Fanfic: Tudo Oque Peço AyA FINALIZADA | Tema: Romance AyA

Alfonso estava silencioso enquanto caminhavam, como se estivesse concentrando com força ou escutando. Possivelmente ambos. Anahi suspeitava que estava prestando grande atenção para onde eles estavam se dirigindo, porque não deu um mau passo.
- Conhece sua terra muito bem, certo?- perguntou brandamente.
- Sim, disse inalando profundamente e liberando a respiração. Não tenho opção no assunto.
Anahi não teve idéia o que responder. Não estava segura de que Alfonso teria apreciado a simpatia e certamente não podia lhe oferecer conselho sobre como deveria viver.
- Lamento, disse sentindo que precisava dizer algo.
Ele se deteve a entrada do jardim.
- Lamenta? Por ti?
- Por mim? Não, disse movendo sua cabeça. Estou contente.
- Juro que não sei por que.
A amargura era evidente em sua voz. Possivelmente pensava no que tinha perdido. E a perda era grande. Tinha perdido sua belicosidade, treinamento, a simples felicidade de ver seu jardim florescer. Provavelmente também tinha descartado qualquer esperança de ter uma formosa esposa, apesar de que imaginar o porquê qualquer pai descartaria tal genro era um mistério para ela. Ainda cego, podia-se reconhecer o senhor nele.
Alfonso a levou até um lugar cheio de musgo que estava resguardado por uma pequena árvore. Ajudou-a a sentar-se e logo se esticou ao seu lado. Antes que Anahi soubesse o que tentava, tinha balançado seus pés longe dela e deixado cair a cabeça em sua saia.
- Mão, demandou elevando a sua para segurar a dela.
Anahi pôs sua mão na dele e continuou olhando fixamente o formoso rosto. Santos, tê-lo tão perto era enervante! A cabeça de Alfonso era um peso sobre suas pernas, e os ombros contra o flanco de sua coxa eram tão maleáveis como uma pedra.
- Tem frio?
- Não, conseguiu dizer.
- Está tremendo. Certamente não estará atemorizada comigo, não é?
- Não, mentiu.
- Se alguém deveria me temer, deveria ser esse monstruoso escudeiro que tenho. Você não o vê acovardado ante mim, certo?
- Não, disse.
- E porque pensa que é isso?
Anahi fez uma pausa e considerou.
- Acredito, aventurou-se a dizer, que é porque o ama.
- Pelos Santos, Alfonso balbuciou erguendo-se de um salto. Quem é que te deu uma noção tão tola? É meu maldito escudeiro! Jurei velar por ele, treiná-lo e lhe ensinar a ser um cavalheiro.
Anahi quis apontar que ele tratava ao Christopher mais como a um filho amado, mas se refreou. Alfonso estava franzindo o cenho com fúria, e não era muito difícil entender que a emoção não era algo que expressasse tão facilmente.
O que por certo pressagiava horrores para sua paz mental.
Alfonso lhe lançou um último olhar carrancudo e logo recostou a cabeça outra vez contra sua coxa.
- Isto é assim porque sou o mais benévolo dos homens, disse laconicamente. Preocupo-me muito pelo que é meu.
Anahi não pôde elaborar uma resposta, assim meramente se sentou com suas costas pressionada contra a fria pedra da fortaleza do Alfonso e deixou sua mão na dele. E conteve sua língua.
O tempo passou em silêncio. A tensão nas costas do Alfonso gotejou até as pernas de Anahi e através do resto de seu corpo. Estava agudissimamente consciente da sua mão na do seu marido, e que ele certamente não a estava acariciando gentilmente como era seu hábito. Tentou liberar seus dedos dos dele, mas imediatamente ele esticou seu apertão.
- É minha esposa, disse asperamente. Crê que eu te trataria com menos cuidado?
Por certo que acreditava, mas não se atreveria a dizê-lo.
- Anahi?
- Não meu senhor, murmurou.
- Viu-me levantar a mão ao Christopher?
- Não.
- Lhe dar cintadas?
- Não, meu senhor.
-Gritar?
Anahi sentiu o intenso desejo de remexer-se. Gritar? Por certo, ele o fazia regularmente.
- Seguidamente meu senhor, atreveu-se.