Fanfics Brasil - Capítulo 14 – Tarefas Mundo Invisível

Fanfic: Mundo Invisível | Tema: Luta, Ação, Aventura, Fantasia, Bullying, Amigos, Amizade, Romance, Segredos, Mundo, Escola, Amigas,


Capítulo: Capítulo 14 – Tarefas

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Logo após contarmos as nossas histórias, continuamos a conversar. Rimos, brincamos… Tudo o que não tinha feito nos últimos cinco meses. Como eu tinha saudades dos meus amigos.


São dez horas e a esta hora estão todos na cama. Eu podia estar a dormir, mas não, estou a recordar o dia todo de hoje. Para um primeiro dia, foi muito bom. A Diana já confia um pouco em mim. É verdade que não podemos confiar na pessoa logo de primeira, concordo com o que ela disse, é verdade, não posso mentir ou discordar. Como não acreditei no Diogo no início.


Viro-me na cama de lado e vejo-as a dormir. Devem estar cansadas das tarefas. Amanhã eu começo. Não sei como vai ser, no entanto a Sara disse que vou me acostumar. Nem parece ser o meu primeiro dia. Como também aparenta que elas são minhas amigas desde sempre.


Viro-me para a parede, pronta para o que vier.


Acordo com um maldito alarme. Sem querer sair da cama, viro-me e enxergo a Sara arrumada. Coço os olhos.


“Parece que não estou vendo bem.”


- Sara. – sussurro, ainda com sono – Já estás de pé? – bocejo.


- Sim. É hora de levantar. Temos que ir almoçar. Hoje começa as tuas tarefas.


Bufo e sento-me na cama. Pego o papel que deixei em cima da minha cabeceira. Como não sei o meu horário de cor, vou ter que andar sempre com ele.


- Ah… Hoje é dia quê? Vim ontem de Perols Black, mas aqui o tempo passa mais depressa.


- Não é que passe mais depressa, lá está parado. Hoje é dia 2 de Janeiro, terça-feira.


Hmm. Eu sei. Olho para a folha e tenho… Secretária. É o meu primeiro dia e vou logo para a secretária. Talvez seja bom… Será que tem algo que possa ler dos desaparecimentos?


- Como é o teu primeiro dia, terá alguém a acompanhar-te a semana toda.


“Bonito, agora não poderei saber mais sobre os desaparecimentos”, penso, resmungando.


Visto a calça de ganga e a minha blusa. Sinceramente, queria ter mais roupa.


- Sara, não posso ir a Stoke City buscar mais roupa? – pergunto, encarando-a.


As outras ainda estão dormindo. Afinal é sete horas. Apesar da Diana ser fria, ela a dormir fica muito fofa com aquela carinha de mazinha.


- Poder podes, mas tem que ser acompanhada.


- Tudo bem. Peço ao James para acompanhar-me.


Ela assente, concordando.


“Será melhor ir quando acabar de almoçar. Agora só tenho que encontrar o James para pedir-lhe vir comigo.”


Às sete e meia a Kira e a Diana acordam. Eu estou na cama descansando enquanto que elas correm para um lado e para o outro.


- O que se passa? Qual é a pressa? – pergunto para as duas, vendo-as correr – Ainda falta meia hora, dá tempo.


Não me respondem. Dou de ombros.


Reparo a Sara vir na minha direção. Sento-me para ela fazer o mesmo.


- Não podemos chegar atrasadas. São muitas pessoas que vivem aqui. Muitas outras decidiram ir para casa por causa das suas famílias, amigos… Se chegarmos tarde, terá muito pouco para comer. Eles sempre arranjem uma maneira. A comida daqui é saudável, pois só tem fruta aqui ou carne dos animais. – fala baixinho.


- Animais? Estás a falar dos coelhos, aves… - ela assente.


Não gosto de saber disso. Só espero não ter que matar nenhum, eu não sou capaz.


Falta cinco minutos e dirigimo-nos para o refeitório. Saindo do quarto, observo raparigas e rapazes saindo dos seus quartos. Adolescentes de todas as variáveis idades, adultos, idosos e até crianças com uns oito anos.


