Fanfics Brasil - Capítulo 3 – Família Mundo Invisível

Fanfic: Mundo Invisível | Tema: Luta, Ação, Aventura, Fantasia, Bullying, Amigos, Amizade, Romance, Segredos, Mundo, Escola, Amigas,


Capítulo: Capítulo 3 – Família

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Ando a pé para casa. Não tenho pressa e, afinal, amanhã é sábado. Respiro fundo absorvendo o ar puro. Como é tão bom. Por um momento tenho uma vontade enorme de correr. Eu amo correr! E é isso que faço. Corro a toda velocidade, sem parar até estar cansada. Três minutos. Foi pouco tempo, mas também não sou boa no desporto. No entanto, não quer dizer que não goste de correr. Paro numa árvore enorme e sento-me, descansando um pouco à sombra. Pelos meus cálculos, falta menos de dez minutos para chegar em casa. É sempre bom saber quanto tempo se demora para chegar a algum lugar. Já sei quanto tempo demoro para ir de autocarro para a escola, a ir a pé para casa ou até a correr que é o que às vezes acontece - por causa da escola, ou seja, das populares - muitas vezes só quero correr até casa. Enfim, logo depois de ter recuperado da corrida, levantei-me e continuei a andar.


Dez minutos a seguir chego à casa. Rodo a maçaneta da porta e vejo que está trancada. Suspiro, já virando a bolsa de lado para retirar as chaves.


A minha mãe deve ter saído não sei aonde ou até está dentro de casa descansando.


Não consigo achar as chaves e fico mais chateada. Ponho a bolsa no chão e dobro-me de joelhos para procurar melhor. Após uns dois minutos encontro-as e retiro a pressa colocando na maçaneta da porta e girando-a. Entro em casa bufando. Não gosto de me irritar ou ficar zangada. Não gosto deste sentimento que tenho, no entanto, não consigo evitar.


Sigo para o meu quarto e abro a porta, jogando a bolsa em cima da cama e deitando na mesma. Fico minutos assim tentando minimizar ou retirar a raiva toda que tinha por causa das chaves. Eu irrito-me facilmente às vezes.


Gosto tanto da minha cama. É fofinha e dorme-se tão bem...


Olho para o teto do quarto que é azul turquesa. Por causa disso, vem-me a cabeça o rapaz dos olhos azuis escuros.


"Será que posso confiar nele? Ele foi simpático comigo. Humm."


Cerro os olhos e, sem notar, adormeço.


Estou a correr por uma floresta, cheia de árvores de mais de 10 metros. Enquanto corro, vejo as folhas amarelas, castanhas, verdes e outras variadas cores a cair das árvores.


Olho para o chão, vezes verde, vezes castanho. Vejo como um flash, flores por várias partes e animais dóceis escondidos ou curiosos.


O sol a brilhar, deixando a Natureza deslumbrante.


Continuo a correr sem parar, a toda a velocidade. Como eu amo correr. A brisa a bater-me na cara...


Paro de repente, quase caindo. Ao pé de uma árvore, vejo um vulto.


Desperto devagar, abrindo os olhos lentamente e agora sei que adormeci. Coço os olhos e lágrimas saem delas. Não sei por que que deito em lágrimas, às vezes é quando acordo e outras é quando estou deitada. Dou de ombros e sento-me na cama.


Observo o relógio que tenho em cima da porta - como também na cabeceira - e vejo ser perto das sete horas. Dormi por volta de três horas. Ergo da cama ainda com a roupa que levei hoje à escola.


"Que sonho estranho", penso, coçando a cabeça enquanto ando.


Encaminho-me para a cozinha, preparar algo para comer. No momento em que me aproximo da cozinha, a minha barriga ronca, anunciando que estava esfomeada. E ao que parece também atrai o olhar da minha mãe. Cília Jones.


- Olá, mãe.


- Boa tarde, querida. Eu fui ao supermercado, pois estava precisando comprar umas coisas e quando cheguei à casa vi que você estava dormindo. Então deixei-te dormir, parece que estavas cansada.


- Obrigada. - agradeço - E sim, estava cansada, mas não queria ter dormido. – digo, dirigindo-me ao frigorífico e retirando o leite. Em seguida, desloco-me para o armário para retirar os cereais e logo após um prato e colher.


Sento-me à mesa, deitando o leite e os cereais dentro. Espero um pouco até ficar amolecido e começar a comer.


- Correu todo bem na escola? - perguntou minha mãe, querendo saber.


Respondo com um “Humm” e ela não pergunta mais nada. Eu nunca contei nada a minha mãe o que se passava na escola. Não queria que ela ficasse preocupada comigo. Ela sempre soube que eu tinha amigos fiéis e que se importavam comigo. Ela pensou que seria a mesma coisa quando viesse para esta escola. Mesmo não sabendo, pensa que está tudo bem, mas está errada. Não quero preocupá-la. Já basta o que aconteceu ao meu pai.


