Fanfic: Os Encantos de Anúbis | Tema: As Crônicas dos Kane
Não pude fazer nada além de rir. Rir com todas as minhas forças, enquanto ele me olhava sem entender nada. Anúbis havia apertado a campainha da Casa do Brooklyn. Tudo para atender ao meu pedido de não aparecer mais de surpresa e me dar um susto. Vê-lo parado ali na soleira da porta como se fosse um mero mortal era engraçado demais. Não pude me conter. Pensei em explicar porque aquilo era tão engraçado, mas não ia adiantar nada. Ele não entenderia a forma como eu via aquela sua atitude, que era ao mesmo tempo fofa, exagerada e inapropriada. Então apenas o convidei para entrar e fomos até a varanda onde ficava a piscina. Dentro dela Filipe da Macedônia, nosso crocodilo albino de estimação, nadava tranquilamente.
Eu ainda estava um pouco ressentida por Anúbis ter me deixado sozinha naquele momento tão difícil. Mas, não resisti a alegria de vê-lo de volta tão cedo. Fazia menos de um dia que Carter e eu tivemos aquela conversa e acertamos as coisas, fazendo a ordem reinar novamente no mundo. Mais do que brigar com ele, que queria arrumar um jeito de fazê-lo ficar. Tinha que ter uma forma de impedir que ele desaparecesse sem mais nem menos. Das últimas vezes tinha sido assim, ele mal chegava e logo já sumia. Não dava para manter uma relação assim. Teríamos que acertar isso. Mas antes, eu me permiti disfrutar um pouco da companhia dele. Nos sentamos em um dos bancos de mármore perto da piscina, de onde dá para ver boa parte de Manhattan.
- Me desculpe... - falou ele.
- Não, não vamos começar com isso, ok?! - o repreendi na mesma hora - Não quero que gaste o tempo que vai ficar aqui se desculpando de novo. Não sei quando você terá que desaparecer novamente, então melhor deixar as desculpas pra lá...
- Eu não vou mais fazer isso. Entenda, eu tive que fazer. Era preciso. Espero que você entenda agora que você e Carter fizeram as pazes...
- Espera, então você fez aquilo de propósito? - não podia ser verdade o que eu acabara de ouvir. Ou então eu havia entendido errado, era isso...
- O que? Ter sumido para que vocês fizessem as pazes?
- Não. Quero dizer você ter feito aquela cena toda como se fosse me deixar para sempre, só para eu ficar tão mal que Carter teria que ceder e falar comigo.
- Bem, eu não podia prever exatamente como tudo aconteceria. Mas de certa forma sim. Eu sabia que sabia que não ia ter que ficar longe muito tempo. Mas sabia também que tinha que pressionar vocês dois de alguma forma. Ou então não iriam se acertar...
- Como você pode? - perguntei indignada e muito magoada - Sabe o quanto eu sofri por te ver dizendo que ia me deixar? Sabe o quando me doeu? Eu chorei feito uma garotinha!
- Por isso eu pedi desculpas - exclamou ele um pouco afetado - Sadie não queria fazer aquilo, mas entenda, eu não tive escolha. Sei que pra você pe difícil entender, mas para nós deuses é difícil, ou melhor, impossível, não colocar o “bem maior” em primeiro lugar. Por mais que eu quisesse deixar o universo e o caos de lado e ficar do seu lado, eu precisava dar um jeito naquilo. O jeito era fazer vocês se darem bem de novo. E a forma que encontrei para isso foi fingir que eu estava indo embora. Me perdoe...
- Você é um idiota...
E foi só o que eu respondi antes de dar as costas a ele e entrar na casa, indo em direção ao meu quarto.
Ponto de Vista de Anúbis
Como podia existir uma criatura tão irritante e extraordinária ao mesmo tempo? Sadie movia coisas dentro de mim que eu nem sabia que existiam. Provocava sensações que eu nem sabia que eram possíveis para um deus. Bem, talvez fosse porque eu jamais havia amado de verdade. Com alguns milhares de anos nas costas eu ainda me considerava um deus jovem perto de todos os outros, mas já havia vivido o suficiente para ver todos os tipos e formas de mulheres. E acredite, nenhuma delas era nem parecida com Sadie. Tudo nela me intrigava e me interessava. E eu não me importaria de passar o resto da eternidade tentando entender cada mínimo aspecto de sua personalidade.
