Fanfic: Bem Comportada (Adaptada) | Tema: Vondy

- Como?

- Eu disse, leia para mim. Eu gosto de livros sujos, e também de cartas, então quero me distrair mais um pouco. – Ele se sentou no grande sofá, colocou um dos pés sobre a mesa de chá e cruzou as pernas. Depois, juntos as mãos atrás da nuca para apoiar a cabeça, ficando com o corpo musculoso totalmente esticado.

Dulce olhou para o livro desencapado que tinha nas mãos. Não sabia como tinha acontecido, mas, uma vez mais, lorde Prescott estava no controle da própria fantasia. Ele queria humilhá-la e estava se saindo muito bem. Ela precisava pegar as rédeas da situação, caso contrário nunca conseguiria tirar dele o que desejava.

- Tenho uma ideia melhor. Vamos ver se conseguimos escrever nós mesmos uma história de amor.

Ele esboçou um sorriso mais largo e zombeteiro.

- O que você tem em mente?

Ela levantou e se sentou ao lado dele.

- Página um. – Colocou a mão sobre o peito dele e o acariciou. O toque o fez respirar fundo. A expressão divertida abandonou o rosto moreno, e ele se sentou direito. Ela deslizou a mão por baixo da lapela do casaco e alisou o colete de seda. – Página dois. – A mão subiu pelo peito largo. Ele inclinou a cabeça para beijá-la, mas ela o deteve. – Ainda não. Sou eu que estou escrevendo a história. – Seus dedos alcançaram a cabeça dele e afagaram vagarosamente os cabelos. Ela havia visto as cortesãs deixarem os homens loucos simplesmente ao acariciar seus cabelos um pouco acima da nuca. Então, enfiou os dedos entre as ondas dos cabelos, desalinhando-os. – Página três.

Ele fechou os olhos e o músculo de sua mandíbula ficou tenso. A sensação de prazer que Dulce sentia e sua autoconfiança cresciam à medida que a excitação dele ia aumentando. Ela sentiu o próprio corpo arder de desejo, mas o reprimiu. Mesmo que não tivesse um alvo a alcançar, estava se divertindo muito só de observar o sádico lorde Prescott capitular ao seu toque.

- Minha vez. – Ele passou a mão no braço dela. O toque dos dedos provocou uma imediata onda de desejo em Dulce.

- Não, sou eu que escrevo essa história.

Ele franziu a testa.

- Acho que não estou gostando dela.

- Espere e gostará. – Ela tirou a mão dele de seu braço e a levou aos lábios. – Página quatro. – Beijou a ponta do dedo mínimo e depois dos dedos anelar e médio, achando estranho que a mão dele fosse áspera e calosa, e não macia como era de se esperar da mão de um cavalheiro. Mas isso era o de menos. O que importava era que sua iniciativa parecia estar surtindo efeito desejado: ele se mexeu no sofá.

O dedo indicador foi o próximo. Ele grunhiu ao toque dos lábios quentes e úmidos.

- Página seis – ele disse. – Passe para a página seis.

Dulce sorriu internamente, contente com seu pequeno triunfo.

- Não vale pular página.

Dulce bateu os olhos na calça dele. A dobra do tecido entre as pernas estava esticada.

Foi mais fácil do que imaginei, pensou.

Lollie estava certa. Os homens se deixavam seduzir facilmente. Assim que conseguisse a resposta que queria, tiraria a roupa dele ali mesmo na sala de estar e depois escaparia da casa e pegaria a primeira carruagem de aluguel que encontrasse.

Colocou a mão no joelho dele e acariciou. Vagarosamente a mão subiu pela coxa, cujo músculo ficou imediatamente tensionado ao toque. Timidamente, ela parou ao chegar ao tecido erguido entre as pernas, mas a curiosidade foi mais forte. Bem devagar, apalpou a elevação nas calças dele e ficou maravilhada com a sensação. Era uma delícia o calor que sentia nas partes intimas, mas o efeito em seu ego era ainda melhor. Havia conseguido excitá-lo.

A respiração dele tornou-se mais acelerada.

- Por favor, me alivie...

- Se eu fizer o que me pede, você me compra um rubi?

- Compro...

- Se eu beijá-lo aqui – ela sugeriu, acariciando um pouco mais. – você me compra o de corte mais perfeito?

- Compro...

- Compra na Saviñón´s?

Ele gemeu.

- Não posso. A Saviñón´s fechou. Mas compro em uma loja tão boa quanto, onde você quiser.

Chegou a vez de Dulce respirar pesadamente. Ele sabia que o negócio do pai estava fechado! E fazia somente três meses que fechara. Um cliente esporádico não saberia disso. E lorde Prescott sabia.

Certamente deve saber algo mais, pensou.

- Ah, não, que decepção! O que aconteceu com o dono?

A voz dele traiu uma certa irritação.

- Podemos falar disso depois?

- Não – ela retrucou, petulante, brincando com a ponta dos dedos sobre a ereção dele. – Quero saber agora. O que aconteceu com o sr. Saviñón?

- Ele foi preso.

Dulce ficou lívida. Ele sabia!

- Por quê?

Ele suspirou, ofegante.

- Não lembro.

- Procure lembrar.

Ele agarrou o pulso dela.

- Entendo que você não tenha muita experiência no assunto, mas a última coisa que um homem em minha atual condição deseja é falar sobre outro homem. Será que podemos deixar essa conversa para depois?

Não, ela gritou internamente. Mais tarde pode ser tarde demais. Ele jamais voltaria a falar de seu pai depois que seu prazer estivesse satisfeito. A hora de falar era aquela.

- Claro – concordou, em tom conciliador. – Como você quiser. Agora podemos passar para página seis.

Dulce, porém, percebeu uma mudança no comportamento dele. Ele parecia incomodado, impaciente, até mesmo zangado. Não com ela, mas com alguma outra coisa. Algo desviara sua atenção.

Ela redobrou seus esforços. Abaixou o colarinho e o beijou na pontinha da orelha. Um beijo suave e tentador. Sentiu a mandíbula dele se apertar.

- Tenho a nítida impressão que estou sendo ludibriado. Você não está tentando me seduzir. Está tentando me manipular.

Meninas, peço desculpas... Os posts estão ai, se puderem comentem, ok? Espero que gostem.

Tentarei não demorar outra vez. Beijos!