O meu pai... Falando nele, nunca o conheci de verdade. Minha mãe diz que ele era um bom homem e que era muito protetor. Ele desapareceu quando eu tinha 3 anos. A minha mãe ficou desesperada e ficou procurando-o por dias inteiros, sem ir trabalhar ou conseguir dormir. Ela ficou com depressão e teve que ir ao psicólogo. Só após cinco meses ela melhorou; voltou a brincar comigo, a dar-me atenção. Eu notava no seu olhar a tristeza de não ter conseguido encontrar o marido, o homem que amava.


Desde então, ele continua desaparecido ou dado como morto. Onze anos. Após onze anos não temos nenhuma notícia dele. Eu queria conhecê-lo. Era como se nunca tivesse tido um pai. A minha mãe mostrou-me algumas fotos dele, onde em algumas estava o meu pai sozinho, os dois juntos ou até nós os três juntos. Eu nunca derramei nenhuma lágrima por ele, afinal não o conheci de verdade, por ter desaparecido quando eu era criança e eu nesse tempo não sabia de nada. Minha mãe ainda tem esperanças. Sim, esperanças de que ele apareça. Não sei como reagiria, mas, se minha mãe ficasse contente, eu aceitaria aquele homem na minha vida.


Herdei o cabelo liso do meu pai e seus olhos verdes. E, de minha mãe, herdei o cabelo castanho e os lábios avermelhados.


A minha mãe tem cabelo castanho e encaracolado e olhos azuis, e meu pai, pelo que a mãe disse e mostrou nas fotos, tem cabelo preto e liso e olhos verdes.


Termino os cereais e coloco tudo no lugar. Lavo o prato e a colher.


Logo após dirijo-me para o quarto. Busco o meu portátil na mesa de estudo. Abro-o e procuro por filmes e séries que possa ver. Não tenho mais nada de interessante para fazer e é isso que faço até a hora do jantar.


A minha mãe chama-me da cozinha e logo vou prontamente. Quando apareço na cozinha, o cheiro vem-me logo às narinas.


- Que cheirinho tão bom. - digo contente e quase voando.


- Verdade. O cheiro é sempre melhor que a comida. - distribui os pratos em cima da mesa, mostrando ser arroz com carne e lasanha - Helena, queres passear pelo campo? - pergunta-me.


Fico logo interessada. Sempre quis ir ao campo, andar a cavalo, correr, passear...


- Sim! - respondo buscando o prato com mais carne e lasanha para a seguir ir para o quarto continuar a ver o filme - Vamos? – pergunto, ansiosa.


- Estive a pensar esta semana. - diz como se estivesse a refletir -  Faz tempo que não saímos e, como sei que gostas de ar livre e querias aprender andar a cavalo, pensei que te interessasses. Conheço um amigo que não se importaria em ensinar-te.


"Um amigo?"


- Que amigo é esse? – perguntei, desconfiada. Ela nunca tinha me falado de um tal amigo.


- Ah... É um homem novo que veio trabalhar e começamos a conversar... Bem, ele me disse que era do campo e que sabia montar cavalos e que, se eu quisesse, podia ir. – ao que terminou, levantei uma sobrancelha, ainda mais desconfiada - É claro que eu vou para saborearmos um bocado o ar livre e também pensei em ti, filha. Não vou por causa dele. Ele disse que se conhecesse alguém que quisesse aprender a montar poderia levar.


- Humm. - fiz o som concordando, mas um pouco desconfiada - Ok. - concordei. Eu nem me importo muito que a mãe saia com outro homem. Só que não estou acostumada, afinal, fomos só nós duas durante estes onze anos.


Mas não tenho anda a reclamar. Não conheço o meu pai biológico que está desaparecido ou até mesmo morto.


Dou de ombros concordando com o meu pensamento. Vou de novo para o quarto com o prato cheio de comida. Estou com baba na boca só de cheirar e pensar como é delicioso.


Deito-me de barriga para baixo, afasto o portátil para a frente e coloco o prato em cima da cama, entre mim e o portátil. Clico no filme para continuar e como. Quando o filme acaba, fecho o ecrã do portátil e sento-me na cama. Olho as horas e são nove e meia. Levanto-me levando o prato junto a mim. Lavo tudo e volto para o quarto. Ponho o portátil de volta ao lugar e dirijo-me para a varanda. Antes de sentar-me na cadeira que tinha colocado, puxo um pouco para a frente, assim conseguindo por os braços em cima dela.


Descanso a minha cabeça sobre meus braços e fico olhando o céu escuro. Hoje a lua não está à vista como também não tem nenhuma estrela. São nestes momentos em que a minha mente vagueia pela noite.



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Autor(a): Monica

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