Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

Acordei já passava de uma hora da tarde. Minha cabeça latejava, meu corpo doía e tudo que eu conseguia me lembrar do dia anterior era de um choro de bebê, um par de olhos castanhos à minha frente, e das mensagens no celular de Christopher.

Liguei meu celular e logo começou a chegar mensagens na caixa postal, torpedos e ligações perdidas.

Levantei-me com certa dificuldade e caminhei aé o banheiro. Tirei o vestido agora completamente amassado, minha lingerie e me enfiei em baixo da ducha fria. Terminei de tomar banho, me enrolei em um roupão, e me sentei na cama tentando me lembrar passo a passo do meu dia anterior. Olhei para meu celular e vi que ele estava tocando.

- Alô. - Atendi com a voz fraca.

- Chucky, pelo amor de Deus, onde você está? - Christian parecia bravo.

- Tem alguém com você?

- Não. Eu estou indo pra sua casa Dulce. Seu pai está desesperado atrás de você.

- Estou no meu apartamento.

- Ele disse que foi aí e disseram que não viram você. - Me calei um minuto e me lembrei que eu havia pedido isso.

- Vem pra cá? Só não fala onde estou pra ninguém.

- Tudo bem, logo chego aí.

Me encolhi na cama e fiquei pelo vidro da sacada tentando recaptular tudo, mas tudo que eu me lembrava vinha em pequenos flashs. Pietro tinha nascido, eu tinha certeza, mas a única coisa que consigo me lembrar é do choro dele. A formatura dos meus amigos também tinha sido no dia anterior e não fui à festa, porque estava chateada com Christopher. Pensar nisso me fez lembrar que o motivo de tudo isso foi algumas mensagens de texto no celular dele.

Minha cabeça latejou quando o interfone tocou. Levantei-me, fui até ele e autorizei a entrada de Christian. Deixei a porta destrancada e voltei para minha cama. Ouvi quando ele entrou no apartamento.

- O que eu faço com você hein? - Christian perguntou quando entrou no quarto. - E não me faça essa cara, estou muito bravo contigo.

- Fala baixo, minha cabeça está doendo. - Resmunguei.

- Isso está me cheirando a ressaca. - Ele se sentou na beirada da minha cama. - Veste alguma coisa pra gente poder conversar. Eu vou ali ver se compro algo pra você comer.

- Não quero nada. - Resmunguei.

- Vai me dizer o que está acontecendo?

- O Christopher não contou nada?

- Não. Ele está súper chateado e não diz pra ninguém o que está acontecendo.

- Admitir o erro é difícil mesmo.

- O que está falando?

- Das mensagens que encontrei no telefone dele. - Minha voz falhou e eu me encolhi. - Está doendo tanto Chris.

- Você está querendo dizer que ele te traiu? - Assenti. - Tem certeza disso? VocÊs conversaram?

- Eu não quis nem ouvir o que ele tinha a dizer. As mensagens eram claras Christian.

- Pode ter sido uma confusão, Dulce. - Ele se aproximou acariciando meu cabelo.

- Estavam direcionadas ao nome dele Christian, não pode ser apenas uma coincidência.

- Você precisa conversar com ele Dulce. Ficar chorando e se afastando da gente não vai resolver o problema. - Christian se deitou ao meu lado e me puxou para seus braços.

- Eu não quero vê-lo. Nunca mais. - Enxuguei o rosto.

- Você quem sabe.

- E como está a Anny? - Mudei de assunto.

- Preocupada com você, mas está bem. O Pietro também. É uma graça ele.

- Hmm. Talvêz mais tarde eu vou ir vê-la. Ela vai ficar até quando no hospital?

- Até amanhã a tarde. Precisa ficar 48 horas lá.

- Entendi.

- Você comeu alguma coisa?

- Não.

- Então se levanta, veste uma roupa e vamos lá pra minha casa.

- Eu não quero comer.

- Não estou perguntando. Me obedeça ou eu digo pro Christopher vir aqui te dar um trato.

- Não. Ele não. - Me sentei fazendo cara feia e Christian riu.

- Anda logo vai. Faz um tempão que você não vai na minha casa.

- É... eu sei. - Me levantei. - Minhas roupas estão um horror. Não tive nem tempo de arrumar nada.
- Não tem problema. Veste um short jeans, uma regada e uma rasteirinha.

- Eu devo estar horrívl né? - Ele assentiu. - O pior é que eu nem consigo me lembrar o que eu fiz ontem a noite. Acordei com um vestido todo amarrotado. Devo ter ido a algum lugar. - Procurei uma oupa na minha mala.

- Como assim?

- É... eu estou apenas com alguns flashs de ontem, e quanto mais tarde, mais difícil de se lembrar. - Parei um pouco olhando a parede. O par de olhos se fixou em minha mente. - Eu acho que fiz merda Christi.

- que tipo de merda?

- Eu não sei. Eu me lembro de dois olhos à minha frente, mas não me lembro de quem e muito menos o que eu fiz. - Me arrepiei. Corri até o banheiro e me olhei no espelho. Levantei meu cabelo e vi o quanto meu pescoço estava marcado. - Ah meu Deus.-

- O que foi?

- Droga, droga. Eu não posso ter feito isso, não. Não posso. - O pavor tomou conta de mim. Me senti péssima com isso.

- Feito o quê? - Fechei meus olhos e consegui me lembrar de tudo. Instantâneamente comecei a chorar. Christian que agora estava parado na porta do banheiro me olhando.

- Eu fiquei com um garoto. Eu não devia ter bebido, mas que ódio.

- Ei, também não é pra tanto.

- Christian, eu fiz sexo com um caraque eu nunca vi na minha vida e sequer sei o nome dele. - Falei entredentes e ele earregalou os olhos.

- Está falando sério? - Assenti. - Vocês pelo menos usaram camisinha?

- Claro né. Mas o que importa? Eu estou me sentindo um lixo por isso. - Me sentei sobre o tampo do vaso sanitário.

- Não se culpe assim também. Estava bêbada e nunca responde por si quando está.

- Eu estou me sentindo horrível.

- O cara era bonito pelo menos? - Ele deu um sorriso sapeca.

- Christian Chavez. - O repreendi. - Caramba, será que você não entende a gravidade disso?

- O quê? Você ter aberto as perninhas pra outro cara que não seja o Christopher? VocÊs não terminaram? O que tem de mais nisso?

- Ai, você ainda tem que me lembrar disso né? - Bufei voltando para o quarto. - E quer saber, não vou a lugar algum, e ouse você a mencionar isso com alguém que eu te enterro vivo ok?. - Me joguei na cama abraçando o travesseiro.

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