Fanfic: Bem Comportada (Adaptada) | Tema: Vondy

- Estou tentando, senhor – disse Chase Alcott detrás de uma pilha de papéis que ele havia tirado da escrivaninha. – Revirei toda casa de cima para baixo e não encontrei em lugar algum a chave.

- Procure melhor. – Christopher estava ficando impaciente com a própria dificuldade de identificar o assassino. Quanto mais tempo passasse, mais difícil seria seguir as pistas. Foi então que ele descobriu o cofre de ferro de lorde Prescott, escondido na base de uma coluna de madeira decorada, encontrando a pista do que parecia ser um crime insolúvel. O que quer que houvesse naquele cofre poderia revelar a razão de Prescott ter sido assassinado.

- Sabe de uma coisa – Chase coçou a cabeça – precisamos do mestre Jack. Ele abre esse cofre rapidamente.

Christopher, porém, sentia-se relutante de usar criminosos para solucionar crimes. Por outro lado, o criminoso era como o reflexo no espelho do homem da lei. Cada um encarava um mesmo objeto com perspectiva opostas: um visava destruí-lo, o outro protegê-lo. Se o sujeito fosse bastante inteligente, poderia usar a perspectiva do adversário contra o próprio.

- Não – respondeu. – Vamos deixar o mestre Jack fora disso esta noite. Tenho um outro compromisso.

- Compromisso, senhor?

- Isso. Arrume suas coisas e vá. Preciso conversar com os criados. Ela chegará a qualquer minuto.

- Ela, senhor? – Chase esboçou um sorriso malicioso.

Christopher endireitou o corpo.

- Não que eu tenha qualquer obrigação de lhe dizer, mas ela é uma pista. Deve saber alguma coisa sobre Prescott que talvez me seja útil.

- Claro, o senhor é quem manda. – Chase recolocou os papéis de volta nas gavetas vazias da escrivaninha.

Christopher deteve os olhos no cofre. Queria ter acesso ao conteúdo dele de uma maneira simples, mas, se necessário, recorreria à força bruta para abri-lo. Não poderia fazer o mesmo com a jovem do bordel. A chave de acesso a ela era infinitamente mais complicada. Que criatura fora do comum ela era. Olhos cujo brilho denotavam inteligência, uma boca que implorava para ser beijada, e apesar disso, seu aspecto insinuava uma tristeza de anos de sofrimento.

- Alcott, você tem irmãs, não tem?

- Muitas. Quantas o senhor quer?

Christopher sorriu.

- Apenas me diga uma coisa. Como elas conseguem... – Ele meneou a cabeça – Não sei como fazer a pergunta. Bem, como elas fazem para se sentir confiantes? É algo inato, ou aprendem ao longo do caminho?

Alcott levantou uma sobrancelha.

- Bem, não que eu seja um especialista em mulheres, mas sei que em dado momento elas começam a se sentir bem consigo mesmas. Elas são, por natureza, criaturas confiantes. Confiantes demais, eu diria. Claro que há exceções, algumas perdem essa confiança por circunstância da vida. Mas quando elas metem na cabeça o quanto nós homens precisamos delas, ah, ai o jogo está ganho, e não por nós.

Christopher aquiesceu com a cabeça, pensativo. Estava intrigado com aquela mulher. Ele se perguntava que circunstância a teriam levado a tanta falta de amor-próprio. Mas não era dele a missão de dar um jeito nisso. Na realidade, provavelmente fosse melhor que ela continuasse assim. Bastavam as mulheres que já eram muito cheias de si.

Irei postar mais uma parte. Comentem!