Fanfic: O Homem dos Meus Sonhos AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

Sim, poderiam ter tudo aquilo, um lar, uma família, o tipo de segurança baseada

nas fundações sólidas do amor verdadeiro.

De repente, o beijo do vento frio em seu rosto dissipou as fantasias que ela

alimentava.

Suspirando, Annie seguiu em direção ao estábulo, brincando com os cachorros

que a acompanharam pelo caminho. Apanhou uma das jaquetas de trabalho de Alfonso no

cabide do escritório e vestiu-a, admirada com seu surpreendente bom humor, tendo

em vista que Alfonso afirmara não poder lhe dar a única coisa que ela desejava: amor.

A verdade era que, em algum lugar dentro de si, ficara mais convencida do que

nunca, de que Alfonso se revelaria o homem de seus sonhos. Não seria fácil, sabia, mas

valeria a pena. Afinal, ela nunca fugira de um desafio. Não era para menos que era

filha de um almirante.

Com um sorriso, Annie atravessou o corredor das baias e parou no portão do

potrinho órfão. Um dos cavalariços tentava alimentá-lo, mas o animal se recusava a

aceitar a mamadeira.

— Posso tentar?

— Oh, claro que sim! Não sei mais o que fazer com esse teimoso! — o rapaz

resmungou, entregando-lhe a mamadeira antes de sair.

Ela entrou e o potro estendeu o focinho no ar, com os olhos brilhando de

curiosidade.

— Olá, doçura — murmurou, estendendo a mão para que ele farejasse. — Você é

uma gracinha! Seremos bons amigos. E agora, por que não toma um pouquinho de leite?

Você tem de ficar forte, querido. Como espera correr por aí se não tiver força nas

pernas? —Agachou-se ao lado dele e roçou o bico da mamadeira no focinho molhado.

— Vamos, experimente um pouquinho... Isso... Assim mesmo! Não está gostoso?

Annie ficou tão feliz quando o potro começou a sugar, que abraçou-o com

lágrimas nos olhos.

— Pobrezinho... — sussurrou, acariciando o pelo das orelhas. — Você precisa de

tanto amor quanto seu dono, não é?

Ela esperou que o potrinho tomasse todo o leite e levou a mamadeira vazia para o

laboratório de reprodução que também fazia as vezes de enfermaria do haras.

Quando abriu a porta, avistou o cercado com uma fêmea de labrador que acabara de

dar à luz nove filhotinhos que mais se pareciam bolinhas de pelos.

Annie pensou no homem que havia recolhido e cuidado da cachorra, e seu

coração se enterneceu.

— E Alfonso ainda acha que não é capaz de amar — murmurou, balançando a cabeça.

— Espere e verá, Alfonso Herrera!

Rough Cut era como seu dono: grande, atlético, poderoso e arrogante. Parecia-se

com um jovem príncipe, entediado com a atenção exagerada de seus criados pessoais,

talvez por isso estivesse quieto e alerta enquanto o cavalariço ajustava a sela de

montaria.

Não havia dúvida de que era uma criatura magnífica, cheia de beleza e altivez,

Annie pensou, recostada a cerca da arena enquanto observava os dois cavalariços

prepará-lo para a competição de despedida.