Fanfic: Meu Guarda Costas | Tema: Vondy

- Lunna. - Falei o nome dela assim que abri a porta. Ela estava com os olhos avermelhados. - Ei, o que foi? - Ela não respondeu. Apenas entrou e se jogou no sofá. Fechei a porta e fui atrás dela. - Maninha o que aconteceu?

- Deixa eu vir morar aqui com você?

- Porquê? O que houve? - Me sentei ao seu lado.

- Só estou cansada sabe. Me sinto melhor com você do que morando com ela.

- Mas você não estava ficando na casa do Arthur? - Enxuguei as lágrimas dela.

- Eu ainda sou menor, isso pode pegar mal pra mim. E bom, a gente meio que discutiu, então estou meio sem jeito de voltar pra lá. Eu voltei pra casa, mas nossa mãe está cada dia mais insuportável.

- Espera, como assim discutiram?

- Por uma crise de ciúmes meu. Ridículo eu sei, mas caramba, ele parece que se preocupa mais com você do que comigo.

- Do que está falando Lunna?

- Você desapareceu aquele dia, e ele ficou maluco tentando descobrir onde você estava. Eu disse a ele que você sempre apronta uma assim, mas ele não me ouvia e eu fiquei muito brava. Aposto que se eu desaparecesse, ninguém iria se importar.

- Olha, para com isso, não é verdade. A gente adora você ok? E é claro que nos preocuparíamos. - Passei seus cabelos vermelhos para trás. - Eu sinceramente não sei o que dizer Lunna. O Arthur não gosta de você como você gostaria.

- Eu sei tá bom. Mas ele podia pelo menos disfarçar, porque é difícil você namorar com um cara que gosta da sua irmã.

- Namorar? Vocês chegaram a esse ponto?

- Não, é só o jeito de falar.

- Maninha, você é linda, é nova, você vai encontrar um cara legal, vai se apaixonar e ele vai te amar na mesma intensidade que você o ama. - Pincelei o nariz dela. - Era isso que eu temia sabia? Ver você chorar por causa dele e eu ainda me sinto culpada. Não posso me afastar do Arthur porque somos amigos, e não quero que um sentimento que ninguém pode controlar, destrua isso. Mas também não quero ver você chorando por ele, porque você merece ser feliz e ser amada, mas sinceramente, acho que ele não é pra você.

- Agora você está livre né? Logo ele pode tentar conquistar você.

- Como sabe disso?

- Ah Dulce, por favor né. Só quem é sonso não percebeu que vocês dois terminaram. Um chora de um lado, o outro chora do outro. E pelo visto a coisa foi séria, pra ter chegado ao ponto de você sair de casa.

- Eu não quero falar sobre isso. - Me levantei. Era ruim lembrar de tudo, lembrar que eu estava carregando um belo par de chifres sabe-se lá há quanto tempo. - O que acha de pegarmos um cinema? Só nós duas e nenhum garoto pra atormentar a gente?

- Dulce...

- Vai, por favor. A gente compra pipoca que eu sei que você ama.

- Tá bom, mas você vai ter que me emprestar uma roupa porque preciso de um banho. Não vou ao shopping nesse estado.

- Não trouxe muita coisa pra cá ainda, mas a gente dá um jeito. Eu vou tomar banho lá no banheiro do meu quarto, você pode ir tomando banho no social.

- Ok.

Fomos ao cinema e depois fizemos compras no shopping. Quando voltei pra casa, vi Christopher sentado na calçada, provavelmente esperando por mim.

- Você não vai falar com ele? - Lunna perguntou me vendo entrar sem sequer dar ideia pra ele.

- Não temos mais nada pra conversar.

- Dulce, não faz assim, o cara te ama.

- Se amasse, não teria feito o que fez. - Estacionei na minha vaga, saí do carro e peguei umas sacolas no banco de tras.

- E o que ele fez?

- Não vou falar sobre isso.

- Ele deve estar há horas esperando você chegar lá fora, alguma coisa em defesa dele, ele deve ter.

- Eu não sei.

- Vai lá conversar com ele, ou melhor, chama ele pra entrar, tomar uma água, sei lá. Eu prometo ficar no quarto sem bisbilhotar a conversa.

- Lunna.

- Estou falando sério ok? - Ela deu de ombros, pegou algumas sacolas e rumou até o elevador.

Eu entrei e assim que cheguei no apartamento o interfone tocou.

- Pode deixar entrar. - Respondi depois que o porteiro perguntou se podia mandar entrar.

Levei as coisas para o quarto e deixei em cima da cama. Assim que a campainha tocou eu fui abrir. Lunna ficou no meu quarto mechendo em meu notebook.

- Entra. - Disse sem o olhar. Christopher passou por mim e sem ser convidado se sentou no sofá. - A que devo a honra de sua visita? - Fechei a porta atrás de mim e o fiquei olhando.

- Precisamos ter uma conversa.

- E qual é a desculpa que você vai inventar? Eu sei bem o que eu li no seu celular.

- Já tem uns dias que vinha recebendo essa mensagem. Número desconhecido e assinado no mesmo nome. Eu juro que não faço ideia de que seja a pessoa Dulce, eu jamais trairia você, você sabe disso.

- A únia coisa que sei, é que a garota da mensagem disse coisas bem romanticas e eróticas pra você Christopher. - Senti a primeira lágrima escorrer. - Eu quero acreditar, mas eu não consigo. Você podia ter me mostrado as mensagens, mas preferiu deixar que eu visse sozinha, como se tivesse escondendo de mim.

- E eu estava Dulce. - Ele se levantou e veio até mim. - Eu queria descobrir quem era antes de te falar alguma coisa, mas você tinha que pegar o celular da minha mão e ler aquelas malditas mensagens.

- Mesmo que eu acredite em você, mesmo que eu tente Christopher, eu ainda vou ficar desconfiada. - Dei um passo para trás tentando me afastar dele. Minhas costas bateram contra a porta. - De qualque forma, eu não consigo mais, não posso mais ficar com você.

- Dulce, por favor. - Ele fechou os olhos.

- Não insiste Christopher.

- Acredita em mim. - Christopher segurou meu rosto me fazendo encará-lo. - Olha bem no fundo dos meus olhos e diz que não quer mais ficar comigo.

- Eu não posso. - Fechei meus olhos deixando as lágrimas escorrerem. - Você não ter cometido esse erro me deixa com ainda mais culpa pelo que fiz.

- Como assim? O que você fez?