Fanfic: Efeito borboleta - Laliter (adaptada) | Tema: Laliter

Capítulo 4

 

Ao voltar pra mesa, a conversa seguiu normal. Lali encheu a tal Beatrice de mimos. Colocou a menina, que era novata, morena clarinha, os olhos amendoados, o cabelo castanho bonito, parecia delicada, tão novinha, dois degraus acima na escadaria, a convidou para o próximo brunch em sua casa (as novatas nunca iam aos brunchs). A menina estava radiante de alegria. 

Lali : O que você vai fazer no dia da final do Lacrosse? – Perguntou, tranqüila. Lali brincava com a maçã que mordiscara. 

Beatrice: Nada. Não gosto muito de lacrosse. – Disse, simples. 

Lali : Você vai passar a noite com o Todd, irmão do Brad. – Disse, simples, mordendo a maça. As outras seguidoras, minions, como eram chamadas, permaneceram quietas, mas Beatrice reagiu. 

Beatrice: Passar a noite... – Disse, empalidecendo. 

Lali: Você entendeu. – Disse, com um sorriso malicioso. 

Beatrice: Eu... E-eu nem o conheço. – Disse, parecendo apavorada. 

Lali: Ok. – Disse, pensativa – O jogo termina as 19. Vocês se encontram na comemoração, jantam juntos, se conhecem... Depois é só aproveitar. – Disse, simples, se servindo de chá gelado. 

O silencio se manteve um instante. As minions não se importavam, conversavam sobre outras coisas. Lali comia sua maça tranqüila. Só a pobre Beatrice parecia prestes a ter um ataque. 

Beatrice: Eu... Eu sou virgem. – Disse, em um fio de voz, torcendo as mãos. O sangue subindo pro rosto. Lali precisava voltar atrás, ver que ela não podia fazer isso, retroceder... Só que Lali nunca retrocedia. 

Lali : Olha só, uma ótima oportunidade de mudar esse status. – Disse, com um sorriso simpático – Euge vai te dar dicas, ela é expert nesse assunto. – Euge, que estava absorta em um livro, ergueu a cabeça. 

Euge: Desculpe? – Perguntou, achando graça. 

Lalií: Não é novidade que você já transou mais que esse grupo todo. – Disse, sorrindo. 

Euge: Eu tinha um namorado, ok? – Disse, e se virou, vendo a palidez da outra – Espera, isso é mesmo sério? 

Lalí: Claro que é. – Disse, secando o canto dos lábios com um guardanapo, aproveitando pra arrumar o cabelo no espelho – Você não vai me negar esse favor, vai? – Perguntou, encarando a pobre Beatrice. 

Beatrice: Eu... Eu... – Ela estava literalmente em pânico. Nem conhecia o tal Todd direito, só sabia que era um grandalhão do Lacrosse. 

Chloe: Não se preocupe tanto. Não é grande coisa. – Tranqüilizou. – A primeira vez, a segunda, dá tudo no mesmo. 

Euge: Escuta. – Cortou – A primeira vez importa, sim. Você não esquece. A minha não foi nenhuma maravilha, e eu sei que não vou esquecer. Tudo bem você querer fazer um favor a Lalí, e por mais toques e dicas que eu te der, ainda vai ser um momento seu. Você vai estar sozinha. Pense, você realmente quer fazer isso? 

Lali olhou Beatrice por cima do ombro de Euge, erguendo a sobrancelha, esperando uma resposta. Beatrice parou um instante, encarando a outra, os olhos negros que ela sabia que podiam ser impiedosos. Era caloura, chegara ao St. Jude esse ano e sua vida fora impossível, não tinha amigos, tudo era complicado, até que Lali resolveu aceitá-la. Então todas as portas se abriam, ela era bem tratada, pessoas faziam os trabalhos pra ela, ela nunca tinha problemas... E ela sabia que Lali, que aguardava a resposta ainda com a sobrancelha erguida, iria transformar a vida dela em um inferno se ela não fizesse o que ela queria. Mas por outro lado, era sua primeira vez. Não devia ser assim. Ela estava assustada, com medo até, as mãos tremiam. 

Euge: Beatrice? – Perguntou. Lali tinha o olhar frio, a sobrancelha delicada erguida, esperando a resposta. – Você quer mesmo fazer isso? 

Beatrice: Q-quero. – Respondeu, em um fio de voz, quase imperceptível. Euge balançou a cabeça negativamente, mas não contestou. Lali, por sua vez, sorriu, o olhar doce no rosto novamente. 

Lali: É só uma noite. Se você não gostar, acabou por ai. – Disse, tranqüila – Não se assuste. Marcarei o dia, tudo direitinho, e te aviso antes. – Completou, prática – Viu? Está tudo bem. – A menina parecia ter perdido a voz – Mas me deixe lembrar: Uma vez que você se compromete comigo, não há como voltar atrás. Mantenha isso em mente. – Disse, calma. 

Peter: lali? – Perguntou, e Lalí se virou, toda a calma e suavidade esvaziando do seu rosto. Porque ele estava falando com ela em publico?! 

Lali : Oi. – Disse, estancada no lugar. 

Peter : Só queria confirmar. T-tudo certo pra hoje? – Perguntou, ajeitando o óculos. 

Lali: Como combinamos. – Disse, quase em um rosnado. 

Peter: Tudo bem, tudo bem. – Se apressou, e ia saindo, até que parou – Ela está bem? – Perguntou, estranhando. Beatrice estava branca feito gesso, parecia tremer, encolhida em seu lugar, com uma aparência apavorada. – Quer que eu chame a enfermaria? Alguma ajuda? 

Lali: Não. Claro que ela está bem. Pode ir. – Dispensou. 

Peter olhou mais uma vez. A menina parecia que ia desmaiar a qualquer momento. Mas como ele não ia contrariar Lali, saiu. O sinal tocou e Lali se levantou, ajeitando as meias brancas, voltando seu caminho pra aula, e a formação se fez atrás dela, seguindo-a, incluindo uma Beatrice que soava, apavorada, andando aos tropeços. Mas ninguém prestou atenção. Lali não voltaria atrás, nem se penalizaria. Ela precisava pagar o favor, e pagaria, era só questão de Beatrice largar de drama por coisa pequena. Ela precisava que fosse feito, e fariam para ela. Era assim que o mundo dela funcionava...