- Porque que também tem crianças? – pergunto para a Sara ao meu lado.


- Elas também já sofreram. Sabes, abuso sexual, violência… Essas coisas horríveis que nenhuma criança devia passar.


Fico com pena. De repente, enxergo uma criança com hematomas nos braços e pernas.


“Realmente devem ter passado por maus bocados.”


No caminho encontro a Klya.


- Bom dia. – digo sorrindo – Hoje será o meu primeiro dia na secretária. – faço careta.


Ela ri.


- Não te preocupes, não é difícil. Logo no primeiro dia, né? – concordo.


Chegando no refeitório, a fila está enorme.


“Devem estar a gozar comigo!”


Alguém coloca a sua mão no meu ombro. Olho sob o ombro e é a Kyla.


- Não te preocupes. A fila é longa, mas é rápido. – diz, tentando me consular.


- Hmm.


Como Klya falou, a fila passa rápido. Quando vejo, estou quase chegando. De onde estou, avisto laranjas, maçãs, peras, bananas… Fruta. Tiro o tabuleiro e coloco várias frutas de que gosto. Um bocado mais a frente, tem carne, chá, peixe.


Ponho a mão na boca. Acho que vou vomitar só a imaginar de que animal é aquela carne.


- Estás bem? – pergunta, Klya a minha trás.


Diana, Sara e Kira estão logo a sua trás. Elas me olham preocupadas.


- Estou bem. – respondo para todas – Não estou acostumada a comer carne de coelho e outros animais. Por enquanto é melhor comer só fruta e peixe. – elas concordam.


Retiro somente peixe, passando a pressa pela carne.


Vamos nos sentar numa mesa vazia. O lugar é enorme e dá para todos se sentarem.


Sara e Klya ficam ao meu lado. Diana e Kira ficam a nossa frente.


- Meninas, ela é a Klya. Conhecia na secretária.


- Nós sabemos quem ela é. Conhecemos quase todos que vivem aqui.


- Tá bom.


Comecem a comer e eu logo a seguir. Enquanto como, observo o lugar a procura do James. Só que como tem muita gente é difícil. Acabando o pequeno-almoço, levanto-me da mesa.


- Meninas, eu vou indo. Preciso encontrar o James. – aviso-as.


Elas não dizem nada, simplesmente concordam.


Com o tabuleiro nas mãos, vou colocar de volta e é nesse momento em que vejo o James a minha frente. Ele também já tinha acabado. Põs o tabuleiro de volta e estava a sair. Eu corro com o tabuleiro na mão, ponho a pressa ouvindo as outras pessoas reclamarem. Saio do refeitório e mais a frente está o James. Ele vai sair de Spook Haunt.


“Não posso deixar.”


Corro até ele e chamo-o:


- James! – falo no tom normal, segundos passam e nada. Não me ouviu – James! – desta vez grito e vira-se.


Suspiro.


Alcanço-o e fico ao seu lado. Dobrada, com as mãos nos joelhos retomo o ar, ele me olha atentamente.


- Ah. – suspiro, cansada – James, eu preciso falar contigo.


- O que é? Eu preciso de ir, tenho tarefas.


- Eu sei. – respiro pela última vez e ponho-me direita – Será que podes vir comigo até Stoke City depois do almoço?


- Para quê?


- Eu quero trazer mais roupas para aqui. Não quero andar sempre com a mesma, afinal não sei por quanto tempo vou ficar. A Sara, minha colega de quarto, disse que eu podia ir, mas acompanhada.


- Tens razão. – a sua mão vai até ao queixo e fica lá, como se estivesse a pensar – Tudo bem. Eu não tinha nada a fazer.


- Sério?! – pergunto animada.


- Claro. Temos que ser rápidos a almoçar.


Terminando a conversa, ele vai para a sua tarefa.


“Bom, para a secretaria!”, penso, levantando a mão na direcção dela.


Sento-me na cadeira em que Klya estava ontem. É confortável e fofa. Boa para ficar horas aqui sentada.


