Fanfic: Os Encantos de Anúbis | Tema: As Crônicas dos Kane
- Você ainda o deixou construir um quarto aqui?!
- Eu nem sabia que ele estava construindo a porcaria do quarto! - gritei de volta, atingindo o nível máximo de irritação. Meu irmão estava se empenhando muito em me tirar do sério.
- Como não sabia? Não se supõe que você ficaria encarregada da reforma enquanto eu estivesse fora? - questionou Carter com um tom autoritário pouco comum pra ele.
- Não sabendo, oras! Ele é um deus, deu um jeito de fazer as coisas sem que eu percebesse.
- E depois que você descobriu, não fez nada pra impedir?
- O que você queria que eu fizesse? Expulsasse meu namorado daqui a pontapés? - explodi de raiva, já não aguentando as acusações dele - Olha Carter, não sei o que deu em você para implicar tanto com Anúbis. Mas se acha que vou ficar aqui explicando cara mínimo detalhe da minha relação com ele, está muito enganado!
Saí de perto dele indo de volta ao meu quarto, antes que começássemos uma batalha mágica que deixasse a Casa do Brooklyn precisando de outra reforma. Devia ser a nossa vigésima briga em menos de dois dias. Carter realmente parecia ter voltado do Egito inspirado para fazer da minha vida um inferno. Que bicho havia picado ele? Nunca tinha se comportado dessa maneira. E para ajudar, Anúbis sumira desde a noite que Carter voltara e nos pegara no flagra. E não havia aparecido mais. Ótimo, era tudo que eu precisava! Ficar convivendo com um irmão implicante e insuportável e ainda por cima sem namorado! Eu nem tive tempo de disfrutar aquele momento tão romântico e íntimo com ele no meu quarto. Desde que fomos interrompidos eu só tinha tido tempo de brigar com Carter. E mais do que irritada, eu estava profundamente triste com ele.
De todas as pessoas do mundo, a única que eu achava que fosse apoiar meu relacionamento com Anúbis era Carter. E lá estava ele gritando e reclamando pela casa sobre tudo relacionado ao deus. De novo, qual era o problema dele? Pensei seriamente em perguntar a Zia. Mas ela parecia tão apegada ao meu irmão depois daquela viajem que achei melhor não. Não queria mais um contra mim naquela casa! O fato era que Carter estava se comportando como um completo idiota e eu sabia que nem eu nem Anúbis merecíamos aquela atitude dele. Portanto decidi ignorá-lo até que ele se desse conta do quão ridículo estava sendo e viesse pedir desculpas. E por incrível que pareça isso não era fácil. Queria conversar com meu irmão, perguntar como tinha sido a “missão” deles atrás da família de Zia. Mas não podia fazer isso, meu orgulho não deixava.
Passei o dia todo trancada em meu quarto, só sai para dar a minha aula aos aprendizes e depois voltei para lá. Nem para comer eu tinha saído. Deixei bem claro que não queria papo com ninguém. E ninguém foi louco o bastante para vir me procurar. Foi difícil dormir com a cabeça cheia de problemas como eu estava. Mas acabei conseguindo. Com meu bá “preso” no lugar, consegui até sonhar. Pena que o sonho não foi dos melhores. Eu estava numa praia deserta com Anúbis. Até ai, maravilha. Mas depois de uns dois segundos o avatar verde de Carter surgiu do mar e começou a atacar o deus. O deus da morte não assumiu sua forma verdadeira nem tentou atacar, apenas se defendeu. Eu tampouco conseguia ajuda-lo. Ficava gritando para ele fazer alguma coisa e ele dizia: “Não posso, ele é seu irmão”.
Quando o avatar finalmente derrotou Anúbis eu comecei a xingar ele e a chorar. Acordei assustada e vi que já era de dia. Por sorte o choro fora só no sonho, se eu tivesse chorado de verdade ficaria com o rosto todo inchado. Me levantei e fui direto ao banheiro para um banho demorado. Depois de me arrumar decidi ir tomar café na cozinha. Eu tinha que aperfeiçoar minha técnica de “ignorar irmãos”. Para isso eu precisava conseguir estar no mesmo ambiente que ele e fingir que não existia. Só ficar trancada no quarto era muito fácil. E ainda diriam que eu estava tentando fugir do problema. E isso não era verdade. Era uma questão de princípios. Ele estava errado, então se quisesse, ele teria que vir falar comigo. Fui até a cozinha e como eu esperava, Carter e Zia estavam ali. Ver o clima de romance entre eles me dava enjoos, mas, ao contrário do meu irmão, eu não iria me meter na relação deles.
