Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

Dulce acordou com a campainha tocando insistentemente. Estava sozinha em seu quarto, coisa que não acontecia desde o dia de seu aniversário.

Não havia tido mais nenhum surto, mas Fernando temia que voltasse a acontecer. Sempre tinha alguém para ficar com ela, e até mesmo para usar o banheiro ela havia sido proibida de trancar a porta.
Levantou-se e do mesmo jeito que estava saiu do quarto, desceu a escada e foi abrir a porta.

- Senhorita Saviñon? - O homem que estava na porta, trajava terno preto em perfeita condição, um cabelo com tanto gel que Dulce chegou a ficar enjoada. Ele a olhou por alguns milésimos de segundos e desviou o olhar.
- Pois não.
- Entrega para a senhorita. - O homem lhe entregou um envelope cor de carne e com ele algo para que ela assinasse. Ela assinou e entregou o papel a ele. - Obrigada. - Ele se retirou e Dulce fechou a porta em seguida.

Ela foi até a sala enquanto rasgava o envelope. Dentro dele havia uma intimação para comparecer ao Tribunal de Justiça. Ficou atônita ao ler do que realmente se tratava. Seu pai estava começando um processo contra Blanca por danos morais e psíquicos.

Ela foi caminhando até a cozinha lendo e relendo na certeza de que estivesse lido corretamente. Nunca lhe contaram com detalhe o que realmente havia acontecido no dia do seu aniversário. A última coisa que se lembrava era de cortar o bolo. Daí pra frente mais nada. Uma perda recente de memória era o que os milhões de exames indicavam. Talvêz fosse melhor assim. Era tortura não se lembrar, mas seria pior aind se lembrar de cada detalhe. Só de olhar para seu braço que agora estava começando a cair os pontos, ela já sentia um aperto no peito.

- Você está aqui. - Era a voz de Christopher.
- Onde estava? Não tinha ninguém em casa. - Ela estava parada perto da geladeira ainda olhando para o papel.
- Estava tomando banho. Ouvi a campainha, você atendeu?
- É... - Ela suspirou e se virou para encará-lo. Ele estava com um moletom cinza, uma chinelo pantufa, meias e os cabelos úmidos.
- Eu vou preparar algo pra você comer, está na hora dos seus remédios.
- Eu não preciso de remédios. Estou cansada de viver praticamente dopada, eu estou bem Alexander. - Falou decidida.
- Sabe que o médico falou pra você tom... - Dulce o interrompeu.
- Ele não tinha que ter feito isso. - Jogou a intimação e o envelope em cima do balcão.
- O que é isso? - Christopher deu alguns passos até o balcão e deu uma lida. - Ah. Bom, ele sabe o que está fazendo.
- Não, ele não sabe. Ele sequer me perguntou o que eu queria. Estão me tratando feito uma criança, eu não sou mais uma criança. Eu não quero que me escondam nada, quero que vocês tenham punho forte e me façam acordar para a realidade quando eu estiver em um mundo de fantasias. - Ela se sentou em uma cadeira. - Eu não preciso de um psiquiatra também. Não quero ir mais àquelas consultas inúteis que não me ajudarão em nada.
- Tudo bem se não quiser pequena.- Ele deu a volta na mesa e a abraçou por trás.
- Às vezes eu tenho vontade de beber. Beber até dar uma overdose e morrer. Nada do que eu faça e continue viva me fará esquecer isso. - Olhou o braço que tinham marcas feias.
- Não fala assim. - Ele massageou os ombros dela. - É melhor tomar seus remédios, você fica bem mais tranquila com eles. - Ele foi até o armário, pegou uns três cumprimidos e depois pegou um copo com água no bebedouro e entregou a ela. - O médico dirá quando você vai parar de tomá-los, mas por enquanto seja uma boa garota. - Dulce pegou os remédios sem vontade alguma, os jogou na boca e em seguida os engoliu. - Vou preparar nosso café da manhã, o que quer comer?
- Tanto faz. - Ela ainda olhava a intimação.
- Isso eu não sei fazer. - Dulce deixou escapar um sorriso. - Mas posso preparar ovos mexidos com bacon, panquecas com mel, e um suco de laranja e cenoura, o que acha?
- Não sabia que cozinhava.
- Nada que uma vídeo aula não ajude mocinha.
- Espero que fiquem bons, porque sinceramente, eu estou morrendo de fome. - Ela se levantou. - Eu vou escovar os dentes, lavar o rosto e pentear esse cabelo que está mais parecendo uma palha de aço.
- Christian quer vir almoçar aqui. Ligou dizendo que está sentindo sua falta, já que vocês não se falam desde o último dia antes do recesso.
- Eu vou ligar pra ele lá em cima. - Desviou o olhar.
-Ei, vem cá. - Ele a puxou pela cintura e lhe roubou um selinho. - Se cuida, e não demora pra gente tomar café.
- Ok. - Ela o abraçou forte. - Eu te amo muito.
- Também te amo pequena. - Ele beijou a cabeça dela depois a soltou para que ela pudesse ir.