E tinha também a parte física. Poder assumir a forma humana por completo e ficar nela o tempo que eu quisesse era algo completamente novo. E os momentos com Sadie me faziam ver o quanto era vantajoso ter aquele corpo humano. Eu nunca havia dado importância pra isso até beijá-la. Até estar com ela em sua cama e sentir que queria que nosso contato físico se prolongasse cada vez mais. Não tive ninguém para me ensinar a lidar com todas aquelas sensações que a forma humana me proporcionava. Às vezes sentia que ia enlouquecer. E acredite ela parecia estar se empenhando de verdade para isso. Naquele momento, por exemplo, eu acabara de dizer que fizera um sacrifício para salvar a humanidade e ela me chamara de idiota. Aparentemente porque isso ferira seus sentimentos.
Eu não poderia esperar que ele entendesse a natureza de um deus. E também não poderia nunca entender totalmente a natureza dos mortais. Eu só sabia que não queria vê-la triste. E não queria que ela me odiasse. Então eu assumiria que estava com a culpa e tentaria fazê-la me perdoar. Não importava que na verdade eu não achasse que tinha feito nada de errado. Eu a havia feito chorar e havia partido seu coração. Ela não deixava de ter razão em estar chateada comigo. Eu tinha que pensar em alguma coisa. Tinha que concertar as coisas. Pensei em desaparecer novamente, voltar para o mundo dos mortos, assumir minha verdadeira forma e pensar um pouco. O problema era que nós deuses temos uma noção de tempo totalmente diferente dos mortais. Para nós, décadas são como minutos. Eu não podia achar que ela me esperaria aquele tempo todo.
Certo, então sumir não era a solução, eu só a faria ficar ainda mais magoada comigo. Eu tinha que ficar ao lado dela o máximo de tempo que conseguisse. Tinha que dar-lhe algo especial. E, se possível, não sumir do nada como nas últimas vezes. Precisava adquirir o costume de me despedir sempre que tivesse que ir embora. Sim, acho que isso faria Sadie feliz. Então enquanto pensava no que poderia dar a ela, fui em direção ao seu quarto procura-la. Bati na porta e ouvi ela gritar algo como: “Vá embora!”. Bati de novo e ela: “Me deixem em paz!”. Então eu tive que falar que era eu, mas dai ela não respondeu nada só ficou em silêncio. Estava quase indo embora achando que ela não falaria comigo quando a porta se abriu.
- O que você quer? - perguntou ele me fitando com olhos analíticos.
- Quero falar com você, podemos?
- Entre... - respondeu ela depois de alguns segundos.
- Você tem razão Sadie, fui um idiota. O que posso fazer para que me perdoe?
- Já disse para parar de se desculpar...
- Certo, não vou mais me desculpar. Mas o que posso fazer para me redimir? O que posso fazer para você deixar de ficar chateada comigo?
- Não sei...
- Acho que eu vou ter que pensar nisso sozinho, não é mesmo?
- Acho que sim - respondeu ela com um leve toque de diversão. Claro, ela devia estar adorando ver o ser imortal quebrando a cabeça para inventar alguma coisa que agrade a namorada mortal. Sadie não podia se conter diante de uma situação tão hilária.
- Ok, então vamos fazer assim. Me encontre em duas horas no Metropolitan Museum of Art - e me apressei para sair do quarto. Mas me voltei para ela antes de chegar a porta - Ahhh, e use a sua melhor roupa.
Eu encostei na maçaneta da porta para sair do quarto feito uma pessoa normal, mas então me lembrei que havia esquecido algo importantíssimo. Voltei até Sadie que estava sentada na beirada da cama ainda se contendo para não rir de mim. Segurei seu rosto e a beijei. Depois eu disse: “Até mais. Nos veremos em breve, não se preocupe. Prometo que não vou sumir de novo”. E aquilo pareceu reconforta-la muito. Pelo menos foi o que eu pude ler em seu sorriso. Daí então sai de vez do quarto e já comecei a tentar calcular o tempo que eu tinha para fazer algo especial para ela. Era muito pouco. Eu teria que viajar pelo Duat para acelerar as coisas e também precisaria de ajuda. Estava na hora de cobrar alguns favores de certos magos.
***
Sadie foi bem pontual. Ainda bem que tinha dado tudo certo e tudo estava pronto a tempo. Aquela sensação de euforia, de ansiedade, era algo tão novo, tão humano que quase não conseguia me conter. A expectativa de se ela iria gostar ou não do que preparei estava me matando. Ainda que fosse uma tremenda antítese, era como eu estava me sentindo.
