Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

Três dias se passaram, e Dulce teria de voltar à sua rotina. Levantar cedo, ir para a faculdade, e ao contrário do que desejava fazer, ela sempre voltava para a casa após o términio da aula. Seus amigos deram espaço à ela, ao contrário de Arthur que estava sempre com ela. Estavam se tornando “amigos de infância”. A faculdade estava começando a ficar complicada, com deveres de casa, trabalhos, anotações, etc.

Era quarta-feira à tarde e Dulce estava fazendo um dever de casa. A chuva caía frequentemente no esterior da casa e o dia estava em uma temperatura media-baixa. Estava completamente concentrada em suas apostilas e em seu computador quando seu celular tocou. Olhou o visor para ver quem era e ao verque era Christian resolveu ignorar, a final, porque motivos eles lhe ligaria aquele horário em plena quarta-feira de tarde? Ela já não estava falando muito com ele devido à aproximação de sua mais nova amiga Amy. Viviam grudados, e Dulce não estava gostando nada disso, embora a garota estivesse lhe oferecendo toda sua simpatia. Sim! Christian era o seu amigo, o seu irmão, e só ter que dividí-lo com seus amigos já lhe causava certo ciume, e agora com essa nova garota ela se mordia de ciumes. Pensou algo como “por que não liga pra sua amiguinha?” e depois voltou seu pensamento aos estudos. No domingo em que fora visitar Christopher, prometeu a si mesma quemudaria. Prometeu que desapegaria de tudo, que não iria sofrer por mais nada. E o principal, decidiu de vez não deixar Christopher entrar em seu coração. Já havia sofrido de mais com a misteriosa ida de Rodrigo para a Alemanha. Sentia um aperto no peito sempre que se lembrava das palavras “Adeus” e “Me Perdoa” provindas ao longe, da boca do Grandalhão. A final, porquê ele lhe disse isso? Por que motivos ele lhe pediu perdão? E  por que motivos ele disse adeus? Será que não voltaria? Teria feito algo tão grave a ponto de não poder retornar nunca mais? Já estavam completando quatro dias desde que Rodrigo havia partido e se quer um e-mail ele lhe enviou com notícias. Mais três toques no telefone e a morena o desligou. Não queria falar com Christian. Sabia que iria vir algo sobre a sua nova amiguinha, e Amy era a pessoa que Dulce menos queria ver ou ouvir falar sobre naquele momento.

Depois de mais algumas horas, concluiu seu trabalho da faculdade e depois de um banho completamente relaxante, vestiu um pijama de frio não muito quente, e deitou-se para descançar um pouco a mente, já que o trabalho que fizera a algumas horas antes não estava fácil. Tentou dormir, mas sua mente estava a mil por hora. Tudo o que lhe estava acontecendo. A ida de rodrigo, o odio de sua mãe, a quase morte de Christopher eram as coisas que mais tinham lhe perturbado. Pensou consigo mesma: “Chega disso María, você é forte. Cadê aquela garota maloqueira que tinha aí hein? Que tal você a liberar novamente? Ou melhor, que tal você mudar? Uma Dulce maloqueira, porém diferente. Foque nos seus estudos. Tem apenas dois anos pela frente, e logo será liberada de tudo. Terá sua vida e ninguém poderá te impedir de nada. Nem seu pai, nem o Retardado Imbecil do Pudim de Calabresa. Mostre a todos que você é forte e que não precisa se trancar entre quatro paredes. Seus amigos te querem de volta, e é isso que vão ter. Então, me agurdem!” Dulce virou-se de bruços na cama, mantendo o rosto virado para a janela observando a chuva calma que caía ao lado de fora. Desta vez focou seu pensamento no seu futuro. Imaginou morar na Espanha, onde sempre sonhou em viver o resto de sua vida, ter uma linda filha, e o marido dos sonhos. Espere aí. Marido dos sonhos? Dulce não pode evitar uma gargalhada de si mesma. Talvez um namorado a quem pudesse lhe dar uma filha, a final, se casar não era pra ela. Nunca acreditou em amor verdadeiro. Para ela todos esses apertos no coração, aceleramento dos batimentos cardíacos e arrepios não passavam de momentos. Dulce adormeceu com seus loucos pensamentos. Alguns risos entre algum pensamento e outro e até mesmo alguns certos palavrões por pensar em coisas que ela sempre renegou.

