Fanfic: Bem Comportada (Adaptada) | Tema: Vondy
Prezado Lorde Prescott,
Levei um bom tempo para criar coragem e escrever esta carta. Peço desculpas por me corresponder com o senhor sem que tivéssemos sido primeiramente apresentados. Sendo objetiva, preciso do senhor.
Para que o senhor entenda, trabalho no Empório do Prazer, de propriedade de madame Fynch, cujo objetivo é proporcionar entretenimento aos sócios desse clube exclusivo para cavalheiros. A Madame alega que sou preguiçosa e não me esforço o suficiente. Eu, entretanto, acredito que a devoção demonstrada por meus visitantes seja uma evidência de meu bom trabalho, e disse isso a ela. Ela ficou furiosa, achando minha resposta inoportuna, e exigiu que eu encontre um cavalheiro que me imponha humilhações para que eu aprenda a tratar melhor quem for indicado por ela.
Sei que fui muito impertinente no passado, e agora a Madame afirma que está pronta para me despedir por causa de minha insolência. Ela não está satisfeita com meu desempenho e diz que minha única esperança de continuar aqui é que um observador imparcial julgue minha inocência ou culpa a respeito. É por isso que recorro ao senhor. Se for julgada culpada a seus olhos, devo me submeter a qualquer tipo de disciplina que me impuser, mesmo que isso signifique que o senhor também me dê “notas baixas”. Cá entre nós senhor, farei qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, para poder permanecer aqui. Por favor, venha imediatamente e faça seu julgamento. Está em suas mãos o meu futuro.
Inteiramente ao seu dispor;
Lollie
Dulce Saviñón esboçou um sorriso satisfeito ao dobrar o papel azul. Incitar o apetite sexual masculino era muito fácil, especialmente quando se sabia exatamente como fazê-lo. E aquele homem em particular não resistiria a um convite tentador. Apostava todas as suas fichas nisso.
Demonstrando prática, ela passou a vela pela aba do envelope e a parafina vermelha escorreu em forma de coração. Examinou a prateleira acima da escrivaninha, onde havia uma fileira de carimbos com monograma, lado a lado, como pequenos soldados aguardando ordens. Pegou o que desejava e o pressionou com firmeza na parafina quente, surgindo um “L”.
Com sua habitual falta de boas maneiras, Lollie escancarou a porta do quarto de Dulce, carregando duas xícaras.
- Como você não desceu para o chá, eu trouxe para você.
Dulce sorriu, animada.
- Tenho uns dos bons para você, Lollie – ela disse, com os olhos brilhantes, agitando a carta. – Esse homem será muito especial para nós duas.
Lollie apertou os lábios ao tirar a carta das mãos de Dulce e se sentou na cama dela.
- Lorde Roderick Prescott. Nunca ouvi falar dele.
- Logo vai conhecê-lo, se minha carta funcionar como imagino. Ele tem rios de dinheiro, você vai gostar de estar com ele. Na realidade, não duvido de que ele lhe dê uns presentinhos para aliviar seu desconforto.
- Aliviar... – a expressão de Lollie mudou de curiosa para desanimada. – Ah, não... outro que bate, não!
Dulce levantou as mãos para acalmá-la.
- Ele é muito rico e...
Lollie pulou da cama, e seus lindos cachos loiros saltitaram em seus ombros.
- Não! Já disse que não quero os que batem. Dê para Serafina, ela gosta desse tipo de homem.
Visivelmente desapontada, Dulce segurou a amiga pela saia.
- Por favor, Lollie. Tem de ser você.
- Por quê?
- Porque... – Dulce não conseguiu pensar em uma maneira coerente de extravasar o sentimento que a sufocava e desabafou: - Porque eu acredito que ele seja o homem que mandou meu pai para a cadeia.
- O quê?!
Dulce fez com que Lollie se sentasse na cama junto a ela e falou em tom confidencial:
- Primeiro você tem que jurar que não vai deixar escapar uma palavra para Madame.
Lollie franziu as sobrancelhas, com ar preocupado.
- Mas é claro que não.
Dulce olhou para a porta. Embora as outras cortesãs estivessem se arrumando para a noite, Madame fazia rondas freqüentes pela casa para certificar-se se estava tudo em ordem antes da chegada dos clientes.
- Antes de vir trabalhar aqui, o meu pai era joalheiro na Fulsom Street. Um dia, apareceu um homem com uma tiara na loja dele. Era uma peça linda, cheia de brilhantes e uma safira enorme. Eu cheguei a ver quando meu pai estava trabalhando nela. Bom, esse homem pediu a meu pai para trocar as pedras preciosas por semipreciosas, uma coisa curiosa de pedir, pois desvalorizava uma peça tão fina como aquela. Mas como ele pagou bem e adiantado, meu pai resolveu aceitar, sem pensar em qualquer maldade. E ao terminar o serviço, ele entregou a tiara e as pedras preciosas, e o homem foi embora satisfeito, só que algumas horas depois apareceram oficiais da polícia na joalheria e prenderam meu pai, alegando que um dos clientes dele havia levado uma tiara para a limpeza, e que ao ser devolvida, ela estava com pedras de menor valor. Quatro dia depois, meu pai foi condenado por roubo e fraude e despachado para a Colônia Penal da Austrália.
- Quem foi esse canalha?
Dulce levantou a sobrancelha.
