Fanfic: Mundo Invisível | Tema: Luta, Ação, Aventura, Fantasia, Bullying, Amigos, Amizade, Romance, Segredos, Mundo, Escola, Amigas,
Vou para a sala do diretor. É a primeira vez que vou para lá e não gosto nada. Ir para o gabinete do diretor só dá problemas.
Mostro à secretária o papel que o professor me deu antes de eu sair. Ela disse que o diretor está ocupado e para eu esperar. Sento-me numa das cadeiras ao lado direito da sala do diretor.
Não tenho nada a fazer enquanto espero. Olho ao redor do espaço e vejo que é muito simples; umas plantas ali e acolá, uns quadros que são bonitos. Nada demais.
Parece que se passaram horas quando um homem sai do gabinete do diretor falando de notas. É um pai de um aluno.
- Desculpe, mas é que eu não estou nada a gostar. O meu filho devia estar mais atento nas aulas para ter melhores notas, as que tem agora não estão nada boas. Será que não pode colocá-lo à frente?
Ouvia o homem perguntar com a porta aberta. Fiquei curiosa. Quem seria?
- Desculpe, Senhor Queiroz. Vou tentar o meu melhor.
- Espero bem que sim. O Diogo está piorando na escola e não quero isso. Mesmo que tenha que ter aulas extra.
"É o pai do Diogo!"
Não acredito. Será que posso fazer uso disso para me vingar? Não sei. É como se eu trocasse os papéis. Eu seria a que fazia bullying e eles sofriam. Será que vale a pena? Fazê-los sofrer como eu sofri?
- Obrigado. Boa tarde.
O diretor ia entrar na sua sala quando me viu.
- Sim?
- Ah... - fiquei sem jeito - O professor mandou-me para cá. - mostrei o papel e ele fez uma cara... bem furiosa.
Ordena para eu entrar na sala e sento-me na cadeira da frente. Ele se senta a minha frente.
- Então, menina Jones, o que deu em você para roubar duzentos euros?
Encaro-o com um olhar inocente.
- Mas não fui eu! O Diogo, que eu pensava que era meu amigo, colocou o dinheiro dentro da minha mochila. Deve ter sido quando eu fui à casa de banho na aula.
Nega com a cabeça.
- É uma acusação muito grave. Roubar dinheiro é um crime. E você roubou muito. Não culpe os outros se não tem provas.
- Mas... - ia falar, porém o diretor olha para mim com os olhos a arder.
- Nada de “mas”. Como consequência disso, vai ser expulsa por uma semana.
Abro a boca espantada. Não queria acreditar!
Como eu iria explicar isto à mãe? O que diria? Meu Deus!
O diretor passou-me um papel para que os pais assinassem.
- Só a minha mãe poderá assinar. - aviso.
- Eu sei. - os meus olhos encontram os seus e vejo pena neles.
Ele também sabe, claro.
- Pode ir para casa. Volte amanhã para entregar o papel. - aponta para o papel que tenho nas mãos - E sem falta. - digo que sim, confirmando que entendi.
Saí de lá. Não posso voltar agora para casa. Se chegar assim tão cedo terei explicar o porquê, e assim mostrar o papel. Sei que levarei uma bronca da minha mãe e não quero isso. Não hoje.
Saindo da escola, vou direta para... para onde? Não sei para onde ir. Faltam três horas para as minhas aulas de hoje acabarem e não sei o que fazer. Como aproveitar o tempo? Vou para o parque? Não. Vou é para o mar. Opto pelo mar, gosto mais e vou poder estar sozinha, espero.
Indo no sentido contrário da minha casa, vou para o mar. Em minutos, aproximo-me do mar e paro. O local está com algumas pessoas, entretanto, poucas. Olho ao redor procurando um lugar em que possa estar sozinha. Ao fundo, vejo uma pedra enorme tapando uma parte pequena da praia. Não há ninguém lá.
Direciono-me para lá. Antes de ir para o outro lado, toco na rocha. Uns centímetros maior que eu.
"Ótimo, ninguém vai me ver."
Tiro as roupas, ficando de sutiã e cuecas. Ponho em cima da rocha, de uma maneira que ninguém possa ver do outro lado. Não posso deixar areia na minha roupa, senão a mãe vai estranhar.
Quando tudo está no lugar, deito-me na areia. A água chega até aos meus pés, não passando daí. O sol está a queimar. Pouso o meu braço direito sobre os olhos, tapando do sol. Relaxo, mas não o suficiente por causa da expulsão.
"Uma semana. É muito, vou perder muitas aulas. Isto é péssimo."
Retiro o braço dos olhos vendo que as nuvens estão a tapar o sol.
Pego no telemóvel que está ao meu lado e vejo que são seis horas. Tinha descansado um bocado e ainda falta uma hora.
