Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

- Dulce, acorda. Acorda. - Christopher a enchia de beijos. - É natal.
- Sai de cima de mim. - Berrou, embora a voz estivesse sonolenta. Abriu os olhos e encarou o relógio à sua frente. - Christopher, são seis e meia da manhã.
- Eu sei, eu sei. Acorda vai, quero abrir presentes.
- Você está tendo a mesma reação que tive até meus oito anos de idade caramba. Te contaram que papai noel não existe?
- O quê? Claro que existe. - Ele se sentou colocando a mão sob a boca e arregalando os olhos. Dulce começou a rir.
- Palhaço.
- Você acabou de estragar minha infância Dulce. - Ele pareceu chateado. - É sério, acorda. Minha mãe e meu pai vão chegar logo, quero que você vá comigo no aeroporto buscá-los.
- Tia Alê e tio Victor. - Ela abriu um sorriso. Não os via desde o natal passado. - Eles irão tomar um susto quando ver nós dois juntos. Não deixamos meu pai falar.
- Por isso quero que você vá, quero fazer uma surpresa a eles.
- Tudo bem. - Se sentou se dando por vencida. - A Anny ainda está dormindo?
- Está sim. Ela foi dormir bem depois de você e seu pai, sabe como ela está né.
- Imagino como esteja. É o primeiro natal dela longe dos pais. - Se levantou indo em direção ao banheiro. - E a Luna?
- Aquela maluca? Está apagada lá no sofá. - Christopher se deitou na cama dela. - Sabe o que ela me pediu?
- O quê?

- Pra apresentar seu amigo pra ela.
- O Arthur? - Dulce voltou até a porta para o olhar. - Ele é velho de mais pra ela, nem pense. - Voltou novamente para o que estava fazendo.
- Não acha que sua irmã é bem grandinha pra você ter ciúmes dela dessa forma? E outra, você diz que ele é boa pinta e tudo mais, então ele seria um bom cara pra ela não é? Ou prefere ela com um garoto que você sequer conhece?
- Ah, não sei. Vou pensar no assunto.
- Eu olho pra ela e vejo você há quatro anos atrás. Você ficava com uns caras, que olha, vou te contar viu.
- Gosto de homens experientes.
- Percebi.

Em pouco mais de uma hora os dois estavam no aeroporto, na saída do desembarque de vôos nacionais esperando os pais de Christopher. Uma manhã gelada, porém ensolarada. O aeroporto estava um pouco vazio devido ao feriado do Natal. Poucas pessoas viajavam nessa época.

- Eles vão demorar? - Dulce perguntou ainda sonolenta.
- Não. Já está passou da hora do vôo chegar, deve ter atrasado um pouco. - Ele arrumou uma touca branca na cabeça dela. - Você está parecendo um ursinho com esses agasalhos.
- Eu sou um urso. - Ela o abraçou. - Você está gordinho com essa blusa.
- Só a blusa né.
- Hurrum. - Selou os lábios dele. - Eu estou com fome.
- Eu também.
- Você nem me deixou tomar café da manhã, e eles ainda nem chegaram.
- Vamos tomar café todos juntos amor.
- Está com muita saudade deles?
- Estou.
- Eu invejo você, sabia? - Ela desviou o olhar. - Eu queria ter a sua vida.
- Para com isso.
- Mas é a verdade. - Ela deu de ombros.
- Eu estou vendo bem? Estou vendo bem? - Era a voz de Alexandra. Christopher e Dulce olharam para onde vinha a voz. - Victor, diz pra mim que eu não estou sonhando.
- Parece que não Alê. - Victor e Alexandra traziam consigo duas malas.
- Papai. - Christopher se soltou e abraçou o pai. - Mamãe. - Abraçou a mãe. - Ai, que saudade de vocês? Como estão? Fizeram uma boa viagem?
- Estamos bem querido. E você? Como está? - Ela acariciou o rosto do filho. - Você quase nos matou de preocupação sabia? E o pior é que nem conseguimos vir pra ficar contigo.
- Já passou mamãe. - Ele ficou sem graça.
- E você minha querida. - Dulce a abraçou. - Como tem andado? Soube que tem dado um pouco de trabalho para o meu filho.
- Mamãe. - Christopher a repreendeu.
- Tudo bem. - Sorriu envergonhada. - Ei tio Victor, como está? - O abraçou também.
- Estou bem, mas, me conte melhor sobre isso que acabamos de ver? É realm? - Dulce encarou Christopher, suas bochechas estavam agora tão vermelhas como a ponta de seu nariz.
- É sim.
- Eu nunca pensei que isso poderia acontecer, mas olha, estou muito feliz por isso. - Alexandra tagarelava animada. - Tem muito tempo? - Christopher pegou a mala da mãe e os quatro foram para o estacionamento.
- Um pouco. Nós queriamos fazer uma surpresa.
- Uma surpresa e tanto. Estou estarrecida com essa novidade.
- Mamãe e suas palavras cultas. - Christopher riu desativando o alarme e destravando o carro e depois colocando as duas malas dentro. Alexandra e Victor entraram nos bancos de tras e Dulce no da frente.
- Não me lembrava de como era linda a Cidade do Mexico. - Falou assim que passaram pelo Anjo da Independência.
- E como vai tudo por lá tia Alê?
- Tudo tranquilo como sempre. Te falei que a Natália vai se casar filho?
- Não. - Ele se limitou. Dulce o olhou de lado. Natália era a namorada dele antes dele ir cuidar dela.
- Pois é. Uma boa garota ela, eu super apoiava vocês.
- Mamãe, ela é passado, minha namorada agora é a Dulce.
- Oh, perdão querida. Não que eu não apoie vocês dois, claro que não. Eu super apoio, de verdade.
- Mas e aí Dulce. - Victor interrompeu. - Como tem ido os estudos?
- Bem. - Ela olhou para fora.
- Vocês pretendem se casar?- Alexandra eprguntou e Dulce arregalou os olhos. Casamento era algo que jamais passara por sua cabeça. - Bom, sei que hoje em dia é diferente, mas acho que deveriam se casar e me dar um monte de netinhos, antes que eu fique velha e não possa mais brincar com eles. Imagina só, uma mini Dulce correndo por aí, ou um mini Christopher, vai ser a coisa mais linda do mundo não vai amor? - Christopher e Dulce se encararam através do retrovisor.
- Não me lembro mais como é essa cidade, parece que mudou muita coisa por aqui não é?
- Não que eu tenha percebido papai. - Seguiu-se um silêncio constrangedor dentro do carro até chegarem na casa de Dulce.
- Fernando. - Alexandra fora a primeira a saltar do carro e ir até ele que saíra na porta. - Como tem estado? Oh, Lunna querida. - Lunna apareceu com a cara amassada, provavelmente tinha acabado de acordar. Fernando saiu em seguida.
- Não liga pra ela, sabe como ela se empolga quando vem pra cá.
- Tudo bem, eu gosto do jeito dela. - Dulce sorriu.
- Eu levo as malas, pode entrar.
- Ok. - Ela abriu a porta e Christopher segurou a mão dela. - O que foi?
- Nada.
- Eu te amo tá?
- Eu também te amo. - Ele selou os lábios dela. - Vou ver se a Anny acordou e se precisa de algo.