Me sentei calmamente a mesa, um pouco afastada dos dois. Tentei agir com a maior naturalidade possível. Não pude deixar de perceber que os dois tinham parado de falar e de comer depois que cheguei e estavam em silêncio desde então. Provavelmente analisando minha atitude. Só alguns minutos depois eles voltaram a tomar seu café, mas permaneceram calados. Comi também em silêncio, enquanto outros moradores da casa chegavam e saiam da cozinha. Quando sobrou apenas um ou outro aprendiz, Carter falou comigo. Eu o ignorei. O plano era só voltar a falar com ele se ele me pedisse desculpas por tudo que falou nos dias anteriores. Se não fosse assim ele poderia continuar falando com a parede.
- Você não me ouviu? Avisei que eu e Zia vamos sair agora pela manhã - em resposta ele teve meu silêncio, nem sequer virei a cabeça em sua direção - Vai fingir que não escutou mesmo? - mais silêncio - Ótimo, Sadie, você que sabe... me ignore se quiser, não ligo a mínima. Se conseguirmos administrar as coisas por aqui dessa forma, então será ótimo não ouvir sua voz nunca mais!
Fiz um esforço tremendo para não revirar os olhos e continuar parecendo completamente alheia ao que ele falava. Zia não emitiu som algum, apenas seguiu Carter quando ele saiu da cozinha. Fiquei pensando no que ele falou. Agora ia ser assim, ele não falaria comigo também? Muito bem, que assim fosse. Já o estava vendo perder. Aposto que não conseguiria ficar uma semana sem falar comigo.
***
Uma semana havia se passado e Carter e eu continuávamos sem nos falar. Estava ficando cada dia mais insuportável, mas nenhum dos dois iria dar o braço a torcer. Ainda que a Casa do Brooklyn estivesse de pernas para o ar e que as coisas fossem quase impossíveis de se resolver sem que nós dois interagíssemos, não iríamos ceder. Eu sabia que ele estava errado e nada me convenceria do contrário. Há uns dois dias eu havia me surpreendido quando Zia veio falar comigo, numa tentativa de fazer eu me reaproximar do meu irmão. Achei que ela estava totalmente do lado dele naquela história, mas depois da conversa que tivemos percebi que não era bem assim. Ela era, antes de tudo uma pessoa justa. E mais do que isso, ela gostava de nós dois, então claro que não queria nos ver brigados.
- Não vou falar com ele, Zia, pode esquecer - respondi depois de ouvir ela dizer que estávamos sendo orgulhosos e infantis com aquela atitude. Ela estava certa, mas eu não ia admitir isso - Não fiz nada de errado.
- Eu sei que não, Sadie - respondeu ela - E acredite, eu acho que esta certa, Carter não tem porque se meter na sua relação com Anúbis. Mas entenda que você é a irmã mais nova dele, não deve ter sido legal encontra-la na cama com o namorado...
- Se ele batesse na porta antes de entrar não teria que ter visto nada daquilo - retruquei - E mesmo que eu o tenha traumatizado, ele está sendo ridículo. Está agindo como se eu fosse uma criminosa por namorar um deus.
- Não estou dizendo que a atitude dele seja correta. Mas ficar sem se falar não vai resolver nada. Você precisa dizer isso a ele - ela agora parecia aflita, como se esperasse minha ajuda - Eu já tentei fazê-lo entender, mas não adianta. Acho que só você vai pode colocar um pouco de noção naquela cabeça dura. Ele precisa ver que está errado.
- Sinto muito, Zia. Sei que quer o melhor para Carter, mas não vou falar com ele. Estou realmente magoada com a forma como ele tem agido. Se eu ceder, ai que ele não vai perceber que está errado. Ele me ofendeu e humilhou diversas vezes, eu não merecia nada disso. E ainda por cima Anúbis não apareceu mais. Acho que Carter o espantou.