“Mas, eu não quero!”, faço cara de amuada.


Olho para o relógio que está em cima da entrada/saída de Spook Haunt. Falta dez minutos.


“Será que tenho que começar mesmo na hora?”


Fito o monte de folhas a minha frente, todas organizadas.


“Mas afinal o que é para fazer? Está tudo organizado! Parece que não tem trabalho nenhum aqui”, penso, analisando as folhas.


- Estás pronta? – pergunta uma voz que reconheço.


Viro a cabeça para o lado, encontrando a Sara.


- Sara? Que fazes aqui? Não tens tarefas?


- Bom… Eu vou acompanhar-te no dia de hoje! – diz alegre, saltitando.


- Quê? Como? Mas e as tuas tarefas?


- O Sean disse que a cada dia seria uma pessoa diferente. E só poderá ser uma de nós três, colegas de quarto, que poderemos acompanhar-te. Não me perguntes porque não pode ser outra pessoa. – diz, parecendo curiosa – Muito bem. – põe as mãos na cintura – Vamos lá começar! Um dia sem tarefas é muito bom. Não são todos que conseguem.


A Sara vai me ensinando a organizar, ordenar, a calcular tudo o que é necessário. Disse que a seguir tenho que entregar os relatórios ao Sean.


Nas horas que passamos juntas, não consigo parar de pensar nos desaparecimentos. Eles devem ter tirado para os outros não verem.


“Será que a Klya sabe?”


Parece que sabia, pois estava a tentar a despistar do assunto. Mas o James disse que só ele e o Chefe é que sabiam. Então como? Será que ela encontrou algo?


Dou de ombros com o quebra cabeça. Não vou descobrir só pensando nisso. Tenho que encontrar pistas.


Logo após de terminar a primeira tarefa, vou para o dormitório. Tenho quinze minutos para descansar antes do almoço.


Abro a porta que nem um barulho faz. Ninguém está. Poderei descansar a vontade. Deito-me na cama de barriga para cima e fecho os olhos.


É uma pena que não tenha varanda. Tenho saudades da minha varanda para ver as estrelas, a lua, a noite.


Levanto-me. Apesar da cadeira ser confortável, tenho o rabo um pouco dolorido. Até que não é tão mau o trabalho na secretária.


Mudo de roupa. Está muito calor e transpirei pelo tempo que estive na tarefa. O problema é que só posso mudar as calças.


“Quando voltar, irei mudar de camisa.”


Direciono-me para o refeitório e ao abrir a porta ouço um pum.


- Ai! – alguém grita.


- Oh, desculpa. – fecho a porta – Gustavo?


- Ah… Novata… Quer dizer, Helena.


Faço careta pelo incidente. Estendo a mão a sua frente e ele aceita. Puxo-o e no mesmo instante fica de pé.


- Desculpa de novo. Eu não sabia. – movimento os olhos e percebo os óculos quebrados – Ai, não! Os seus óculos estão rachados! – desloco a mão para os seus óculos, mas ele põe a mão a frente da cara.


- Não faz mal. Foi um imprevisto. Eu não sabia que a porta ia abrir-se e tu não sabias que eu estava a passar. – dá um sorriso sincero – Está tudo bem. Não te preocupes.


- Desculpa. – digo, abaixando a cabeça.


Dá uns tampinhas no meu ombro, fazendo-me olhá-lo.


- Então, és do dormitório nº 5.


- E você?


- O meu é o nº 7.


Fomos para o refeitório juntos.


Encontrei-me com o James na entrada de Spook Haunt.


- Vamos. Não podemos demorar. Falta uma hora. Meia hora deve chegar para todo, afinal quero descansar um bocado antes da próxima tarefa.


Caminhamos até ao portal que é um bocado longe. Entramos no mesmo e o vómito veio para a minha boca que logo engoli como na primeira vez.


Seguimos para a minha casa.


“Tenho que admitir, estou nervosa.”


Em frente a casa, eu fiquei olhando por uns minutos.


