Fanfic: A Esposa Virgem AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

— Anahi, como não me reconhece? Sou Hawis, seu irmão — disse o homem, abrindo os braços num gesto exagerado.
Fez-se silêncio, que foi logo interrompido pelo barulho crescente de vozes. Alarmada, Anahi ouvia comentários sobre o fato de seu irmão ser herdeiro de Portilla.
Assustada, olhou para o marido. Embora Alfonso se mantivesse impassível, ela podia ver o brilho de raiva nos olhos cinzentos. Sabia, sem sombra de dúvida, que ele queria matar o homem.
Anahi o viu controlar-se e virar-se para ela. Mas antes que Alfonso falasse, ela sacudiu a cabeça e disse:
— Não, isso não é verdade. Não tenho um irmão.
— Anahi, você não pode ter me esquecido — o homem protestou com voz suave.
Anahi temeu pela paz precária de seu casamento.
— Como ousa perturbar a harmonia de meu lar? Ele lhe dirigiu um olhar magoado e murmurou:
— Ai, Anahi.
Anahi sentiu-se como se o chão a seus pés se abrisse. Lembrou-se vagamente de caracóis pretos e de uma voz infantil. Ai, Anahi, pare de correr atrás de mim e fique com mamãe.
Ela cambaleou e deixou-se cair numa cadeira. Estava completamente atordoada com a descoberta.
— Hawis — balbuciou.
Um silêncio profundo dominou o ambiente, mas logo foi quebrado por uma voz enérgica.
— Você conhece este homem? É seu irmão? — questionou Alfonso.
Apertando os dedos nas têmporas, Anahi procurou imagens de um passado distante e havia tanto tempo enterrado. Todavia, elas não lhe ocorreram.
— Meu senhor, eu tenho... — começou o homem, mas Alfonso o interrompeu com um grito.
— Silêncio! Quero a confirmação de minha esposa. E então? — acrescentou, virando-se para ela.
— Eu tinha um irmão, porém, ele morreu há muito tempo atrás — respondeu ela com um olhar triste para o estranho.
— Não, mana, eu não morri. Nosso pai me mandou para a propriedade onde, mais tarde, eu receberia treinamento militar.
Com o olhar, Anahi tentou avisá-lo para tomar cuidado, pois ele estava brincando com fogo. Parente ou não, seria melhor ele ir embora antes de Alfonso o atacar.
Como se lesse seus pensamentos, o marido dirigiu-lhe um olhar penetrante.
— Quando ele morreu?
— Não me lembro. Eu era muito pequena.
— Do que ele morreu? Você viu seu corpo? Anahi pôs as mãos nos ouvidos.
— Pare com isso! Não posso me lembrar. Só sei que ele, minha irmãzinha, meu pai e minha mãe morreram.
Ela tremia num misto de tristeza e raiva. Como podia o homem, a quem amava, tratá-la dessa forma?

Ignorando a expressão severa de Alfonso, o estranho ajoelhou-se diante de Anahi e tomou-lhe as mãos nas dele.
— Anahi, não foi minha intenção perturbá-la, juro. Quando saí de casa, eu era muito novo ainda e nunca mais tive noticias de nossa família. Mais tarde, o homem, a quem eu servia como soldado, caiu nas mãos do inimigo. Então, iniciei minha longa busca e, finalmente, a encontrei.
Dessa vez, o silêncio não pareceu normal, pois até Alfonso se manteve calado. Anahi sabia que todos esperavam sua reação, mas não ignorava ser melhor não demonstrar nenhuma. Mesmo assim, não conseguiu impedir as lágrimas.
Em silêncio, olhou para o irmão, a quem imaginava morto, e levantou-se para abraçá-lo.