Fanfics Brasil - Capítulo 1 – Bullying Mundo Invisível

Fanfic: Mundo Invisível | Tema: Luta, Ação, Aventura, Fantasia, Bullying, Amigos, Amizade, Romance, Segredos, Mundo, Escola, Amigas,


Capítulo: Capítulo 1 – Bullying

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Ando pelo corredor com a cabeça baixa. Não me atrevo a levantá-la, pois sei muito bem o que pode acontecer. Porém, parece que o azar está sempre perto de mim.


Esbarro em alguém que estava a passar e caí. Sinto uma dor no rabo e levanto o olhar, vendo aqueles olhos azuis ameaçadores.


Emily Smith.


­- Vê por onde andas, Helena. Ou devo dizer… Cachorra? - ela ri e suas amiguinhas acompanham-na.


Manda o cabelo loiro para trás como se mostrasse que era superior a qualquer um e passa por mim, seguida de suas amiguinhas.


Depois que vejo que não estão à vista, suspiro e levanto-me, limpando com as mãos a sujeira que ficou na calça.


- Estás bem? - pergunta um rapaz que estava retirando os seus livros do cacifo, certificando-se se as populares estavam por perto.


Não respondo e dou uma olhada no seu rosto. Só que não consigo prestar atenção a nada, pois os seus olhos atraíram-me. Azuis escuros como uma noite sem estrelas, solitária, fazendo a nossa mente vaguear com ela...


Desvio o olhar para o chão, abanando a cabeça para voltar à realidade.


Começo a caminhar olhando para baixo e acabo por esbarrar em seu braço, mas continuo a andar.


Entro na sala, direcionando-me para a mesa do fundo, perto da janela. Coloco minha mochila em cima da mesa, cruzo os braços sobre ela e deito a cabeça.


Pela janela é possível ver o campo da escola, para onde todos os alunos vão para descansar. No relógio preso na parede do refeitório à frente do campo, indica que faltam cinco minutos para tocar - o suficiente para descansar.


Sinto um cutucar no meu ombro, encaro a pessoa que tirou-me do cochilo e observo um professor zangado, negando a minha atitude.


"Ué, estou cansada", penso.


- Menina Jones, não é hora de dormir. Estou a chamá-la há cinco minutos.


Noto todos a olhar para mim. Não consigo evitar e coro um bocado. Alguns estão rindo da minha cara, incluindo as populares.


“Quem me dera ser invisível.”


- Desculpe. - sussurro.


- Que não volte a acontecer. - abano a cabeça, concordando, ainda um pouco envergonhada.


Suspira e vai para sua secretária continuar a aula.


Sou boa aluna e por isso os professores estão sempre de olho em mim para não perder aulas ou baixar as notas. Só que não posso fazer nada a respeito, mesmo sabendo que vou continuar com as mesmas notas ou até melhorar.


A causa do sono é por ir tarde dormir. Fico distraída, olhando o céu escuro com as estrelas a brilhar, na minha varanda do quarto, sentada com a mente a flutuar.


Quando vou para a cama, o desejo de poder ficar invisível quando quisesse, consome-me, não me permitindo dormir.


O tempo passa rápido e dá o sinal para o almoço.


Deixo todos saírem e segundos depois sou a única na sala. Quer dizer, não totalmente a única.


Encaminho-me para a saída, porém o professor chama-me.


- Helena, estás bem? – pergunta, preocupado.


Inspiro fundo e respondo docemente:


- Sim. - digo olhando-o e já me virando para sair.


- De certeza? - pergunta antes de ter a oportunidade de ir - Estes últimos dias tens estado mais cansada e não fui o único a reparar.


É verdade. Desde o primeiro dia que vim para Aston Couventry, aquelas populares gozam de mim. Não sei por que, mas isso faz com que ninguém se aproxime de mim, exceto aquele rapaz de hoje. Nem sei para quê se preocupou comigo, estando com medo que as populares o vissem junto a mim, para, assim, começar a ser gozado também.


Aliás, é a primeira pessoa que fala comigo e eu nem quis saber. Ironia, não é? Eu querendo ter amigos e faço isso. Não sei o que se passa pela minha cabeça.


E desconfio que a Emily Smith, uma rapariga popular quanto para raparigas e rapazes, iria gozar dele, pois é bonito e não ia desperdiçar a chance para que ele a obedecesse, só para não sofrer bullying como eu.


Ultimamente tenho sofrido mais pelas populares. Não conseguindo dormir e tendo alguns pesadelos.


Eu podia enfrentá-las, mas como?


Nunca tinha sofrido bullying na vida. Por nunca ter enfrentado ou ter tido problemas com outras pessoas, não sei me defender.


Podia gritar, dizer que estava farta de ser gozada e falar para um professor o que elas estavam fazendo.