- Anny. - Chamou-a da porta. -Posso entrar?
- Entra Dulce. - Dulce abriu a porta e não a viu. - Cadê você?
- Aqui. - Dulce foi até o banheiro.
- Está tudo bem?
- Está. Só um pouco enjoada. - Ela lavou o rosto.
- Os pais do Christopher chegaram.
- Ok. - Ela voltou para o quarto. - Poncho acabou de me ligar.
- Sério? O que ele queria? - Dulce se sentou.
- Falou que mais tarde passa aqui. Só isso.
- Já é alguma coisa.
- Provavelmente apenas pra saber algo sobre o bebê, mas não tenho nada pra falar sobre isso. A primeira consulta vai ser apenas depois do ano novo, então...
- Talvêz ele queira ir com você.
- Até parece. Desde aquele dia ele nunca mais falou com nenhum de nós, sabe disso.
- Conhece o Poncho Anny. Ele é durão na queda mas depois ele se amolece.
- Dulce querida, onde você está? - A voz de Alexandra surgiu no corredor.
- Estou aqui tia Ale.
- Oh. Olá Anny, como você está?
- Bem. - Anny forçou um sorriso.
- Ai, que carinha é essa? É natal menina, anima.
- É... é natal. - Ela se afundou na cama.
- Nós vamos tomar café agora Anny, você não vem?
- Podem ir vocês, depois eu como alguma coisa.
- Tem certeza?
- Harram.
- Ok.Mas não deixe de comer, está me ouvindo? - Ela assentiu. Dulce e Alexandra saíram do quarto, Alexandra sem parar de falar um minuto.
- Então, me diz mais sobre você e meu filho. Como foi que descobriram que se gostavam?
- Eu não sei. Apenas rolou.
- Apenas rolou. - Ela deu uma risadinha e Dulce suspirou buscando um pouco de paciência.
- Vocês dois já dormiram juntos? - Dulce arregalou os olhos. - Ah, qual é, não precisa se envergonhar. Ele é bom de cama? Se for como o pai dele, deve ser maravilhoso. - As bochechas de Dulce coraram. Ela tentou falar algo mas todas as palavras sumiram de sua boca. - Vocês estão tomando os devidos cuidados? Sabe como é né? Primeiro casamento, depois filhos.
- Não acho que eu queira falar sobre minhas relações íntimas com seu filho tia Alê. - Dulce falou por fim. - E quanto a casamento, acho que ainda é muito cedo pra falarmos nesse assunto não acha?
- Nunca é cedo querida.
- Sim, é muito cedo, acredite. - Dulce apressou os passos e foi novamente para o andar de baixo, onde seus avós, seu pai, sua irmã, Victor e Christopher conversavam animadamente.
- Ei meu amor, vem aqui. - Christopher deixou um espaço pra ela ao seu lado e ela se sentou ali. - Ei, o que foi?
- Não é nada. - Encarou Alexandra que conversava agora com o pai dela animadamente. A campainha tocou.
- Eu atendo. - Lunna se prontificou e foi até a porta. - Ah. - Gritou e saiu correndo. Todos olharam assustados e então a pessoa entrou, trazendo um embrulho em suas mãos.
- Arthur. - Dulce sorriu animada e foi até ele o abraçando.
- Feliz Natal Dulce. - Ele a apertou em seus braços. - Aquela é a sua irmã? - Ele olhou por cima dos ombros de Dulce luna desaparecer escada a cima. - Porque é que ela saiu correndo?