Ergo-me da areia e tenho um escaldão.
"Bonito. Mais uma coisa para explicar. Ou não..."
Tiro da mochila o protetor solar e um creme.
"Como fui me esquecer de deitar..."
Passo primeiro o creme e a seguir o protetor. Sinto a pele relaxar e a dor passar um bocado. Isto vai passar em menos de um dia.
Tento tirar toda a areia que tem no meu corpo, incluindo o sutiã e as cuecas. Visto-me para dar um passeio. Ando pelo praia toda devagar. Vejo as pessoas e crianças a brincar, a ir à água, a comer, a correr... Pais a se divertir com os seus filhos. Que nostalgia. Com isto vem-me uma lembrança que nem sabia que tinha. Era só eu, a mãe e o pai. Não sei como me lembro dessa época. É uma lembrança pequena, mas que gosto.
O pai brincava comigo no mar, jogando água para mim e eu também tentava - falhadamente. A mãe a rir-se da nossa brincadeira. O meu pai a levantar-me da água e a por-me em cima dos seus ombros para ir ter com a mãe.
São muitos poucos detalhes que me lembro quando o pai ainda não tinha desaparecido.
Suspiro, continuando a andar. É uma pena que seja passado.
"Tenho que esquecer", penso, triste.
Mas ele vai estar sempre no meu coração mesmo não o conhecendo.
Caminhando para casa, vejo mais pais com os seus filhos. Fico feliz e triste ao mesmo tempo. Queria ter o meu pai de volta.
Regressando à casa, vou para a casa de banho. Tomo um banho rápido para tirar a areia que ainda faltava. Visto o pijama e vejo a mochila em cima da cama. Tiro o papel e leio o que está escrito.
A menina Helena Jones está expulsa de uma semana devido a um roubo de duzentos euros. Terá...
O resto é blá blá blá que não interessa muito. Deixo o papel em cima da bolsa para não me esquecer. De uma maneira ou de outra terei que dizer.
Caminho-me para a sala.
- Olá.
- Ah, Helena. Não sabia que tinhas chegado. Por que que já estás de pijama? – pergunta, não entendendo.
- Vou para a cama mais cedo. Não tenho nada para fazer da escola. - é verdade. E sobre aquela expulsão, só irei falar amanhã.
Como tinha dito que ia para cama mais cedo, a mãe preparou o jantar mais cedo. Terminando de comer, sigo para o quarto.
Encaminho-me para a varanda, sentando-me e colocando os braços sobre ela. O dia está a anoitecer e ainda posso ver o pôr do sol. Engraçado, isto lembra-me quando eu, a mãe e o Claudio vimos quando estávamos no campo.
No horizonte posso ver uma estrela a aparecer. A primeira estrela; que ela me leve para o rumo certo.
"Quem me dera ser invisível."
Segundos depois, sinto de novo a pontada perto do coração. Vou a correr para o banheiro para tomar o comprimido.
Tento aguentar as dores e dormir.
“...
Continuo a correr sem parar, a toda a velocidade. Como eu amo correr. A brisa a bater-me na cara...
Paro de repente, quase caindo. Ao pé de uma árvore, vejo um vulto. Pela estrutura da sombra, um homem."
Acordo suada. Tive o mesmo sonho de novo e agora pude saber que era um homem. Ainda não entendi isso tudo.
Como da outra vez, não sinto a dor. Levanto-me da cama e sinto-me muito estranha. Dou de ombros.
Vou para a cozinha e vejo a mãe a preparar algo.
- Mãe... - não sei como começar - Tenho que falar uma coisa. Mas por favor, deixa-me explicar primeiro! - falo, porém a mãe continua com o que estava fazendo. - Mãe? Está me ouvindo? - pergunto e vejo-a se virar após uns segundos. Vem na minha direção e me sinto pronta para explicar. - Eu fui... - no entanto, não acabei. Não consegui, pois a mãe atravessou-me! Ela atravessou por mim. Como se eu não existisse. Parece que não ouve também.
Afasto-me da mesa e olho-me. Parece que estou... invisível?! Mais transparente… Como isto é possível?
- Helena. - ouço a mãe a chamar-me do andar de cima - Está na hora de acordar.
Antes de ouvir mais alguma coisa, saiu de casa.
E agora, o que faço?
Autor(a): Monica
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Pensa, Helena, pensa! Ora bem. Então, o meu desejo realizou-se e estou invisível. Mas e agora? Tinha que contar à mãe sobre a expulsão! E entregá-la hoje! Ai, Meu Deus, o que faço?! Respiro fundo, acalmando-me. Podia entrar e escrever num papel e dizer à mãe que estou invisível, mas ela podia pirar ou at ...
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