Fanfics Brasil - Capítulo 8 – Perols Black Mundo Invisível

Fanfic: Mundo Invisível | Tema: Luta, Ação, Aventura, Fantasia, Bullying, Amigos, Amizade, Romance, Segredos, Mundo, Escola, Amigas,


Capítulo: Capítulo 8 – Perols Black

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Pensa, Helena, pensa! Ora bem. Então, o meu desejo realizou-se e estou invisível. Mas e agora? Tinha que contar à mãe sobre a expulsão! E entregá-la hoje! Ai, Meu Deus, o que faço?!


Respiro fundo, acalmando-me.


Podia entrar e escrever num papel e dizer à mãe que estou invisível, mas ela podia pirar ou até desmaiar! Melhor não.


Ainda é inacreditável saber que estou invisível. Quer dizer, não sabia que era mesmo possível! Será que posso ficar visível de novo?


Estralo os dedos, bato as mãos uma contra a outra, mas nada resulta. Já sei!


- Desejo ficar visível. - peço. Não sinto nada diferente e as pessoas que passam não me olham. Humm, que tal. - Ficar visível! - nada. Bolas, isto não é como o Danny Phantom que vi. É totalmente diferente!


Desisto e caminho. Vou até a escola e logo vejo o que faço.


Quando passo pelas pessoas, sinto-me estranha. Era como se não existisse, como se não estivesse aqui. Sinto-me vazia. Ultrapasso por um casal com um filho e ele me olha! O menino consegue me ver!


- Mamãe. - ele chama-a, puxando a sua manga com a sua forcinha - Olha ali. - aponta para mim - É uma menina!


A mãe olha para onde o menino está a apontar e não me vê.


- Sim, claro. É uma menina muito bonita. – agarra na sua mão pequena e puxa-o para continuar a andar, no entanto continua a encarar-me. Eu aceno contente e ele faz o mesmo.


É incrível. As crianças conseguem ver enquanto que os adultos não. É a imaginação. As crianças pensam em qualquer coisa possível, enquanto que os adultos só querem saber dos seus sonhos, desejos e não acreditam em nada. Pensam que é tudo mentira. As crianças vêem mais que nós, melhor que todos, o mundo.


Encosto-me no portão e ninguém me via. Entro passando por todos os alunos da escola. Se quisesse, podia ouvir cada conversa, segredo, intimidade de cada um.


Desloco-me para a sala e vejo o Diogo conversando animadamente com a Emily e as amiguinhas. Aproximo-me para ouvir.


- Ah! Bem feito! Uma semana expulsa é bom. As suas notas vão baixar e eu serei a melhor.


- Ela pensava que eu era seu amigo! - admite Diogo - Dava nojo ter ela no meu ombro a chorar, mas consegui aguentar. Uma idiota pensar que "eu" seria seu amigo. - faz ênfase.


- É tão ingênua! Pensava que ia ter amigos mesmo sofrendo bullying! Foi ótima aquela atuação de a protegeres! Foi fácil. Era só pagar as pessoas para assistirem e a seguir dar palmas. Fazem tudo por dinheiro! – fala contente – O plano correu às maravilhas!


“Eu não acredito no que estou a ouvir. Esta era uma boa altura para saber a verdade toda! E não tenho o telemóvel para gravar! Como sou estúpida!”, penso, dando um estalo na minha testa.


- O roubo de duzentos euros é que foi bom! Ela pagou por tudo e foi expulsa. Pena que foi só uma semana. Aquela cachorra não faz falta aqui. - as suas amiguinhas simplesmente riem.


Fico tão irritada que tiro um livro do armário do meu lado que está aberto, com a intenção de jogá-lo à cabeça da rica popular. O que me impressionou é que resultou. O livro calhou mesmo em cima da cabeça dela e esta gritou:


- Quem fez isso? - perguntou para as pessoas ao redor.


Então quer dizer que posso tocar nos objetos. Formidável.


Tiro mais livros do armário e jogo na cabeça de cada um. Em todas as amiguinhas da Emily, depois no Diogo e de novo na Emily.