- Não sei. Nunca o vi. Nem sequer estava na loja quando meu pai foi preso, e nenhuma autoridade quis me dizer o nome do homem que o acusou. Todos me disseram a mesma coisa, que o caso era uma questão de segurança nacional e não podiam revelar nada. Segurança nacional! Incrível não? E não me informaram nem para onde posso escrever para meu pai! Já se passaram três meses que ele foi detido. Três meses que não coloco os olhos nele, e nem sei se ele sequer sobreviveu à viagem.
- Coitado. – Lollie colocou a mão no ombro de Dulce. – E você acha que foi esse sujeito, o Prescott, quem mandou prender seu pai?
- É o que pretendo descobrir. O homem que o acusou deve ter alguma influência política. Ninguém é condenado com tanta rapidez, e ele ainda teve um julgamento de portas fechadas, nem eu pude testemunhar a favor dele. Quem é que consegue que uma sentença saia tão rápida? Só pode ser um figurão do governo.
- Como você sabe que foi Prescott?
- Bem, não sei, eu não tenho certeza. Meu pai tinha alguns clientes poderosos. Na verdade, que eu saiba, especialmente dois homens. E a única coisa que sei sobre o sr. Tiara é que tem um fraco por agressão, pois ele se gabou para meu pai que havia ensinado uma lição a uma mulher na noite anterior. Por isso que eu preciso descobrir se foi um desses dois homens que o arruinou.
Lollie piscou os grandes olhos azuis.
- O que você pretende fazer se for mesmo ele?
A pergunta ficou pairando no ar por uns minutos, enquanto Dulce digeria sua raiva.
- Ora, arruiná-lo também.
As lindas feições de porcelana de Lollie se enterneceram.
- Então onde é que eu entro nessa história?
- Você tem de arrumar um jeito para que ele confesse, conversar com ele, e a noite toda se for preciso.
- Bem se vê que você nunca levou uns tapas. Acredite, não dá a menor vontade de sofrer a noite toda. E tudo o que se quer é que eles entrem e terminem bem depressa.
Dulce empurrou uma mecha de cabelo para trás da orelha.
- Você não entendeu, eu quis dizer pra você o mantenha no salão. Fique conversando no bar com ele, e eu me incumbirei de ficar repondo os drinques, assim também posso ouvir o que vocês conversam.
- O que quer que eu faça? Quer que eu pergunte se foi ele quem mandou prender o dono da joalheria Saviñón? Ele não iria confessar uma coisa dessas para alguém como eu.
- Claro que confessaria, uma das coisas que mais espantosas que já vi desde que comecei a trabalhar aqui, é como esses cavalheiros se abrem conosco. Eles conversam como se fossemos as confidentes mais discretas e solidárias, contam coisas que nunca diriam ao padre, nem a suas esposas. Eles se vangloriam até das coisas mais depravadas ou maldosas, porque acham que não temos o direito de julgá-los. Tenho certeza de que você consegue fazer lorde Prescott contar, basta começar a falar de jóias. Mostre a ele seu colar, pergunte se ele gosta e quanto acha que vale. Veremos se ele traz à baila o nome do meu pai.
Lollie meneou a cabeça.
- Não sei, Dulce. Se é tão importante para você, por que não se encarrega desse lorde você mesma?
Dulce recuou, com a expressão contrafeita.
- Você sabe que é impossível.
Havia muito, Dulce aceitara o fato de que não era nenhuma beleza. Todas as dozes cortesãs que Madame empregava eram absolutamente perfeitas. Com mulheres maravilhosas para satisfazer o desejo de um homem só de olhar, ninguém prestaria a menor atenção a ela. Pois parecia fazer parte do mobiliário.
- Por favor, Lollie. É tão importante para mim que lhe darei meu salário de uma semana, até do mês se for necessário. O que quiser, por favor.
Lollie soltou um sonoro suspiro.
- Está bem, mas que esse seja o último pervertido que você me arruma. É melhor que o próximo seja um belo príncipe disposto a se casar com uma prostituta do Convent Garden.
Dulce suspirou de alívio.
- Vou começar a investigar agora mesmo.
Bem, se estiverem gostando não deixem de comentar, ok?
Logo postarei mais ;)
Autor(a): Soyezinha
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Naquela noite, Dulce desceu ao salão principal do Empório do Prazer. Aos sábados, o salão lotava mais cedo.Madame Fynch caminhou até ela assim que pisou no último degrau da escada.- Quantas?Madame era uma mulher alta. Seus cabelos negros haviam se tornado grisalhos, e ela os usava presos em um coque. O rosto era magro, pálido ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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juhcunha Postado em 25/02/2016 - 23:53:38
Nao acredito que o ucker nao vai ajuda a dul
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juhcunha Postado em 14/02/2016 - 02:58:24
Simmmmmmmmmmmmm posta mais logoooo
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juhcunha Postado em 17/01/2016 - 21:41:58
Continuaaaa por favor ta demais
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lorac Postado em 09/12/2015 - 22:27:32
continuaaaaaaaaaaaaaa amanddooooo pleaseeeeeeee
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lorac Postado em 06/12/2015 - 11:32:15
continuaa pleaseeee
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bluane_ Postado em 29/11/2015 - 11:07:07
Continua meol ansiosa pro próximo poste continuaaaaaaaaaaaaaaaaa
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bluane_ Postado em 28/11/2015 - 19:43:55
Gata contínua por favor
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juhcunha Postado em 26/10/2015 - 02:23:10
Ameii mais ele não vai bater nela ne??
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juhcunha Postado em 06/10/2015 - 20:52:27
Continuua
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juhcunha Postado em 23/09/2015 - 20:28:43
Ixii Christopher se envolveu numa rouba a dul vai pensa que ele e lorde e vai odiar ele