Fanfic: Tudo Oque Peço AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

Ele não se moveu.

- Por favor, sussurrou ele.

Foi o por favor o que a desarmou.

Sem dúvida estava pensando em sua cegueira e onde a tinha ganho.

Em seu lugar que ganhou como dote.

Ela se deu a volta e fugiu escada abaixo. Correu ao quarto que compartilhava com seu amor, então se deu conta de que não podia ir ali.

Aquilo tinha acontecido em sua terra.

Atravessou correndo o grande salão, baixou os degraus, passou por Christian e Christopher e foi para a portas interiores do pátio. O restelo estava baixo. Retrocedeu e olhou o Capitão Ranulf, que estava no parapeito.

- Abra-a, ordenou.

- Agora minha Lady, não é prudente...

- Faça-o!- gritou. Como Lady Blackmour, ordeno que abra essa maldita porta!

Ele vacilou.

- Abra-a!- chiou ela. Abra-a, idiota e me deixe sair!

O homem pareceu genuinamente assustado e em outro momento ela poderia ter rido ante sua expressão. Possivelmente havia se tornado uma dragona depois de tudo.

A porta se deslizou para cima. Em um momento Anahi olhava as estacas revestidas de madeira e no seguinte soluçava e não pôde ver mais como se elevavam por cima do barraco do guarda. Porque ninguém lhe tinha contado?

No momento em que o restelo foi elevado o suficiente para que ela se mergulhasse debaixo, lançou-se para diante e começou a correr. De onde tinha saído todo mundo, não sabia, mas mover-se rapidamente era impossível. Empurrou e lutou para afastar-se do pátio interior, tentando sair do túnel do barraco do guarda. Ouviu Christian e Christopher gritando seu nome, mas os ignorou. Muito logo, sentiu Christian lhe agarrar o braço e tentar parar seu progresso, mas ela baixou a cabeça e brigou para diante com mais determinação.

- Anahi pare, lhe pediu Christian.

De algum modo conseguiu ficar diante dela. Empurrou contra ele, mas era tão inflexível como as lajes sob seus pés.

- Deixe-me passar, lhe disse entre seus apertados dentes.

- Não fugirá disto, disse Christian.

Ela o olhou, apenas capaz de distinguir sua forma entre as lágrimas.

- Espera que fique?- perguntou ela com voz rouca.

- Não é tua culpa, disse Christian secamente.

- Estava em minha terra!

- Como se tivesse tido algo que ver! Por todos os Santos, menina, não crê que Alfonso sabe?

- Ele não me quer aqui.

- É claro que sim.

- Não, disse ela negando com a cabeça violentamente, simplesmente me pediu que partisse. Não posso ficar, Christian. Não posso lhe fazer trazer mais sofrimento por recordar.

- Não é você minha senhora, disse Christian. Colocou o braço ao redor dela e a tocou nas costas de uma forma um tanto brusca.

- Não é você, Anahi.

Anahi lutou durante um momento e então se rendeu. Derrubou-se contra Christian e chorou. Chorava pelo que Alfonso tinha perdido, chorou mais pela dor que lhe tinha causado por estar perto dele. Não importava que ela não tivesse sabido nada do assunto. Foi em sua terra. Certamente ele não podia menos que pensar nisso cada vez que ouvia seu nome.

- Minha senhora? Minha senhora Anahi?

Anahi ouvia Christopher, mas não podia responder.

- Minha senhora, é minha culpa. Você nunca devia saber. Juro que meu senhor não está preocupado por isso.

Aquilo foi suficiente para fazê-la levantar a vista.

- Como pode dizer isso?- gritou ela. Por todos os Santos, Christopher, ele não pode menos que preocupar-se!

Christopher negou com a cabeça.

- É o pensamento de ir a Artane o que o faz lamentar. Meu senhor Alfonso fica sempre assim depois de que meu pai vem, estendeu vacilante a mão e tocou seu ombro. Ama ao meu pai de verdade e sem dúvida deseja poder viajar ao Artane para lhe ver. Acredito, entretanto, que agora está pensando o quanto deseja poder lhe levar a Artane. Ele sorriu hesitantemente. Não  vê?

Anahi passou a manga pelos olhos. Não podia falar.

- Minha senhora, se ele não lhe amasse tanto, não se afligiria pelo que pensa que não pode lhe dar. Certamente deve acreditar.

- Desejaria poder, disse ela piscando com força. Se somente pudesse deixar de chorar o bastante para ver.

Christopher a separou de Christian, logo tomou sua mão e a colocou na dobra de seu braço. Deixe-o só durante esta tarde.

- Não, começou Anahi.

- Somente durante umas horas, insistiu Christopher. Juro que ele voltará a ser o de sempre então. Verá minha senhora. Atrevo-me a dizer que ele estará poderosamente irritado se descobrir que não têm feito nada mais, exceto desfrutar da paz do jardim durante a tarde.

Anahi fez uma pausa.

- Acredito que deveria ir disse ela, mas seu coração não estava nisso. Tão alterada como tinha estado pelo que tinha descoberto, o pensamento de estar sem o Alfonso era difícil de levar.

- Acredito que deveria ficar, disse Christopher. Ele moveu a cabeça para trás sobre seu ombro. Viu os comerciantes que sobem pelo caminho? Perderia-se entre eles e logo, como estaríamos nós?

- Muito melhor- murmurou ela.

Ele sorriu gravemente.

- Ah, mas sabe que não é verdade, minha senhora. Venha, voltemos para o salão. Encontraremos algumas quinquilharias para você, ou se não para você, então para mim. Uns artigos de interesse para esquentar os corações das donzelas às quais cortejarei nos próximos meses seriam recebidos com gratidão lhe asseguro, deslizou seu braço ao redor de seus ombros e a girou para ir para o salão. Venha comigo, senhora.