- Não fique assim, Sadie - tentou me consolar a maga - Ele vai aparecer. E não se preocupe, vou tentar falar com seu irmão, uma hora ele vai ter que se dar conta do quão estúpido está sendo...
Se tinha alguém no mundo que poderia convencer Carter a mudar de ideia, esse alguém era Zia Rashid. Se ela não o fizesse então eu já podia ir me acostumando a me sentir como uma filha única de novo. Aquilo me doeu mais do que me deixou com raiva de Carter. Não queria perder meu irmão, ainda mais por uma coisa tão idiota. Mas como eu disse, não seria eu que teria que correr atrás dele. Resolvi curtir o meu momento “foça” da melhor maneira possível. Me tranquei no quarto de Anúbis e fiquei lá um tempão olhando tudo que me fazia lembrar dele. Certo, talvez o meu próprio quarto me fizesse lembrar ainda mais dele. Mas eu quis ficar ali, porque se ele fosse aparecer em algum lugar daquela casa, serie primeiro ali. Então eu me deitei na cama e esperei por vários minutos, que depois viraram horas.
Quem é que eu estava querendo enganar? Anúbis não dava as caras a mais de uma semana. Porque iria aparecer agora? Ele certamente havia desistido de mim. Chegou à conclusão de que nossa relação era complicada demais. Não valia a pena. Era melhor ele continuar no mundo dos deuses, e eu no mundo dos mortais. Assim seria melhor para nós dois. Quer dizer, seria melhor para ele. Para mim não seria nada bom, não mesmo. Queria chorar, mas me segurei. Não ia dar esse gosto a Carter. Se ele soubesse com certeza usaria isso para dizer o quanto estava certo. E eu provavelmente iria querer arrancar sua cabeça, o que não acabaria muito bem, e ainda deixaria os aprendizes horrorizados. Era melhor eu parar de me importar tanto com Anúbis e Carter e começar a me importar mais comigo mesma. Me levantei da cama e fui andando em direção a porta.
- Aonde pensa que vai? - gelei ao ouvir a voz que vinha de dentro do quarto. Quando me virei para olhar Anúbis fiquei me perguntando há quanto tempo ele estaria ali, parado ao lado da janela - Que cara é essa, parece que viu um fantasma?
- Levando em conta que você apareceu aqui como uma assombração, pode se dizer que sim - respondi ainda sentindo meu coração bater rápido por causa do susto - É sério, você tem que parar de aparecer assim de surpresa, um dia ainda vai me matar do coração.
- Me desculpe, não vou mais fazer isso... - não pude deixar de perceber que os olhos tristes de Anúbis estavam mais tristes do que nunca ao me olharem - Venha aqui, precisamos conversar...
- Não.
- Como assim “não”? - ele franziu o cenho sem entender.
- Quando alguém diz “precisamos conversar” é porque tem algo ruim a dizer. E no seu caso eu já posso imaginar o que seja essa coisa ruim, então não, não precisamos conversar!
- Sadie, você nem sabe o que eu vou dizer - resmungou ele se aproximando e sentando-se na cama. Eu caminhei ao encontro dele também, mas não me sentei - Pode primeiro me ouvir?
- Não, não quero ouvir - bati o pé teimosa - Não quero ouvir você dizer que quer terminar comigo. Não quero ouvir nada disso!
- Não é isso que eu vou dizer - respondeu o deus, mas sem empregar nenhum entusiasmo na voz. Ou seja, ele não ia terminar comigo, mas o que tinha para dizer não era muito melhor do que aquilo - Só quero conversar, sério...
- Ok - disse, depois de um suspiro pesado - O que tem a dizer?
- Primeiro quero te pedir desculpas. Por duas coisas - ele fez uma pausa e eu só fiquei quieta e deixei que continuasse - Por ter sumido covardemente quando Carter nos flagrou aquele dia, e por ter ficado fora por tanto tempo. Eu queria ter vindo antes, mas estávamos com problemas lá no mundo dos mortos. Eu explicaria tudo o que aconteceu, só que é uma história muito longa. Mas pode perguntar ao seu pai, ele vai confirmar...
