Fanfic: A Esposa Virgem AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

E esmeraldas? Anahi ficaria linda com uma tiara cravejada dessas pedras raras.

Ele tinha dito a Edith para não pôr uma touca na mulher. Então, elas tinham prendido os cabelos e coberto-os com um xale dourado. De repente, sentiu vontade de vê-los soltos. Surpreso, desviou o olhar de Anahi.

Há alguns anos, ele concentrava-se num um único objetivo. Mas agora que estava a seu alcance, o próprio instrumento da vingança começava a embaralhar-lhe os planos. Delírios. Alfonso achava tê-los dominado, mas a disciplina falhava, desgastada pela herdeira de Portilla e pela constante dor de estômago.

Ele venceria, jurou. Olhou para a esposa e viu-a fitando-o com ar curioso. Seria ela capaz de ler-lhe os pensamentos? Ao observar sua beleza, as pessoas em volta e o barulho desapareceram. Até o ar parecia parado para revelar Anahi como o centro do mundo.

Desconfiados, os olhos cor de esmeralda o encararam. Depois, a expressão tomou-se meiga. Ele notou a cor encantadora dos cílios e a curva graciosa das sobrancelhas. Tinha a impressão de que ela o esperava no fim de um túnel. Bastaria dar uns passos em sua direção.

— O que diz, meu senhor? A voz do administrador tirou Alfonso do transe. Sacudiu um pouco a cabeça e percebeu a realidade do ambiente. Anahi não estava mais colocada como um prêmio no fim de uma jornada, mas sentada à mesa e ao alcance dele. A expressão dos olhos verdes era de indagação.

— E então? — insistiu o administrador e Alfonso maldisse a falta de atenção.

A música tinha terminado e as pessoas pediam para jogar “O Cego Encapuzado”. A confusão de Anahi era evidente. Ele deu-se conta de que, no convento, ela não tivera a oportunidade de aprender tais coisas. Inclinou-se para ela e sentiu-lhe o perfume. Assustado, quase se afastou.

— Não passa de uma brincadeira. A pessoa, com um capuz na cabeça, tem de encontrar uma outra — explicou ele.

— Mas eles falam de uma prenda, de um beijo disse Anahi.

— Não se preocupe, freirinha. Ninguém irá tocá-la exceto eu.

A promessa a fez arregalar os olhos e ele sorriu, satisfeito.

Levantando a mão no ar, Alfonso deu permissão para o jogo. Mas viu-se logo obrigado a ficar em pé, pois um velho cavaleiro o puxava pelo braço.

— Que tal nosso amo e senhor encontrar a esposa?

Tarde demais, Alfonso deu-se conta do preço da pró­pria falta de atenção. Não teria aprovado a brincadeira se soubesse que iria participar. Algumas mulheres já forçavam Anahi a se levantar e um capuz era enfiado na cabeça dele. Foi levado para o centro do salão onde o fizeram rodopiar várias vezes.

Apesar do vinho ingerido, Alfonso não se desorientou e começou a busca. Ignorando os risinhos de moças empurradas contra ele, movia-se devagar à procura de um perfume conhecido. Ao senti-lo, pensou em flores do campo, em sardas e em cabelos flamejantes. Embora uma outra moça lhe interceptasse os passos, ele desviou-se e, em instantes, tomava Anahi nos braços.