Dulce demorou mais de meia hora para tornar a descer. Uma meia hora longa para Christopher, que queria poder confiar nela.Tinha tanto medo que ela cometesse alguma besteira que conseguiu queimar os ovos. Ele odiava deixá-la sozinha.

- Onde foi o meu pai? - Dulce perguntou chegando praticamente renovada na cozinha. - nossa, o que você queimou?
- Os ovos, mas já estou preparando outros. Pode me ajudar colocando a mesa??
- Claro. - Ela se limitou e foi colocar a mesa para os dois. - E a tia Lu? Onde está?
- Foi fazer comprar, não deve demorar. Ela saiu bem cedo achando que você demoraria a acordar. - Ele pegou a frigideira e levou até os dois pratos com bacon em cima do balcão e dividiu os ovos nos dois. Christopher terminou de fazer o café da manhã e os dois começaram a comer. - E aí?
- Está muito bom. - Ela respondeu com a boca cheia de panquecas. - Meu bacon acabou. - Levou o garfo ao prato dele e lhe roubou uma pequena fatia de bacon.
- Você está comendo feito um furacão.
- Eu estou com fome, me deixa.
- Ok. - Ele a olhava comer. Pelo menos ela não havia deixado de comer e isso era bom. Christopher tomou o último gole de seu suco e ficou a observando. - Você ligou para o Christianw
- Liguei. Ele disse que vem pra gente pedir comida japonesa.
- Odeio Sushi.
- Eu sei.
- Sabe?
- Sim. Você vomitou quando tentou comer, ou acha que me esqueci disso. - Ela riu depois deu a última garfada em seus ovos mexidos. - Disse a ele que prefiro comida italiana.
- Dulce Maria trocar Sushi por Massa? - Ele perguntou incrédulo. - Não precisa fazer isso por minha causa, eu posso me virar aqui.
- Eu não quero Sushi. Estou com vontade de comer Massa.
- Bom, podemos pedir Yakisoba, sei que você adora, e eu também gosto muito.
- A gente mal terminou de tomar o café e já estamos pensando no que iremos almoçar. - Ela negou. - Depois a gente decide isso.
- Vamos ver um filme?
- Pode ser.


Eles ficaram mais alguns minutos conversando e foram para a sala de TV, ligaram a TV e procuraram um filme interessante na TV a cabo. Deitaram juntos na cama de gato e ficaram ali assistindo em silêncio. Christopher com Dulce envolvida em seus braços, lhe acariciando os cabelos.

Quando o filme estava quase acabando e Dulce estava cochilando devido aos remédios que havia tomado a campainha tornou a tocar. Christopher se levantou com cuidado tentando não acordá-la e foi abrir a porta.