- Vais entrar? – pergunta, desviando a minha atenção da casa. Vê a minha cara de apreensiva – Não fiques assim. O tempo aqui não passou, a tua mãe não vai estar preocupada. Ainda é o teu segundo dia em Perols Black.


- Eu sei. – suspiro. Olho para a minha casa e entro, abrindo a porta devagar para não fazer barulho. Ao contrário daqui, as portas podem fazer muito barulho.


Estou dentro. Escuto a mãe chamar-me. É verdade, mas também já não duvidava.


Subo as escadas à pressa. Para ela não desconfiar, tenho que fazer algo. Não posso e não quero pô-la preocupada. Já bastou o desaparecimento do pai.


Avisto-a perto da porta.


“Como vou entrar?”, penso, nervosa.


Avalio o espaço em que estou. O quadro perto da escada! É só fazê-lo cair para fazer barulho. Vou para a escada, tiro o quadro da parede e… Jogar para baixo ou deixar aqui? Bom, não quero estraga-lo e deve dar tempo para entrar no quarto. Deixo cair no chão devagar, no entanto o suficiente para fazer barulho.


- O que foi isto? – escuto-a a perguntar.


A mãe vem para aqui e rapidamente passo por ela, a tempo de ela colocar o quadro de volta e olhar-se a volta, estranhando.


No quarto, procuro algo que faça barulho. Só que não quero estragar nada.


- Helena! É hora de acordar! – chama-me.


Ai! Ai! Os livros! Agarro-os e largo-os no chão, fazendo muito barulho.


- Helena? O que se passa aí? – percebo que está perto da porta.


“O que faço?”, penso, colocando ambas as mãos na cabeça.


Espera. O gravador de voz… Será que irá funcionar? Teve um dia em que eu e os meus amigos, gravamos umas palavras para quando quiséssemos sair de casa. É claro que eu não queria, mas eles me obrigaram. Só que teria que ficar aqui alguém.


Busco o telemóvel que está na mochila. No gravador, tem várias palavras que tive a intenção de escrevê-las para saber quais são quais. Miro um “Já vou” e clico.


- “Já vou” – diz a minha voz gravada.


- Não demores, querida.


Ouço-a a descer as escada e suspiro aliviada.


“Obrigada”, agradeço, pensando nos meus amigos.


Tiro uma mala de viagem do armário e retiro toda a roupa.


Fora da casa, com mala com roupas e telemóvel, estou pronta para deixar a minha casa por uns tempos.


- Vou ter saudades. – sussurro.


- Que dia! – falo, deitada na cama.


- Tenta descansar bem, pois vai ser assim por um longo tempo.


- Ah? – olho para a Sara – Sabes quanto tempo vou ficar? – bato a mão na testa e sento-me – É claro que sabes! Deves estar aqui há muito tempo.


Encara as outras que estão deitadas, preparadas para dormir.


- Sim. – geme – Desculpa, mas não posso te dizer. Ninguém de nós soube e são ordens do Sean. Quem desobedece-las vai ser punido. – balança a cabeça, negando.


- Punido? E que punição é essa?


- Não queiras saber. – responde a Diana.


Fecho o assunto.


O dia foi cansativo. Após termos regressado a Perols Black foi o treinamento. E nem pensava que seria tão difícil. Tenho que aprender a fazer cambalhotas para a frente e para trás. Caraté e Judo para ficar forte e conseguir permanecer em pé, ou senão ficar de pé o mais rápido que posso. Luta, treinamento com armas que nem sei de que são. Acho que é um campo de guerra! Não posso comparar isto com o que eu tenho na escola.


A seguir foi para fazer o jantar. Não tenho jeito nenhum para isso! Se eu não queimo nada, eu deixo cair, deitar os ingredientes errados ou fazer tudo torto.


Suspiro e segundos depois bocejo.


“Agora é hora de dormir.”


Amanhã será o meu segundo dia de tarefas, mas na verdade é o meu terceiro dia em Perols Black. Com certeza, isto vai ser longo.



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Autor(a): Monica

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