- Eu acredito - o interrompi - Acredito em você. As coisas por aqui também não estão exatamente um mar de rosas...
- Eu sei, sei o que está acontecendo entre você e Carter - e ao ver minha cara de dúvida ele se explicou - Mesmo quando não estou por perto, Sadie, eu estou sempre “olhando por você”. É uma das vantagens de ser um deus. Eu sei que vocês brigaram feio e que ainda estão brigados. E isso me leva a outra coisa que preciso te falar.
- Não quero terminar com você!
- Nem eu, por Rá Sadie, deixa eu terminar, ok?! - ele esperou eu assentir e então completou - Você sabe que eu te amo, e que acima de tudo quero o melhor para você. E o melhor para você não é ficar sem falar com seu irmão. Vocês precisam se acertar. Eu sei que não é algo tão simples, mas te peço que faça um esforço.
- Eu tenho que fazer um esforço? Mas é ele que está sendo um completo idiota, eu não tenho culpa nenhuma nessa história. Por favor, não me diga que está do lado dele?!
- Claro que não estou. Eu concordo com você, Carter exagerou, não tinha por que falar com você daquela forma nem ficar implicando por minha causa - me tranquilizou Anúbis - Mas entenda, Sadie, algo maior está em jogo, vocês PRECISAM fazer as pazes.
- O que quer dizer com “algo maior está em jogo”? - eu já estava nervosa com toda aquela história dele querer que eu me esforçasse para ficar de bem com Carter, agora ele começava a falar essas coisas. Mas o que diabos estava acontecendo?
- Você se lembra do por que seus pais mantiveram você e Carter separados por tanto tempo? - claro que eu me lembrava, como podia esquecer? Éramos poderosos demais juntos, poderíamos acabar nos ferindo e ferindo alguém com nosso poder. Fiz que sim com a cabeça para ele terminar o que estava dizendo - Pois bem, depois que vocês se uniram de novo o caos foi derrotado, e a ordem reestabelecida. É como se tivesse sido criado um elo entre vocês e o Maat. Quando brigam, algo acontece e o caos volta a se fortalecer. Não estou querendo te pressionar Sadie, mas é a verdade. Entendeu agora porque vocês precisam se acertar?
- Isso não é justo! - resmunguei me dando conta de que eu realmente não tinha escolha - Não posso nem mais odiar meu irmão em paz! Maldito caos!
- Eu sinto muito, Sadie, mas mesmo que não houvesse nada disso, vocês teriam que acabar se entendendo. São irmãos e se amam, não podem ficar brigados para sempre.
- Ainda acho que ele é que tem que vir pedir desculpas.
- Talvez, mas você também pode ajudar, dar um incentivo a ele - sugeriu Anúbis calmamente - E Sadie, eu também quero ajudar. E no momento a melhor forma de eu fazer isso é ficando longe...
- Não! - exclamei tão de repente que minha voz falhou.
- Escute, a gente não está terminando, eu prometo - ele se levantou e segurou meus pulsos - Só vou ficar um tempo afastado, só isso. Só até vocês fazerem as pazes. É pelo seu bem, pelo bem dele e de todo o Maat.
- Não, você não tem que fazer isso! - minha voz ainda me traindo, deixando-se afetar pelas minhas emoções - É exatamente o que Carter queria, que nós não ficássemos juntos, e ele vai acabar conseguindo! Como posso me acertar com ele assim?
- Me desculpe Sadie, mas é o correto a fazer...
- Não, não se atreva a desaparecer de novo...
Mas ele já tinha ido antes de que terminar de dizer. Que droga! Droga! Droga! Droga! Droga! Por que aquilo estava acontecendo? Será que ele estava certo afinal, o caos estava ressurgindo entre nós? Isso explicaria porque eu sentia tanta raiva. Tinha que parar com aquilo ou então não sabia onde chegaria. Tentei me acalmar, conter o ódio, a raiva. Dispersei todos os pensamentos ruins, os desejos homicidas, a vontade de explodir tudo. Consegui me livrar daquilo tudo aos poucos, mas no lugar ficou só a dor. Um sofrimento puro e latente. Então eu chorei, já sem tentar me conter. Chorei alto, soluçando profundamente. Nem mesmo percebi quando mais alguém entrou no quarto, dessa vez da maneira tradicional, pela porta.
