Fanfic: Mundo Invisível | Tema: Luta, Ação, Aventura, Fantasia, Bullying, Amigos, Amizade, Romance, Segredos, Mundo, Escola, Amigas,

- Bem vinda a Perols Black! - exclama, referindo-se a floresta à nossa frente.

- Perols Black? – pergunto, olhando-o.

- Sim, o nome deste mundo. - observo o lugar. O ar fresco entrando nas minhas narinas faz-me inspirar e expirar fundo pela sensação.

- Bom, voltando ao assunto, como eu volto ao normal?

- Eu não posso dizer. Quando chegar à altura, vais saber.

- Como assim não podes dizer? Não posso ficar. Quanto tempo vou ficar aqui?

- Desculpa, mas não posso dizer-te. – fala, fechando o assunto.

Mal humorada, sigo-o para dentro da floresta.

- Eu disse que explicaria o resto quando estivéssemos aqui. - assenti - Ao norte. - aponta para a nossa frente - Tem as montanhas e aconselho-te a não ir. Nunca ninguém conseguiu atravessá-la. Pelo menos é o que todos dizem.

- E não sabem o que tem para lá das montanhas? - interrompo a sua explicação.

- Não, mas isso também não interessa. Estamos todos bem aqui, a salvos. A este está Spook Haunt, onde todos nós, invisíveis, vivemos. - aponta para a nossa esquerda e viramos para lá - E a nordeste, o mar. É sempre bom para quando estivermos cheios de trabalho ou estressados. Muitos vão lá.

- E a oeste? – pergunto, quando ele não se referiu a esse lugar.

- Oeste? Nada demais. Só floresta... só mesmo floresta. Nunca venhas sozinha para a floresta. – falou, parando e me agarrando nos ombros para me virar para ele - É perigoso!

- Por quê?

- Pessoas desaparecem misteriosamente. - muda de assunto - Cada um aqui tem um destino, um motivo para estar aqui. Tu tens algo para fazer aqui, mas não sabes o que é. - olha-me profundamente - Ninguém sabe. - suspira - Desculpa pelo suspense. Eu nem gosto de fazer isto. Tem coisas que não posso te dizer mesmo querendo, tem segredos neste mundo que ninguém sabe, somente o Sean e eu, pois ele confia em mim.

- Sean?

- É quem manda em Spook Haunt. Não vais gostar dele. É muito mandão e impaciente, terás que aguentar. - olha para a frente - Nenhum invisível pode engravidar ou ter relações sexuais, senão é expulso de Perols Black. - coro.

Ele para, obrigando-me a fazer o mesmo. Vira-se de frente para mim e aproxima-se ao máximo. Põe a sua mão direta sobre a minha bochecha, acariciando-a com o polegar. Fecho os olhos com a sensação.

- Só podemos beijar ou fazer carinho. - fala e olho para cima, encontrando os seus olhos.

Ele fica acariciando a minha bochecha e ambos a olhar um para o outro. Sem notar, abro um pouco a boca.

- Desculpa. – diz, voltando ao normal. Retira a sua mão e afasta-se um bocado. Só consigo ficar constrangida com a situação - É verdade que somos expulsos e não podemos voltar para Perols Black. Tem pessoas lá fora, pelo mundo tudo, que vivem sem puder voltar.

- É uma pena. – digo, mais para mim.

Sem percebermos, chegamos e vejo que é enorme! Olho para cima e parece que tem mais que dez metros de altura.

- Aqui é Spook Haunt. Podes chamá-lo de casa ou quartel general. - ri do próprio comentário.

Adentramos no lugar.

- Vais ter várias tarefas. Cada um passa por todas as tarefas. Para quem não consegue fazer algum trabalho, nunca mais o faz. Porque tem pessoas que estragam as coisas ou pioram. - assinto, entendendo - À esquerda são os dormitórios. Cada dormitório tem quatro camas. O lado direito para as raparigas, o lado esquerdo para os rapazes. À nossa frente, é a central. À direita, a cozinha e onde comemos. - seguimos em frente e entramos na central.

Vejo uma coisa grande no meio que vai até ao teto, que não sei explicar.

