Fanfic: A Esposa Virgem AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

Ao pensar em Anahi lavando-lhe o corpo, foi tomado por uma ansiedade repentina. Naturalmente, a execução da tarefa seria onerosa para ela e isso explicava a im­paciência sentida.

Quando achou ter passado tempo suficiente, Alfonso di­rigiu-se à escada. Subiu-a de dois em dois degraus e correu para o quarto, escancarando a porta sem bater antes.

Alarmada com o barulho, Anahi virou-se. Terminava a toalete trançando os cabelos. Alfonso a observou. Seus dedos eram longos e esguios e os cabelos... Por Deus! Mesmo molhados, lembravam o vermelho vivo do pôr do sol. Eram fartos e longos, a trança alcançando a cintura.

Anahi usava um vestido de Dulce, verde escuro, que lhe realçava a cor dos olhos. Mas esse era o único detalhe favorável, percebeu Alfonso. Feito para o corpo menor da irmã, era muito curto e apertado para a esposa. A silhueta de Anahi era muito mais bem dotada, fato es­condido até então pelo hábito disforme. Generosamente mais bem dotada, certificou-se ele ao olhar para o decote do vestido, onde os seios se apertavam ameaçando romper as costuras. Eriçados, os mamilos formavam dois pontos sob o tecido. Depressa, Alfonso desviou o olhar.

— Você terá de fazer roupas que sirvam melhor — comentou numa voz rouca.

Vendo a água do banho ainda fumegando, ele des­calçou as botas.

— Venha me ajudar a tirar a cota de malha antes que a água esfrie — ordenou.

Anahi o atendeu no mesmo instante. Em seguida, ele livrou-se das meias e do calção e entrou na banheira. Mas quando olhou em volta, viu a esposa de costas.

— Ora, venha até aqui e cumpra seu dever — disse em tom irritado.

Com os olhos falseando, ela aproximou-se e apanhou o esfregão e o sabonete. Satisfeito com essa vitória, Ni­cholas inclinou-se para frente e Anahi começou a es­fregar-lhe as costas com força suficiente para esfolá-las.

Ele virou-se e agarrou-lhe o pulso.

— Cuidado, mulher, mais devagar!

Por um longo momento, os olhos verdes o encararam com expressão de desafio, mas finalmente baixaram em sinal de submissão. Com um gesto brusco, Anahi puxou o pulso e curvou-se outra vez para reiniciar a tarefa.

Dessa vez, Alfonso não sentiu desconforto. Na verdade, começou a apreciar o banho imensamente.

Descontados os meses de recuperação na Terra Santa, fazia anos que ninguém lhe dava banho. Ele não via necessidade de se expor à curiosidade de mulheres en­quanto se banhava. Anahi era diferente, pois não fler­tava e nem sorria de maneira afetada. Longe disso, pen­sou ao reclinar-se de costas e apreciando uma bem-vinda e inexplicável pausa da dor de estômago.

Sem dúvida, Anahi tinha sido uma criada deficiente, pois não escondia o desagrado por servi-lo. Alfonso sor­riu de sua expressão contrariada. Embora tivesse admi­rado sua pele sedosa e clara, via agora umas poucas sardas espalhadas pelo nariz arrebitado. Estas, entretanto, não lhe estragavam a beleza que o atingia com força total. Isso se dava por causa da mudança do hábito pelo vestido, ou ele nunca a observara com cuidado?

Devagar, Alfonso deixou o olhar percorrer suas fei­ções. Os cílios eram escuros e densos, as faces, rosadas e pequenos caracóis secavam ao redor de seu rosto. In­crível como Anahi se revelava tão adorável.