sorriu. – Trouxe algumas guloseimas para a gente comer.

Hm posso ver? – Sorriu.

Fique a vontade. – Se limitou já olhando o grandalhão pegas as sacolas na mesinha de centro e depois colocar no sofá. – Chocolates, marshmallow, ruflles, coca cola, e salgadinhos. – Sorriu. – Você é mesmo uma criançona né?

Ah claro, sou eu quem é viciada em todas estas coisas né? – O fitou cruzando os braços.

 Bobinha. Você sabe bem do que gosto. – Colocou duas latinhas de coca na mesa de centro e depois abriu os pacotes de guloseimas em colocando-os também no mesmo lugar.

Os dois comeram conversando se recordando dos momentos em que viveram juntos. Rodrigo arrancava com um pouco de dificuldade alguns belos sorrisos de Dulce. Depois de se empanturrarem de guloseimas os dois se deitaram abraçados no sofá.

Quem vai cuidar dessa casa agora? – Perguntou a morena envolvida nos braços do grandalhão com a voz um pouco embargada.

Você oras! – Deu um beijo na cabeça da mesma.

Desculpa Rodrigo, mas a partir do momento em que você partir eu nunca mais voltarei aqui. – Se sentou ficando de costas para ele.

Dulce, esse é o nosso cantinho e o fato de irmos embora não significa que não precisa mais voltar aqui. Você já vinha aqui antes de me conhecer e não deve mudar isso. Muito além do “lugar onde nos conhecemos” existe um lugar chamado “abrigo”.

Como pode? – Se virou para ele.

Como pode o quê? – Franziu o cenho.

Eu vinha aqui pra poder ficar sozinha, e você também vinha, e só depois de meses fazendo isso a gente se encontrou?

Não sei. – Sorriu lhe acariciando o rosto. – Promete pra mim que vai cuidar do nosso cantinho?

Prometo. – Sorriu. – Ele me trás boas lembranças e eu me sinto bem aqui.

Assim que se fala. – Sorriu. – Preciso ir me arrumar Dul. – Mordeu o lábio vendo a expressão da morena mudar. – Quer ir ao aeroporto?

Não sei. – Abaixou a cabeça. – Preciso ir pra casa, talvez eu apareça lá.

Rodrigo se sentou e lhe deu um selinho. – Tudo bem.

Não fique na espera, talvez eu vá, talvez eu não vá. – Mordeu o lábio e depois suspirou.

Ok! – Se levantou. – Agora vou indo, já está um pouco tarde e tenho que ir em casa me arrumar. – Estendeu a mão e Dulce se segurou para se levantar. – Obrigada por ser tão especial pra mim ok? – A abraçou forte fazendo os pés da morena se soltarem do chão. – Te amo muito minha linda. – Deu um beijo no cabelo da mesma. – Te cuida. – A soltou e Dulce ficou imóvel. Não conseguia fazer nada além de olhar o grandalhão desaparecer pela enorme porta de madeira.