Fanfic: O Homem dos Meus Sonhos AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

 E foi o arrependimento que mais a magoou, ela decidiu, sentando-se com o lençol

cobrindo-lhe a nudez. Era natural que reagisse com surpresa ao ouvir aquelas palavras

pela primeira vez. Ela não teria se decepcionado se Alfonso ficasse desconcertado. Mas,

arrependimento... Não havia explicação razoável que pudesse diminuir sua frustração.

Alfonso não queria que ela o amasse.

— Bem... — Respirou fundo, engolindo as lágrimas. — Parece que eu disse as

palavras erradas.

Alfonso sentou-se e se recostou na cabeceira da cama.

— Annie, não confunda atração física com amor.

A fúria tingiu o rosto dela de vermelho. Depois de todos aqueles anos, havia

declarado que o amava, e Alfonso agia como um idiota?

— Não estou confusa, mas parece que você está.

Ela se levantou e puxou o lençol, levando-o consigo quando marchou para fora do

quarto.

— Annie, o que você está fazendo? — Alfonso exigiu, saltando da cama para

segui-la. Numa concessão à modéstia, apanhou a roupa de baixo jogada no chão e

tentou encobrir a nudez.

— Eu... hic... Vou para casa — anunciou, enfiando o vestido sobre os ombros.

— Annie, eu não quis ferir seus sentimentos.

— Ah, é? — Ela riu com amargura, enquanto se abaixava para procurar suas

peças íntimas. — Pois mesmo sem querer você conseguiu!

A declaração aumentou o remorso de Alfonso. Tudo o que desejava era evitar ferila

no futuro. Haviam tido uma noite fantástica juntos. Annie estava apaixonada pelo

prazer que ele lhe proporcionara, e não pelo homem que era.

Como se pudesse ler seus pensamentos, Annie se virou para ele, agitando o

sapato que segurava no ar.

— Sou uma... hic... mulher crescida, Alfonso Herrera. Sei bem a diferença entre

paixão e orgasmos múltiplos. Sei que estou... hic... Apaixonada por você. Se não pode

suportar essa verdade, sinto muito, mas não vou permitir que a atire de volta no meu

nariz!

Ela seguiu para a porta com intenção de ir ao banheiro no corredor, mas Alfonso a

alcançou e a segurou pelo ombro.

— Está bem, está bem... — disse com paciência. — Desculpe.

Se ela quisesse achar que estava apaixonada, quem era ele para impedir?

Como Annie dissera, era uma mulher crescida, responsável pelas próprias ações

e sentimentos. Quanto a ele, sua responsabilidade se restringia a manter a

perspectiva adequada da situação: o amor que ela alegava sentir era passageiro.

Annie tentou em vão se libertar das mãos poderosas, mas ele a abraçou.

— Você tem o poder de me deixar furiosa, Alfonso! — As lágrimas de raiva deram

lugar a uma nova enxurrada, dessa vez provocadas pela súbita ternura dele.

— Eu sei. Sou um bastardo — ele disse, pousando um beijo suave nos cabelos

loiro. — Não passo de um fazendeiro rústico.