Fanfic: Mundo Invisível | Tema: Luta, Ação, Aventura, Fantasia, Bullying, Amigos, Amizade, Romance, Segredos, Mundo, Escola, Amigas,
Larga o meu braço e abraça-me.
- Shhh, está tudo bem. Estou contigo. Não estás mais sozinha - falou.
Eu chorava no seu ombro. Não se importou de eu estar molhando a sua camisa ou com os olhares que recebíamos.
Minutos depois estou mais calma. Afasto-me dele e fico constrangida com a situação. Odeio chorar na frente de pessoas, eu fico horrível logo após. Por isso tento conter, para não chorar, evitar fazê-lo na frente de pessoas e elas verem como eu fico.
- Nunca viram uma pessoa a chorar? - pergunta ele, de repente, para as pessoas que estavam encarando-nos, fazendo-as entreolharem-se - Então parem de ficar aí especados e continuem com vossas vidas.
Logo dele falar, eles fizeram o que ele mandou como se fossem robôs. Parece que tinham medo dele, porque arregalaram os olhos, mas sorri com isso.
Ele olhou-me segundos a seguir. Cortou a pouca distância que tinha entre nós, ficando colado ao meu corpo. Os seus olhos azuis direcionaram para os meus olhos verdes. O azul da noite misturando-se com o verde claro de uma manhã de sol. Ficamos assim por minutos, encarando um ao outro intensamente, até que ele desviou o olhar para o lado, dizendo:
- Desculpa. É que parece que nunca viram alguém a chorar. - referiu-se ao assunto de antes, ainda olhando para o lado e, mudando de assunto, olhou-me novamente - Estás melhor?
Como ainda estava hipnotizada pelos seus olhos, simplesmente abanei a cabeça, dizendo que sim.
- Vem. – disse, colocando a sua mão direita nas minhas costas e virando-me - Vamos à casa de banho, limpar-te. - e com isto ele quis dizer que vou limpar-me. Claro que eu não ia deixá-lo... Bem, fazer coisas comigo...
"Tá bom, Helena. Melhor parares de pensar nisso."
Deu-me um empurrão de leve para frente, quando viu que estava parada e não ia andar.
Seguimos em frente até ao banheiro perto do campo, onde consegui conter o choro de antes.
- Obrigada por tudo... - digo antes de entrar na casa de banho das meninas e lembrando-me que ainda não sei seu nome.
Ele sorri.
- Diogo. Depois de tudo nem acabamos nos apresentando. Quando saíres, fazemos direito. - fica uns segundos calado - E não tens de agradecer. Estou aqui para ficar do teu lado. - fala encostando-se na parede entre o banheiro feminino e masculino - Prometemos proteger-nos, lembraste? Não vamos quebrar tal promessa. - concordo contente, mesmo sabendo que nunca tinha feito uma promessa, mas, agora, tinha feito um amigo. Pelo menos já não estava mais sozinha.
Limpo a cara deitando várias vezes água nela para ver se sai a transparência de que tive a chorar. E enquanto o faço, penso em tudo o que aconteceu.
Hoje de manhã, encontrei-me com a Emily. Como sempre ela gozou de mim. O rapaz dos olhos azuis veio perguntar como eu estava, mas ignorei-o. Depois fui para a sala descansar um bocado. O professor repreendeu-me por estar a tirar um soninho na sua aula. Ele quis saber se eu estava bem, pois disse que estes últimos dias estava mais cansada. Expliquei-lhe que era por causa dos pesadelos e de não estar dormindo muito bem. O rapaz estava a minha espera ao lado da porta. Eu zanguei-me e sai. Consegui conter o choro. Fui almoçar e ele apareceu de novo, e depois de tudo não consegui conter as lágrimas... Foi muita coisa só para um dia.
Bom, até que o dia de hoje não está a ser tão mau. Tem dias que são muitos piores, com as amiguinhas da Emily infernando o meu juízo. Agora tenho um amigo; mas será que posso confiar nele? Até agora ele tem querendo ajudar-me e eu não fiz nada para retribuir-lhe. Tenho que pensar numa maneira de recompensar-lhe. Tem que ser uma coisa grande. Mas o quê?
Fico pensando enquanto passo a toalha que trago na mochila na minha cara, limpando-a. Coloco-a de volta à mochila e saio do banheiro. O Diogo esteve sempre a minha espera. Quando ouviu, virou-se para mim.
- Estás mais bonita sem a marca de choro. - elogia-me, deixando-me um pouco vermelha.
- Obrigada. - agradeço de cabeça baixa.
O clima fica silencioso, porém bom.
- Então... - quebrou o silêncio - Vamos nos apresentar direito. - levantei a cabeça para olha-lo - Eu sou o Diogo Queiroz. - diz estendendo a mão - E você? – pergunta, sorrindo.
- Bom, eu sou Helena Jones. Uma rapariga que sofre bullying e não tem amigos nesta escola. - quando terminei, o seu sorriso foi diminuindo.
- Helena. - chamou-me, aproximando um pouco de mim - Já disse que não me importa que sofra bullying. Eu também já sofri e muitas outras pessoas devem sofrer também. Não és a única, lembra-te disso. Porém, tens que ultrapassar o teu medo e enfrentá-las. Não podes viver assim para o resto da vida. Estou aqui para te ajudar. - diz tudo com tanta sinceridade que até me apetece chorar.
Eu sei, eu sei que tem outras pessoas além de mim. Eu sei que tenho que enfrentar o meu medo e as populares. Mas não sei como...
- Gostei de ouvir as suas palavras. Entrou no meu coração com força. Mas... não consigo... - olho para o chão e fecho os olhos.
Ele abraça-me de repente, deixando-me surpresa. Abraço-o de volta, sabendo que não tenho nada para retribuir-lhe por tudo que fez até agora.
Fomos diretos para a sala de aula. Tinha dado o toque para o fim do almoço que nem tinha visto passar. E como se não tivesse acontecido nada, sentamo-nos nos nossos lugares. Porém, o Diogo surpreendeu-me de novo, sentando-se ao meu lado e deixando a rapariga que se sentava lá zangada. Não falou nada e foi para o lugar dele de antes.
Não falamos nada durante a aula toda. Eu estava um pouco distraída, a olhar para a janela e sem vontade de falar, entretanto, não deixava de passar tudo o que o professor escrevia no quadro. O Diogo fazia coisas no seu caderno, que não faço a mínima ideia do que seja e também nem estou interessada.
O sinal tocou, indicando o final das aulas.
Arrumei tudo sem pressa e segui para fora da sala, com Diogo a minha trás. Chegando ao portão, despedimo-nos.
- Adeus e obrigada por tudo. - sorri - Até segunda.
- Tem um bom fim de semana. Adeus. - disse ele e pude notar algo estranho nos seus olhos dando-me um arrepio. Parece que seus olhos brilharam.
Ele saiu andando para a esquerda acenando, enquanto que eu ia para a direita. Ainda fiquei ali uns segundos, estranhando o olhar que ele me deu e os arrepios que senti. Sacudi-me para tirar aquela sensação e dirigi-me para casa.
Autor(a): Monica
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