Fanfic: O Homem dos Meus Sonhos AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

Annie se colocou diante dele, forçando-o a parar.

— Alfonso Herrera, não acredito no que estou ouvindo! — vociferou por entre os

dentes. — Por que não tira essa maldita máscara de frieza? Por que não para de fingir

que está preocupado com dinheiro, quando tudo o que quer é chorar por seu cavalo

favorito estar à beira da morte?

Alfonso abriu a boca para responder, mas as palavras morreram na garganta. Como

explicar que, além da dor pungente por ver Rough Cut naquele estado, o que ele mais

receava era perdê-la?

— Não é o fim do mundo, Alfonso — Annie prosseguiu em tom mais brando. —

Tudo o que importa é salvarmos a vida de Cut. Ele é um cavalo jovem e terá o que

precisa para se recuperar. O que importa se ficar manco? Vamos amá-lo do mesmo

jeito, não é?

Alfonso sentiu a garganta se apertar, e o remorso somou-se à infinidade de

emoções que o sufocavam.

— Rough Cut não é o único cavalo espetacular desta fazenda — ela prosseguiu,

alheia ao turbilhão de sentimentos que torturava Alfonso. — O haras está cheio de

animais maravilhosos. Por que não seguimos em frente e apenas mudamos o foco?

Podemos mostrar outros cavalos. As melhorias são maravilhosas. Nós podemos...

— Nós não faremos nada. — Alfonso deixou-se cair na cadeira e apoiou o rosto nas

mãos. Estava cansado, e tudo parecia pior do que era na realidade. — Vou telefonar

para os investidores e cancelar a inauguração do novo haras. É a minha

responsabilidade. Afinal, eu a envolvi nessa história.

— Você me envolveu?

Annie pestanejou, refreando o ímpeto de retrucar. Alfonso estava exausto. Os

cabelos sedosos haviam se transformado numa massa compacta de fios espetados e

profundas olheiras marcavam o rosto másculo. As noites sem dormir e a preocupação

com a saúde de Rough Cut haviam drenado todas as forças dele.

— Oh, Alfonso... — Ela sentou-se no tampo da escrivaninha e estendeu o braço para

tocá-lo no queixo. — Você não me envolveu em nada. Eu entrei nisso porque quis, e

estou aqui de livre e espontânea vontade.

A mão forte se fechou ao redor do punho delicado, e Alfonso afastou-a com um

gesto abrupto. Não queria ser lembrado de como Annie era doce, de como poderia

ser gentil.

— Não, docinho. Você não compreende o que isso significa? Eu prometi que lhe

daria tudo o que você quisesse, e agora, não tenho nada para dar a não ser contas e

problemas. Não espero que fique comigo.

— Você não espera... — Ela deixou as palavras morrerem quando o verdadeiro

sentido penetrou em sua mente.

— Fiz promessas que não posso cumprir. Portanto, eu a libero do compromisso

que assumiu comigo — Alfonso declarou, amargurado. — Não há mais nada entre nós.

Sinto muito, Annie. Gostaria que fosse diferente.

— Alfonso, não é possível que esteja desistindo! — ela quase gritou, libertando o

braço da mão que ainda o prendia. Fixou-o com olhar descrente. — Não pode desistir.