Eu já tinha ouvido muitas histórias de muitos tipos de amores. Na verdade, todas elas. Eu era o deus da morte afinal. Havia acompanhado todos e cada um dos julgamentos de todas as almas mortas que já passaram pela balança Osíris. Você se surpreenderia com o número de mortes que acontecem por causa do amor. Na maior parte das vezes as achava melancólicas demais. E mesmo quando se tratava de uma história bonita envolvendo heroísmo e tudo mais, não sentia que as entendia completamente. Também soube de vários romances entre deuses e mortais. Eu sabia que os deuses se deixavam envolver pelos humanos exatamente por eles os fazerem sentir como se fossem mortais. A fragilidade da vida humana sempre deslumbrava os seres super poderosos. E lá estava eu passando pela mesma coisa. E não queria de forma alguma me privar daquilo. Eu cairia em tentação se precisasse. Deixaria que ela significasse a minha ruina se tivesse que ser assim.
Tudo isso se passou na minha mente durante os primeiros segundos em que coloquei meus olhos na figura de Sadie ao chegar ao salão circular do Museu. Ela havia seguido meu conselho. Colocara sua melhor roupa. Eu realmente gostava daquele vestido. Só o fato de ela não usar vestidos com tanta frequência já fazia seu visual parecer especial. Mas aquela peça caia muito bem em seu corpo, e a cor ressaltada o tom claro de sua pele. E toda aquela combinação me agradava muito e fazia meu corpo mortal se manifestar. Me contive o suficiente para apenas segurar em sua mão, por enquanto. Deixei que ela me desse um beijo rápido nos lábios e depois a conduzi por um extenso corredor. Não podia me deixar distrair por um beijo mais demorado. Essas sensações humanas costumavam me fazer perder o controle, e no momento eu precisava estar concentrado no meu plano.
A mão dela estava suando um pouco. Deduzi que significasse que estava tão nervosa quanto eu. Será que eu estava suando também? Era melhor não pensar naquilo, ou eu ficaria paranoico demais. Olhei pra ela e sorri tentando parecer confiante. Ela retribuiu o sorriso e deu um leve aperto em minha mão. De fato não havia nenhuma outra pessoa no mundo com quem eu gostaria de estar compartilhando aquele momento. E essa era a constatação mais humana e amorosa que eu já havia feito. Logo eu já poderia me considerar meio deus meio humano. Uma espécie de semideus talvez? Só mudando o fato de eu ainda não poder morrer de causas naturais. Mas eu podia ser morto ou “tirado de circulação” por alguns milênios pelo menos como qualquer outro deus.
Chegamos até o anfiteatro do museu. Um imenso auditório com centenas de poltronas e um imenso palco. Esse lugar era usado pelos humanos para apresentar peças de teatro, logicamente com um contexto histórico, àqueles que visitavam o Metropolitan Museum. Naquela noite, porém algo diferente se passaria naquele cenário. Sadie estava visivelmente intrigada e curiosa, olhando a sua volta, tentando conseguir alguma pista do que iria acontecer. Eu não falaria nada, seria tudo surpresa. A levei até o centro do anfiteatro e nos sentamos nas confortáveis poltronas. Fiz um sinal para um dos magos que estava me ajudando e imediatamente as caixas de som começaram a reproduzir uma música instrumental. Como uma orquestra. Em seguida as cortinas se abriram e o palco se iluminou. Um grupo de sete magos, entre homens e mulheres apareceram.
Sadie me olhou enrugando a testa. Ela ia começar a falar alguma coisa mas eu coloquei o indicador sobre os lábios e fiz “shhhh”, depois apontei para o palco para que ela prestasse atenção. Tratava-se de um grupo artístico vindo diretamente do Egito. Eles faziam da mágica uma forma de expressão de arte. Em poucos segundos Sadie entenderia o porquê. Nem pude ver qual fora a reação dela porque eu mesmo fiquei completamente vidrado nas imagens e efeitos que os sete magos projetavam no espaço vazio do palco. Alguns hieróglifos aqui e ali e logo uma manada de elefantes parecia estar cavalgando em nossa direção. Mais feitiços e víamos eu balé clássico da melhor qualidade dançado por bailarinos imagináveis. Tudo em harmonia perfeita com a música que tocava. Era muito melhor do que qualquer cinema 3D. E sim, eu já tinha ido a alguns.
- Uau - disse Sadie ao meu lado quando eles terminaram o espetáculo - Isso foi...
- Ainda não acabou - eu a interrompi.
Me levantei e estendi a mão para que ela a segurasse. A conduzi em direção a lateral do palco. Subimos por uma escada e fomos até o centro dele. Uma música lenta e com uma batida bem romântica começou a tocar. Coloquei minha mão na cintura dela e prontamente ela percebeu que iríamos dançar. Ficou corada e hesitou um pouco, mas eu a conduzi. Logo sua mão estava em meu ombro e ela seguia meus passos. Os magos continuavam projetando algumas luzes a nossa volta, deixando o ambiente parecido a uma pista de dança mesmo. Encostei minha testa a dela e fechamos os olhos. Nossos pés continuavam se movendo, cada vez mais lentamente. Íamos pra lá e pra cá, girando em sentido horário. Desejei ter o poder de parar o tempo. Mas aquele não era um dos meus dons divinos.
