Fanfic: A Esposa Virgem AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

A precaução habitual o abandonou ao deixar o quarto e alcançar o corredor. Nada mais importava a não ser encontrá-la antes que alguém o fizesse. Um outro homem poderia se sentir tentado por seu rosto lindo e pelo corpo de formas sensuais. Quanto à própria reação, Alfonso punha a culpa no cansaço e nas circunstâncias fora do comum do banho.

Negava-se a admitir a razão mortificante de estar atraído pela mulher.

Anahi entrou no primeiro quarto que encontrou aber­to. Embora menor que o de Alfonso, era tão luxuoso quanto ele. Porém, ela não admirou os móveis e tapeça­rias, indo diretamente para a janela onde havia um as­sento forrado com almofadas coloridas. Sentou-se e, com as mãos no rosto, entregou-se às lágrimas.

Anahi não havia chorado nos anos passados no con­vento, pois não gozava de privacidade. Mas agora o pranto e os soluços a dominavam. Teria continuado por muito tempo se não ouvisse uma voz estranha. Levantou a ca­beça e deparou-se com uma mulher de meia-idade, baixa e gorducha que tentava consolá-la.

— Não chore, meu bem. As coisas não podem estar tão ruins. Conte aqui para Edith e acabará se sen­tindo melhor.

O constrangimento de Anahi dissolveu-se sob a ex­pressão carinhosa dos olhos castanhos da estranha. Desde a morte da mãe, ninguém a tinha consolado nos mo­mentos de tristeza. Instintivamente, aconchegou-se ao peito de Edith e murmurou entre soluços:

— Sou uma criatura grande demais, desajeitada e feia. Ele me odeia!

— Nada disso, minha menina. E alta, mas não é gorda nem feia. Deixe eu olhar bem para a senhora.

Tentando reter as lágrimas, Anahi levantou-se e esperou que a mulher a examinasse, virando-a de um lado para outro.

— Bem, é muito diferente de minha Dulce, mas isso não quer dizer que também não seja adorável. Ora, seus olhos parecem esmeraldas raras. E cílios tão longos e densos! Aposto como a cor de seus cabelos, fulgurante como uma chama, será suficiente para provocar a paixão de um homem.

Desacostumada a qualquer tipo de elogio, Anahi enrubesceu. Embora achasse que as palavras de Edith tinham o propósito de consolá-la, viu-se sob uma perspec­tiva diferente. De fato não era grande demais e a cor dos cabelos não passava de algo raro e talvez até especial.

— Mas quem foi o grande tolo que a fez se sentir feia? — Edith perguntou.

Antes de Anahi poder responder, a porta escancarou-se e Alfonso apareceu.

A toalha de linho amarrada na cintura ressaltava-lhe o corpo magnífico. De olhos arregalados, Anahi o obser­vou da cabeça aos pés. Sob a pele, delineavam-se mús­culos nos braços, nos ombros e no peito. Deste, ela se lembrava muito bem: liso, duro e coberto por pêlos encaracolados que, ao tocá-los, lhe provocaram uma sensa­ção curiosa. E abaixo, o que ela tomara tanto cuidado para não olhar durante o banho, esboçava-se atrevida­mente sob o linho fino. Enrubescendo, ela desviou o olhar depressa.

Postando-se à frente de Anahi, Edith quebrou o si­lêncio provocado pela chegada abrupta de Alfonso.

— Meu senhor! Como se atreve a andar por aí sem roupa? Ignorando-a, ele lançou um olhar feroz para Anahi.

— Volte para o quarto, mulher — disse em voz baixa, mas ameaçadora.