- O que vês à tua frente é a esfera de cristal, onde todas as luzes estão. Sem a esfera de cristal, não podemos ficar invisíveis e se rebentar, desaparecemos. - fico assustada - Mas não te preocupes, está tudo em ordem e em segurança. Quando digo luzes, é como se fossem os espíritos de todos nós. Por isso é que, se rebentar, desaparecemos.

Olho ao redor e vejo uma mesa do lado direito, um homem robusto e com má cara analisando papéis. Eu não querendo ir para lá, começo a andar para o lado esquerdo, no entanto, James agarrou no meu pulso, obrigando-me a ir com ele, ou seja, ir diretamente para onde o homem estava!

- Chefe! - apresenta-se colocando a mão na testa.

"Estamos mesmo num quartel general!"

- Bom dia, James. Vejo que trouxe uma novata.

- Sim, ficou invisível hoje. Quer dizer, em Stoke City é que ficou invisível hoje.

"Ah? O que ele estava querendo dizer?"

- Como assim? Invisível hoje, mas só em Stoke City?

O homem robusto olha para mim, sério. Ele tinha cabelo castanho encaracolado e olhos pretos.

- Explica-lhe, James. És o melhor aqui para estas situações. Eu sou melhor para ordenar tudo, para fazer tudo ficar em ordem.

"Então ele deve ser o Sean."

- Eu sou o Sean. - está confirmado - Mando em Spook Haunt e tens que seguir as minhas ordens. Nada de escapar das minhas ordens ou inventar desculpas. Quem fizer isso, ganhará uma punição. - ia virar-se, porém acrescentou - E não me chame pelo meu nome. Chame-me por Chefe ou General, como preferir.

"Ele pensa mesmo que é o melhor", penso fazendo uma careta.

- Eu sou Helena. - consigo apresentar-me.

- Eu sei muito bem quem é. – fala, olhando-me nos olhos.

Ele se vira porque uma mulher chamou-o e aproveitando, James sussurra:

- Eu avisei que não ias gostar dele. - fala no meu ouvido.

Rimos os dois baixinhos e no mesmo instante o "General" vira-se para nós.

- Ah? Qual é a piada? - pergunta com um olhar ameaçador. É sério, o olhar dele é ainda pior do que da Emily.

Engulo em seco e sinto um arrepio pela espinha.

"Melhor não se meter com ele."

- Na-Nada. - respondemos os dois juntos, gaguejando.

O chefe sai e James põe fim à sua explicação.

- Bom, à frente da esfera de cristal está a sala do Sean. Já conheces o chefe e deves saber que é melhor não te aproximares da sala. Tem casas de banhos em todos os lados, como aqui, em todos os dormitórios e onde comemos. Vais ver que o lugar é muito maior do que parece. - ele ia se retirar, mas adicionou - Ah! - coçou a nuca, virando-se para mim - Já me ia esquecendo. Sobre aquilo de teres ficado invisível só na tua cidade. Sabes que aqui o tempo continua sempre e lá está parado, então em Perols Black já deve ter passado mais de um dia.

- Sério?! - fico espantada - Então, em que ano estamos? E o mês?

- Estamos no ano 4020, dia um do mês de Janeiro. Perdeste o natal.

Incrível. Eles vivem mais rápido que nós. Em Stoke City estamos em 2030.

- E... - hesito - E nunca morrem? - ele assente.

- Tem pessoas que ainda vivem aqui, desde que Perols Black foi criado. Dizem que foi Deus que o fez, para aquelas pessoas que não estavam felizes no outro mundo. Bom, não tenho mais nada a explicar. Também não sei muito sobre este mundo. Estamos sempre a descobrir coisas novas. - virou-se de costas para mim - Se quiseres que o tempo passe é só sair daqui e ir até ao mar ou brincar na floresta com as outras pessoas. Aqui ninguém se odeia porque estamos todos juntos nisto. - olha sobre o ombro - Desde que quiseram ficar invisíveis. - faz suspense e sai da central assobiando.

"E ainda diz que não gosta de fazer suspense."

Eu também ia sair da central, no entanto, antes de James sair, termina - Se quiseres saber qual é o teu quarto, é só sair por aqui e ir até a secretária. - e sai.