- Fantasma! - eles gritam.


Todos correm com medo e eu fico ali, ainda com um livro qualquer sobre a cabeça que iria atirar.


- Não devia fazer isso. - alguém fala.


Observo ao redor, procurando a pessoa. Sentindo uma sensação, percebo que a pessoa está em cima dos armários.


Um rapaz de cabelo loiro, nas pontas encaracoladas, e olhos castanhos.


- Oi! - ele diz, levantando a mão e saindo de cima do armário.


- Consegue me ver? - fico admirada.


- Pelo o que parece é nova aqui.


Confirmo.


- Então, tem que conhecer o nosso mundo. - fala colocando a mão atrás das minhas costas para eu andar.


- Como assim "o nosso mundo"? Este é o meu mundo.


- Já não. - olho para ele, confusa.


No tempo que caminhamos, ele explica tudo.


- Como podes ter percebido, estás invisível. Ninguém pode te ver, exceto as crianças que têm uma imaginação além do que podemos ver. - isso me lembra o menino - Deves ter sentido uma pontada perto do coração e ter tido um sonho estranho, não? - digo que sim - Isso quer dizer que estavas quase a ficar invisível e o sonho é parte do nosso mundo. - ele para e vira-me para ele - Que sonho tiveste?


- Ah... Eu estava a correr por uma floresta, cheia de flores e animais. Eu paro de repente e vejo um vulto. Hoje eu sonhei de novo e vi que era um homem.


- Humm… Tudo bem. Quando estás prestes a ficar invisível, consegues ver sempre mais algum detalhe que não tinhas sonhado antes. - ele continua a andar, eu o sigo - Continuando, vais conhecer o nosso mundo. Lá vais ter muito o que fazer. Já agora. - para de novo - Como ficaste invisível?


- Como, eu não sei. Só desejei.


Suspira.


- As coisas não funcionam assim. Sim, podes desejar, mas não é assim que se consegue ficar invisível. Deve ter uma razão muito forte para quereres. Um medo, uma desgraça, um acidente... Seja lá o que for, porém tem que ser forte.


- Já sei. Desde que fui para Aston Couventry, sabes a escola em que estávamos. - perguntei para ver se ele sabia e confirmou - Bom, eu sofro bullying desde que entrei. Pelas populares que são as raparigas em que estava a jogar os livros. Na outra semana, um menino veio ajudar-me quando caí e disse que seria meu amigo. Eu comecei a confiar nele depois de defender-me da Emily e as suas amigas. Ontem, quando fui a casa de banho na aula, o Diogo colocou duzentos euros na minha mochila... - interrompeu-me.


- Duzentos?! – perguntou, espantado.


- Sim. - resmungo - Prosseguindo, quando voltei a Emily colocou a mochila em cima da mesa e procurou desesperada pelo dinheiro, dizendo que era para um amigo de um parente falecido do seu pai. O professor perguntou quem tinha roubado e como ninguém se pronunciou, mandou todos permanecerem na sala e todos abrirem as suas mochilas. Eu fui pega e ganhei uma semana de expulsão. Eu sou inocente e não pude dizer nada, o professor não acreditou no que eu disse. Eu não falei nada a minha mãe porque ia dizer no dia seguinte, mas bem, não pude. Porque estou invisível! - paro para respirar fundo - Por favor. - olho para o fundo dos seus olhos castanhos - Como se pode ficar visível de novo? Preciso que a minha mãe assine o papel e entregar o papel hoje ao diretor! – digo, desesperada.


- Acalma-te. - agarra-me nos ombros - Não é assim que as coisas funcionam. Não podes ficar visível quando quiseres.


- Como assim?! Eu preciso! - grito.


Suspira.


- Não tens com o que te preocupar. Quando estiveres no nosso mundo, este mundo para. Enquanto estiveres lá tudo estará parado e o tempo não passa, mesmo que passe anos lá, aqui não passa nenhum, nem um segundo.


- Ainda bem. Então vamos logo para lá! – falo, lançando o braço no ar e começando a correr.