O que eu ganho com isso? Vão fazer algo? Elas vão parar? Não sei e nem vou descobrir. Não quero me arrepender. É só ter que aguentar por mais dois longos anos as populares para sair de vez desta escola. A questão é: vou conseguir aguentar? Não faço ideia.


- Sim, professor, está tudo bem. - dou um sorriso falso - Só estou tendo alguns pesadelos e não consigo dormir muito bem. - digo essa parte com sinceridade.


- Ok. - diz desconfiado - Pode ir. Era só isso que tinha a falar contigo.


Dou mais um sorriso falso enquanto ele sai da sala. Suspiro forte logo após o professor sair, cansada de tudo.


Saio da sala para ir almoçar, mas alguém agarra-me no pulso, impedindo-me de andar. Viro o rosto por trás do meu ombro, ficando zangada de todas as interrupções de hoje. Até que vejo os seus olhos azuis escuros como a noite.


“Ele estava a minha espera?”


- Você? O que quer? - pergunto atirando toda a minha raiva para ele. Fica calado por longos minutos, sem fazer menção de falar - Se não vais dizer nada, com licença, vou almoçar.


Puxo o meu braço com força, soltando a sua mão do meu pulso e, prestes a ir, ele fala:


- Desculpa. É que começamos com o pé torto, hoje. Só queria saber se estás bem, não me respondeste antes.


- Por que?


- Por que, o quê? - pergunta confuso.


Suspiro pela milésima vez.


- Por que que queres saber? É a primeira vez que vem falar comigo. Só depois de cinco meses é que decidiste falar comigo? Mesmo estando na mesma turma? Que podes começar a sofrer bullying como eu? Por causa daquelas popularzinhas? Por amor de Deus! Para quê arriscar?! Estavas cheio de medo quando vieste perguntar! - exclamo zangada, notando que tinha atraído pessoas.


Não gosto de ser o centro das atenções, nunca gostei. Por isso saio dali imediatamente, deixando-o de boca aberta.


"Eu quero lá saber! Depois de tanto tempo... tanto tempo...", penso, sentindo as lágrimas virem-me aos olhos.


Paro e encosto-me na parede, ao lado da casa de banho das raparigas. Inspiro e expiro fundo, piscando várias vezes para as lágrimas não saírem. Uma técnica que aprendi para não chorar.


"Eu não sou fraca!", falo para mim mesma.


Quando já estou melhor, tido conseguido conter o choro, continuo a andar, a caminho do refeitório.


Já se tinha passado meia hora, desde que tocou. O que é ótimo, pois a esta hora tem pouca gente.


Entro no refeitório, observando o espaço. Como eu falei, tem poucas pessoas. Vou para a fila, que na verdade não é uma fila. Passo o cartão da escola pela tela de ecrã verificando o almoço. Dá verde e começo a tirar o que quero comer. Sopa de cenoura, esparguete à bolonhesa e uma laranja. Vou para uma mesa vazia e sento-me, preparando-me para comer. Logo após acabar a sopa de cenoura, vou para o prato principal e que gosto mais. Antes passo o guardanapo na boca, para tirar os resquícios da sopa.


Quando vou pôr a primeira colher, um indivíduo senta-se ao meu lado. Pouso a colher no prato devagar e mesmo não querendo saber quem é, olho de soslaio para o meu lado direito, enxergando o rapaz dos olhos azuis.


"O que ele tá fazendo aqui? Isto é alguma perseguição?", penso, levantando uma sobrancelha, desconfiada dele.


Ignoro e recomeço a comer. Ele faz o mesmo.


Termino e faço questão de guardar a laranja para comer em casa, pois não estou com disposição de acabar aqui, com ele sempre olhando-me de lado.


"Ele pensa que não notei, né? Ora, tá errado!"


Ergo da cadeira e levo a mochila às costas. No momento que vou embora, ele pronuncia:


- Espera. - espreito por trás do meu ombro, mas logo fico como estava - Olha, desculpa. Eu posso explicar. Quero ser seu amigo e não me importo com o que as populares pensem.


- Mesmo? - rodo sobre mim mesma, ficando de frente para ele - E por que só agora? - nego com a cabeça - Eu não quero ser a causa de sofreres bullying. Por favor, não te faças isto, por mim... - deixo uma lágrima escapar, sem conseguir conter. Não sei se ele viu, mas apresso-me a sair dali. Só que ele é mais rápido e agarra-me pelo braço, quase deixando a sua refeição cair.


- É que... - não tem palavras e após uns segundos termina – Eu, antes, tinha medo e sim, tinha medo que elas me vissem com você. Mas você não merece pelo que está passando. É sério, eu sei como é porque já passei por isso também. E não me importo passar de novo, não se estiver a teu lado. Vamos proteger-nos. Eu protejo-te e tu a mim. Que tal?


Não consigo responder. Choro ali mesmo e acho que ele já sabe a resposta.



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Autor(a): Monica

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