Acordou por volta de 7:40 da noite, e depois de lavar o rosto e dar um jeito em seu cabelo, desceu para comer algo. Ao descer as escadas, deparou-se com Christian e Anahí sentados no sofá. Ficou os olhando por alguns leves segundos, mas o silêncio fora interrompido pela voz de Anahí. – Finalmente acordou em dona María. – Colocou uma mão na cintura. – Não atende mais o celular, é?

Além de não atender, ainda desliga. – Falou Christian depois de se lavantar. – Fiquei preocupado com você Ardilla. – Deu a volta pelo sofá e seguiu até ela, na tentativa de abraçá-la, mas a mesma recuou o encarando enfurecida.

Fica longe de mim Christian. – Falou séria e tanto Christian como Anahí a olhou sem entender.

Posso saber o que fiz dessa vez? – Franziu o cenho enquanto parava com as pernas abertas e os braços cruzados em frente a ela.

Não te devo satisfações. – Deu de ombros. – Oi Anny. – Sorriu para a amiga. – Desculpa não atender, foi você quem ligou?

Na verdade foi o Chris, mas a meu pedido. – Se levantou arrumando os cabelos.

Perdão, eu estava ocupada, e depois fui dormir um pouco. A faculdade está começando a ficar puxada. – Mordeu o labio inferior.

Tudo bem. – Sorriu.

Aconteceu alguma coisa? – Foi até Anny deixando Christian plantado como se ele nem estivesse ali.

É... – Mordeu o lábio. – Sim.

O que houve? – Perguntou fazendo pouco caso.

Anahí se sentou no braço do sofá mirando Christian que agora as olhava de longe. – O Ucker acordou.

Dulce a olhou. Sentiu seu coração saltar dentro do peito, mas depois do que decidiu que faria antes de dormir, não poderia demonstrar nada. Encheu o peito de ar, e depois falou friamente. – Que bom! – Deu de ombros mirando o chão. - Era só isso?

Anahí arregalou os olhos azuis sem entender a reação fria da amiga. – Como só isso? – Perguntou incrédula. – Dulce, ele acordou do coma, hello! – Estalou os dedos na frente dela na tentativa de acordá-la para a vida.

E? – A olhou. – Isso é bom pra ele, não tenho nada a ver com a vida daquele ser.

Dulce, é você mesma? – Franziu o cenho.

Ao vivo e a cores Tinker Bell.

Não acredito que você reagiu assim.

E queria que eu reagisse como? – Perguntou friamente. – Que eu desse cambalhotas de felicidade? Que eu saísse gritando por aí que ele acordou? – Usufruiu de sua amiga ironia. – Desculpa dona Anahí, mas essa garota aqui – Se auto-apontou. – não faz esse estilo ok?

Mas... mas... – Tentou dizer mas Dulce a interrompeu.

Mais nada. – Sorriu sínica. – A Dulce María Saviñon está de volta. – Falou “orgulhosa”. – Já comeu?

Estou sem fome. – A olhava fixamente ainda incrédula e Christian olhava do outro lado da sala segurando o riso. Sim! Ele conhecia Dulce perfeitamente, e mesmo se ela fosse uma atriz profissional ela jamais o enganaria.  – Não quer ir no hospital?

Fazer o quê lá? – Perguntou  sem muito interesse enquanto olhava um vaso perto da porta no hall da entrada.

Fazer um streep tease na recepção. – Usufruiu da ironia.

Olha. – Colocou o dedo indicador no queixo fingindo pensar. – Até que não é uma má ideia, mas nesse momento prefiro ir dar uma caminhada no deserto saara, é mais interessante. – Sorriu sínica e Anahí revirou os olhos.

Não vai mesmo? – Perguntou ignorando o comentário idiota da amiga.

Não! – Se limitou. – Vou comer alguma coisa, é mais importante. – Deu de ombros. – Quer comer comigo?

Não, obrigada! Vou ir visitar meu amigo e saber o motivo dele ter tentado se matar. – Falou jogando uma hipe direta em Dulce. – Talvez minha presença não seja a mais apropriada, mas já que ele não pode ter o que deseja nesse instante, vou fazer o meu papel. – Falou pegando a bolsa no sofá. – Vamos Chris? – Ele assentiu sem olhar Dulce. – Até mais ver. – Olhou Dulce pela ultima vez incrédula com o que acabara de ouvir, e depois saiu com Christian batendo a porta.