- Eu estou com fome, já pediram a comida?
- Fala baixo. - Christopher tapou a boca dele. - Ela acabou de dormir.
- Como assim? Isso não é hora de dormir.
- São os calmantes.
- Ah tá. - Ele entrou e foi até Dulce. - Ei Chucky, acorda aí vai. - Cutucou Dulce.
- Você não tem concerto Christian.
- Me deixem. - Ela escondeu o rosto embaixo da almofada.
- E aí? Como está? Senti saudades sua, você desapareceu, não deu mais notícias pra gente.
- Você foi ligado na tomada, é? - Dulce se deu por vencida e se sentou. Estava com cara de sono.
- Sou movido a energia solar, você sabe disso. - Ele apertou a bochecha dela e ela bateu na mão dele.
- Você pintou o cabelo. - Ela semicerrou os olhos o encarando. Christopher saiu sem falar nada, pelo menos ele não a deixaria sozinha - Não gostei, quem foi que lhe deu autorização pra voltar ao cabelo natural?
- Ah para, estou bem assim. Foi ideia da Amy.
- Tinha que ser. - Ela revirou os olhos.
- Ciumenta. Sabia que ia ficar brava, mas fala sério, eu estou gostando de mim assim, menos artificial. Estou pensando até em dar uma mudança no meu closet, o que acha?
- É impressão minha ou está tentando agradar aquela garota?
- Eu? - Ele se apontou. - Não, claro que não.
- Se vai resolver voltar para o armário, me avise com antecedência. - Ela deu de ombros.
- E se eu não avisar?
- Eu costuro seu orifício com fios de cerca elétrica. - Ela beliscou a barriga dele.
- Isso iria doer muito, não seja assim tão má mocinha. - Ele a abraçou. - Como você está?
- Estou bem. Só um pouco chateada, mas estou bem. - Se soltou dele e voltou a se deitar.
- Chateada? Aconteceu algo?
- Meu pai resolveu processar aquela mulher, sem nem perguntar o que eu queria.
- E o que você quer?
- Esquecer tudo isso. Só isso, mais nada. Não quero dar motivo para ela me odiar mais ainda, se é que isso é possível.
- Fala isso com ele então.
- Vou falar. - Ela abraçou uma almofada. - Cadê o Christopher?
- Foi lá pra dentro eu acho. - Ele se deitouao lado dela. - Posso fazer uma pergunta?
- Pode.
- Mas quero que me responda com sinceridade.
- O que foi? - Christian a olhou e ela ficou esperando a pergunta.
- Está rolando algo entre vocês dois não é?
- Christi...
- Vocês mudaram muito um com o outro, todo mundo percebeu isso embora ninguém comente nada.
- Tudo bem. - Ela suspirou. - Acredito que logo todos vão saber mesmo.
- Então é verdade?
- Sim. Estamos juntos já faz um tempo.
- E porque não falam pra ninguém? Está com medo de que zoem você?
- Não é isso. É a Anny sabe. Ela e o Poncho.
- Sei sim. Ele está todo estranho de um tempo pra cá, não entendi nada.
- Ah se você soubesse um terço da missa. Vem tempestade por aí, sinto isso.
- Tempestade? Ainda tem medo disso Maria? Já devia ter passado.
- Não Christian, bom, eu tenho medo sim, mas não é disso que estou falando. - Ela negou rindo da cara do amigo. - Olha, tantos anos tingindo o cabelo afetou seu cérebro amigo.

Dulce lhe explicou, detalhe por detalhe o que estava acontecendo. Desde o dia em que eles se beijaram pela primeira vez. Christian ficou se fazendo de chateado por ela não ter lhe contado todo esse tempo. Ele era seu melhor amigo, e até Arthur que nem era tão amigo assim sabia da história. No fim de tudo eles pediram comida e almoçaram vendo TV. Cristian passou todo o dia na casa dela.

Lêh: Tenho fic aberta desde sei lá quantos anos e nao terminei ainda por falta de comentários. É horrível postar para o vento. Você não sabe se a pessoa está gostando ou não, não sabe nem se estão lendo. Parei de ler por isso, eu comentava tudo que eu lia, mas ninguém comentava mais nas minhas, aí parei de ler. 

anny_freitas:Não sou má.  Maus são os que lêm e não comentam, mais conhecidos como leitores fantasma.

Lunacandy: Bem vinda gata. Eu nem sei quando foi que comecei a escrever essa fanfic, mas tem muuuito tempo. Já fugi várias vezes do que eu realmente queria escrever, mas sempre estou tentando voltar pra não me perder. E sim, a dona Blanca é uma vaca mal amada. Apronta e desconta na filha que não tem culpa de nada.

Taina_Vondy: Bem vinda :) Ucker é um fofo né? Vontade de morder. Ele morre e mata pela Dulce se precisar.