Fanfic: A Esposa Virgem AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

Dominado pela paixão, poderia se esquecer de fazê-lo. Ouvira ainda a menção de certa poção, à base de ervas, que evitava a concepção. Se isso era verdade, devia ser segredo das mulheres. Afinal, a maioria dos homens queria herdeiros.

Por Deus, ele não! Pagaria um bom preço para obter tal receita. Pensou em procurar Edith, pois a velha criada tinha um certo conhecimento da vida. Contudo, ela não aprovaria o pedido e negaria qualquer informação.

Na verdade, a única mulher, em Belvry, que entendia de plantas era Anahi, mas ele não podia questioná-la. A mulher queria um filho. Alfonso sofria por negar-se a satisfazer-lhe a vontade.

Cerrando os dentes, ele resolveu encontrar uma maneira de poder possuir a esposa e, ao mesmo tempo, evitar qualquer risco para ela. Se ninguém ali lhe apresentasse uma solução, mandaria Darius procurá-la em outras regiões. Talvez até em Dunmorrow. Embora nunca mais houvesse tido notícias de Dulce, ele sabia que a irmã entendia de plantas.

Alfonso endireitou os ombros. Primeiro, escreveria a Dulce, pois ela saberia o que fazer. Preferia não lhe pedir favores, especialmente depois da briga com o cunhado, mas não tinha escolha. E, tempos atrás, ele salvara a vida de Christopher, a quem a irmã amava tanto. Ela lhe devia esse favor.

Menos apreensivo, Alfonso iniciou a caminhada de volta para o castelo. Dulce o atenderia e, quando ele estivesse de posse do segredo, poria a poção no vinho de Anahi. Ela jamais desconfiaria.

Para Anahi, ela havia acabado de adormecer quando Edith bateu na porta a fim de acordá-la. Sentou-se e olhou em volta do quarto vazio. Onde o marido tinha passado a noite? Esperava que não fosse entre os braços de outra mulher, pois ela mataria os dois.

— Lady Anahi? — chamou a criada.

— Entre! — gritou ela ao levantar-se. Raiva e humilhação aumentavam o efeito da insônia e ela nem conseguiu sorrir para a pobre Edith.

— O que aconteceu, minha senhora?

— O de sempre. Meu marido continua o mesmo. Pensei que tivesse mudado um pouco, mas ele insiste em me atormentar a fim de se distrair.

— Depois do que ele fez pela senhora, como pode dizer uma coisa dessas? — protestou a criada.

— O que, exatamente, ele fez? Alfonso me arrancou de onde eu morava, me humilhou, me aterrorizou e me tratou como uma escrava — respondeu Anahi e, mentalmente, acrescentou: E o pior de tudo, me fez apaixonar por ele.

— Não pode ter se esquecido de tudo, lady Anahi. Todos sabem que lorde Alfonso não deixou o lado da cama durante sua enfermidade toda. Dia e noite, ele permanecia aqui. Eu ainda estava de cama quando a senhora adoeceu. Por isso, ele cuidou de suas necessidades. Quando eu finalmente o vi, o pobre parecia que não dormia há semanas.

Enquanto a criada a ajudava a se vestir, Anahi refletiu. A doença era uma coisa nebulosa em sua memória, com visões estranhas que ela calculava serem causadas pela febre. Lembrava-se do marido gritando com ela até lhe provocar dor de cabeça. Mas também o revia lavando seu rosto com um pano úmido, ou falando-lhe em voz suave. Na verdade, quando pensava naqueles dias, só via Alfonso a seu lado, numa atitude meiga e diferente da habitual. Uma vez, até o vira chorando. Devia ser imaginação sua.