- Calma! – diz, agarrando o meu pulso e rindo - Não queres saber mais nada? Tenho mais informações para te dizer, mas algumas coisas será melhor explicar lá.


- Sim. Como eu posso agarrar em objetos?


- Mesmo estando invisível podemos agarrar no que quisermos, menos nas pessoas. Elas não te ouvem ou vêem. Por isso tens que ter cuidado com os carros porque podes mesmo bater neles. Eles podem sentir o carro bater em algo, mas não nos vêem. Tens que ter muito cuidado. - avisa-me.


- Ok. Agora vamos lá para esse mundo para as horas não passarem! Tenho que entregar o papel hoje! - ele ri da minha reação e leva-me até ao local.


Reconheço para onde estamos a ir. Estamos seguindo direto para o mar, fazendo-me estranhar. Paramos ao lado da rocha que fiquei, porém do outro lado e ficamos parados. Fico alternando o olhar para o mar e o rapaz dos cabelos loiros.


- Porque que estamos parados? Estamos à espera de algo? Vai acontecer alguma coisa? - não responde - Diz alguma coisa! - grito.


- Só precisas ter calma. Quando é com os novatos demora um pouco. Eles precisam analisar as pessoas. - olha para mim de lado e sorri.


"Analisar as pessoas? Como assim?!"


De repente, uma coisa azul se abre à nossa frente como se fosse um portal. A volta aparece pedras formando uma porta, mas no centro continua azul. Um outro rapaz sai de dentro. Este é com cabelo castanho como os olhos e usa óculos graduados. Parecia ser um nerd, sem ofensa. Ele usava um uniforme de militar.


"Estamos na guerra por acaso? Para quê um uniforme de militar?"


- Olá, Gustavo! - cumprimenta o amigo - Tudo bem aí? Ela é novata. - refere-se a mim.


- Estou bem. - responde - E eu sei que ela é novata. Deixa cá ver. – ajeita os óculos e analisa o papel que tem em mãos - Helena Jones. 14 anos. Tem amigos distantes e sofre bullying na nova escola. Vive com a sua mãe, Cília. Pai desaparecido. Humm... - olha para mim.


- O que se passa, Gustavo? - pergunta... bem, não sei seu nome.


- Tenho a certeza que já vi...


Não prestei atenção. Como ele sabia tanto sobre mim? Conhecendo-me agora e vendo-me a primeira vez na vida!


- Ei. – falo, chamando a atenção dos dois - Como sabes tanto sobre mim? - pergunto.


- Fui a isto que chamei analisar. – disse o rapaz dos cabelos loiros.


Fico sem jeito.


- Bom, está tudo em ordem. Podes entrar. - fico receosa do que possa encontrar e, de súbito, o rapaz dos cabelos loiros agarra a minha mão.


Confirmo que sim e ele também logo de seguida. Seguimos juntos ao mesmo tempo para o portal. Ultrapassando o portal, sinto como se tivesse andado de montanha russa. O vômito vem-me à boca, mas faço uma força e engulo de novo, sentindo o gosto horrível.


- Estás bem? – pergunta, não parecendo preocupado - É normal se sentir mal na primeira vez. Logo vais te acostumando.


Recuperando, ergo a cabeça para cima com os olhos fechados. De seguida, abro-os e vislumbro o que vejo. É mesmo o que eu sonhei. A floresta por onde corria!


O rapaz vendo-me a contemplar o lugar, apresentou-se.


- Eu sou James Alson. - olho-o, admirada - Bem vinda a Perols Black! – fala, movendo a mão ao seu redor, mostrando o meu novo mundo.



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Autor(a): Monica

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- Bem vinda a Perols Black! - exclama, referindo-se a floresta à nossa frente. - Perols Black? – pergunto, olhando-o. - Sim, o nome deste mundo. - observo o lugar. O ar fresco entrando nas minhas narinas faz-me inspirar e expirar fundo pela sensação. - Bom, voltando ao assunto, como eu volto ao normal? - Eu não posso dizer. Quando chegar ...


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