Fanfic: A Esposa Virgem AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

O marido tinha um ar tão angustiado que seu coração confrangeu-se. Sob os cuidados dele, começou a relaxar. Alfonso a massageou nas faces, ao longo dos braços e dos dedos.

— Acalme-se. Está tudo bem. Não há nada errado — murmurou ele.

Naturalmente, mentia, porém a voz suave do marido a ajudou a vencer o pânico e a respirar melhor. Mais tranqüila, recostou-se na cadeira.

— Muito bem, relaxe.

— O que aconteceu? Ela costuma ter essas crises? — perguntou Hawis.

Anahi abafou uma exclamação, pois tinha esquecido a presença do irmão. Todavia, viu Alfonso semicerrar os olhos e virar-se para ele.

— Como, sendo seu irmão, desconhece o mal que a aflige? — indagou numa voz enganadoramente suave.

Como sempre, Hawis não se ofendeu.

— Talvez você tenha vindo a sofrer disso mais tarde na vida, não é Anahi?

Ela não podia se lembrar.

— Talvez — respondeu, grata pela paz frágil que reinava no ambiente.

Pela primeira vez, alegrava-se com uma crise de falta de ar, pois, quem sabe, ela havia salvado a vida do irmão.

Hawis mostrava-se preocupado, mas com ela e não com a própria existência ameaçada. Como podia sertão calmo, tão indiferente ao perigo representado por Alfonso?

— Está bem agora? Vou chamar Edith. Ela saberá o que fazer — disse ele com ar solícito.

Embora o marido fosse a única pessoa capaz de ajudá-la, Anahi não protestou. Sem o irmão, o ambiente ficaria menos tenso.

Quando Edith entrou, apressada, Alfonso dirigiu-se à porta.

— Você vai atrás dele? — indagou Anahi.

— Não. Mas ele tem de se decidir. Quero a resposta logo. Anahi sacudiu a cabeça. Naturalmente, depois do ocorrido há pouco, Hawis se daria conta da tolice de querer se apossar das terras do tio. Se pudesse conversar com ele a sós, talvez o convencesse. Mas como e onde fazer isso? De repente, sentiu-se tão acabrunhada e exausta que, quando Alfonso saiu e Edith aconselhou-a a ir para o quarto e repousar, ela não protestou.

Para Anahi, ela havia fechado os olhos apenas por uns momentos, porém ao abri-los, viu o sol da tarde filtrando-se pelas janelas. Sentada ao lado da cama, Edith sorriu-lhe e disse:

— Parabéns, minha senhora.

Apesar de acostumada às excentricidades da criada, Anahi não entendeu.

— Por quê?

— A senhora dormiu durante o dia.

— De fato. Mas que importância tem isso?

Edith continuou a sorrir e inclinou-se para a frente a fim de falar de perto e mais baixo.

— E a senhora não ficou menstruada.

Diante da franqueza da criada, Anahi enrubesceu. Como Edith sabia que sua menstruação estava atrasada?

— Você anda prestando atenção nisso? — indagou.

— Claro! A senhora não?

Anahi não respondeu logo. Deveria se manter mais atenta, pois desejava muito ter um filho, mas nunca pensara em contar os dias. Além do mais, com a chegada do irmão, sua atenção andava dividida. Levantou a cabeça e disse:

— Na verdade, nem dei por falta da menstruação. Você acha mesmo possível eu estar grávida?

— Sem dúvida, minha senhora.

Maravilhada, Anahi observou o próprio corpo. Estaria, de fato, carregando o herdeiro de Alfonso? Sentiu os olhos úmidos ao pensar no quanto essa criança poderia vir a significar. Ela representava não só o futuro de Belvry como também suas esperanças de ser mãe.