Fanfic: O Homem dos Meus Sonhos AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

— Obrigada por... hic... avisar, Alfonso. — Tentou abrir a porta, mas ele a impediu.

— Pelo amor de Deus, Annie Portilla, o que há de errado com você? Eu a pedi

em casamento e você passou a agir como se tivesse ouvido uma afronta!

— Sua habilidade com as palavras faria Shakespeare morrer de inveja.

— Bem, como ele está morto há muitos anos, não vou me preocupar com isso.

Alfonso segurou-a pelo braço e arrastou-a na direção do estábulo, com três cães

trotando, faceiros, ao lado deles.

— Alfonso, solte meu braço! — Annie vociferou por entre os dentes. — Não vou a

lugar algum com você!

— Temos de conversar e não quero que metade da cidade escute o que tenho a

dizer.—

Oh, agora você quer privacidade! — ela ironizou.

Alfonso resmungou e a conduziu para o escritório do estábulo. Fechou a porta com

estardalhaço e então a soltou. Recostou-se na velha escrivaninha de mogno e fez um

gesto para que Annie se sentasse na cadeira.

— Prefiro... hic... ficar de pé, obrigada. — Annie cruzou os braços e abaixou o

rosto, e foi inevitável que seu olhar pousasse na barra rasgada do vestido.

— Fique à vontade. Achei que deveríamos conversar sobre o casamento. Você

pareceu não concordar comigo.

— Oh... — Annie arqueou as sobrancelhas com falso ar de inocência. — Que

interessante! O que o fez pensar assim? Os nomes de que eu o chamei ou o

champanhe que joguei no seu rosto?

— Um pouco dos dois. — Alfonso sentou-se, apanhou uma caneta e começou a

tamborilar no tampo da mesa. — Não entendi sua reação. Eu a pedi em casamento.

Achei que era o que queria.

— Por quê?

— Por que o quê?

— Por que... hic... você me pediu em casamento?

— Bem...

Uma sensação estranha fez o estômago de Alfonso se contrair. Não conseguiu

identificá-la e julgou que havia exagerado no coquetel de camarão.

Por que havia pedido Annie Portilla em casamento?, repetiu para si mesmo.

Não tinha nada a ver com o sangue que corria mais rápido em suas veias sempre

que seu olhar acariciava o busto farto, nem com a doce languidez com a qual ela o

fitava depois que se beijavam. Não. Romantismo estava fora de questão. Praticidade.

Sim, fora por isso que a pedira em casamento.

— Era sobre isso que eu queria conversar. Formamos uma boa dupla. Somos

compatíveis. Estamos na idade de nos assentar. Por que não ficarmos juntos?

— Por que não ficarmos juntos... — ela repetiu com ironia. — Meu Deus, é

espantoso!

— Faz sentido — Alfonso corrigiu-a, incerto sobre como definir a expressão de

Annie. — É o mais prático a fazer.

— O mais prático...

— Por Deus, Annie, você está começando a parecer um papagaio!

— Talvez fosse melhor você comprar um... hic... papagaio, se quiser ter

companhia quando estiver velho!

— Não quero companhia. Quero uma esposa.

Ela jogou as mãos para cima, exasperada.

— Que pérola!

— Quero uma esposa e uma família — Alfonso prosseguiu, ignorando o sarcasmo. —

Não posso formar uma família sozinho.

— Oh, que pena! Por que você não espera um pouco mais? Quem sabe, daqui a

alguns anos, possam inventar uma tecnologia que permita isso? — ela argumentou com

cinismo.

Alfonso seria tão insensível a ponto de não perceber que o amara em silêncio

durante todos aqueles anos?

Annie balançou a cabeça. Não, não fazia a menor diferença se o amava ou não.

Guardara aquele segredo por muito tempo, certa de que Alfonso não demonstrava

interesse por ela. Só quando começaram a sair juntos, uma nova esperança voltara a

crescer em seu peito. Passara a acreditar que, quando ele fizesse a proposta, o

relacionamento teria evoluído.

eu faria a mesma coisa, Alfonso é muito insensível