- Sadie, você está chorando? - Carter se aproximou até uma distância segura para falar comigo.
- Não, estou lavando os olhos de dentro pra fora - não podia perder a chance de zombar dele, mesmo diante de todo aquele drama - Claro que estou chorando, seu super gênio! - Continuei fungando e Carter não disse nada, então resolvi seguir o conselho de Anúbis e dar um incentivo a ele - Achei que não estivesse falando comigo...
- Não estava, mas vejo que agora precisa mais da minha ajuda do que do meu silêncio.
- Não preciso da sua ajuda...
- Claro que precisa - ele andou mais alguns passos e entrou no meu campo de visão, ainda a uma distância considerável. Ele sabia com quem estava lidando afinal - Podemos ter tido a pior briga do século, mas nada é grande o bastante a ponto de eu ver você sofrendo e não fazer absolutamente nada a respeito.
- Ah é? - zombei outra vez - Pois adivinha só, você é o culpado por eu estar nessa situação, Carter. Então duvido que possa fazer alguma coisa.
- Está falando sério? - eu senti o pesar e culpa na voz dele, o que me deixou satisfeita.
- Anúbis foi embora. Ele me deixou porque disse que não quer ficar entre a gente. Ele acha que ficando longe vai ajudar a fazermos as pazes. Que ideia...
- Bom, talvez ele não esteja tão errado assim.
- Porque diz isso? - me virei para ele olhando-o pela primeira vez desde que ele entrara no quarto.
- É que ele não estando aqui é mais fácil de eu falar com você - começou Carter um pouco inseguro - Escute, eu estava vindo falar com você, antes de te ouvir chorar. Eu estava vindo me desculpar, ok? Zia falou comigo e me dei conta de que estava sendo um babaca.
- Um grande babaca - o corrigi.
- Certo, um grande babaca - concordou ele - Mais do que isso até. Acho que fiquei tão nervoso de ter visto você com ele, você sabe... Lá no seu quarto. Que perdi a cabeça e descontei tudo em você. Não merecia ter ouvido nada do que eu disse, aliás você nem fez nada tão errado assim - eu o olhei com cara de “sério?” então ele completou - Ok, você não fez nada de errado. Só acho que me senti decepcionado de você não ter me falado nada sobre isso antes...
- Você estava viajando, Carter! - respondi - E fala sério, o que eu diria? “Olha só, meu namorado tem passado praticamente todas as noites no meu quarto, então por favor, não entre mais sem bater, a não ser que queira ver a gente dando uns amassos...”?
- Argh, por favor, não repita isso nunca mais! - falou meu irmão enquanto se estremecia, como se aquilo lhe desse calafrios. Fiquei ainda mais satisfeita com essa reação dele. Era o mínimo que merecia depois do que me dissera - Já aprendi a lição. Você está bem grandinha, sabe o que faz. Não vou mais ficar me metendo entre você e Anúbis. Só quero que saiba que qualquer coisa que precisar, pode falar comigo. Ou com Zia, dependendo da espécie de conselho que precise - era hilário ver ele tentando falar sobre sexo comigo, eu me segurei para não rir e não desencorajá-lo - Sabe que mesmo eu sendo um tapado as vezes, eu só quero o seu bem. Mas acho que sabe se cuidar sozinha.
- Ok, desculpas aceitas, maninho - falei depois de um tempo - E não se preocupe, sei me cuidar muito bem. Só acho que não vou mais precisar me preocupar com isso, afinal ficarei sem namorado pelo menos por um tempo.
Ou pelo menos era o que eu achava...
Autor(a): sarahcolins
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Não pude fazer nada além de rir. Rir com todas as minhas forças, enquanto ele me olhava sem entender nada. Anúbis havia apertado a campainha da Casa do Brooklyn. Tudo para atender ao meu pedido de não aparecer mais de surpresa e me dar um susto. Vê-lo parado ali na soleira da porta como se fosse um mero mortal era engraçado dem ...
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