Quando a música parou, levou alguns minutos para nos separarmos. Era como se estivéssemos saindo de uma espécie de transe. Sadie tentou dizer alguma coisa, mas parecia estar sem palavras. Eu a poupei de tentar expressar o que sentia beijando-a. Dessa vez um beijo mais profundo, mais intenso. Os magos entenderam a deixa e nos deixaram sozinhos. Começou a tocar música de novo, dessa vez mais baixa, uma música apenas ambiente. Continuamos nos beijando, eu não queria parar de sentir aquela sensação tão boa dos lábios dela nos meus. Mas então fomos interrompidos pelo nosso mago/garçom particular. Ele havia caprichado no figurino. Dei um positivo para ele enquanto Sadie não estava olhando. Então o seguimos para fora do auditório.
Algumas salas de exposições depois, chegamos ao terraço. Duas portas balcão imensas que davam para uma sacada ainda mais imensa. Lá estava preparada uma mesa de jantar. Um cenário muito parecido com aquele do dia em que pedi Sadie em namoro. Exatamente por isso achei que seria adequado. Queria que ela se lembrasse de momentos bons. Nos sentamos e fomos servidos. Meus amigos/servos foram bem eficientes. A comida estava ótima e toda hora alguém vinha encher nossas taças com vinho. Não comemos nem bebemos muito. Ficamos a maior parte do tempo olhando um pro outro. Suas mechas vermelhas nos cabelos loiros deixavam sua pele e olhos claros ainda mais reluzentes.
- E ai, consegui me redimir? Ou ainda está magoada comigo? - perguntei depois que deixamos a mesa de jantar e nos sentamos num sofá que havia ao lado.
- Nem que eu fosse a garota mais insensível da face da terra poderia continuar magoada com você depois de tudo isso - disse ela ao se aproximar e apoiar a cabeça em meu ombro. A envolvi com o braço.
- Isso quer dizer consegui por pouco? - brinquei, mas ela não pareceu achar graça.
- Está querendo dizer que sou a garota mais insensível do mundo?! - ela parecia irritada de verdade.
- É claro que não! Você está muito longe disso. Eu só estava tentando ser engraçado, mas já vejo que não tenho talento para isso.
- Não mesmo - resmungou ela voltando a me abraçar - Melhor deixar as piadas comigo.
Ela não podia estar mais certa. Sadie sempre tivera um senso de humor incrível. Não continuamos por mais muito tempo abraçados. Digo, apenas abraçados. Logo eu a beijei e ela retribuiu. À princípio estávamos apenas sentados um ao lado do outro de maneira bem comportado. Mas logo fomos mudando de posição. Até ela se encostar sobre o braço do sofá e eu inclinar meu corpo sobre o dela. Não demorou para eu começar a sentir que os estímulos físicos iriam me dominar. Quanto mais eu a tocava mais eu a queria tocar. E tendo em vista que ela não estava fazendo nada para me impedir, eu continuava respondendo a todas as vontades que meu corpo mortal tinha. Até que Sadie interrompeu a “pegação” como ela chamava, e disse que era melhor voltarmos para o Brooklyn e continuarmos em seu quarto. Aquilo me animou e deixou minha cabeça cheia de ideias.
Viajamos juntos pelo duat para chegar até lá. Enquanto isso tive tempo para pensar em uma série de coisas. Como por exemplo na possibilidade de ter relações sexuais com Sadie. Eu sabia exatamente do que se tratava e como os humanos faziam aquilo. Entendia que era um instinto carnal e que também poderia ser considerado uma forma de demonstração de amor. No entanto, eu jamais havia tido vontade de fazer aquilo, nem mesmo estando na minha forma humana. Mas naqueles momentos com ela eu considerava muito essa possibilidade. Queria que o grau de intimidade entre nós atingisse esse nível. A questão era: ela também queria a mesma coisa?
Chegamos ao seu quarto e nos deitamos em sua cama, depois de trancar a porta e colocar um feitiço de proteção. Chequei meus conhecimentos sobre o assunto e conclui que aquilo estava tomando o caminho que eu esperava. Tiramos os sapatos para ficar mais confortáveis e nos viramos um na direção do outro. Voltamos a nos beijar. Primeiro de forma calma e depois mais intensa. Eu entendi que ela queria fazer aquilo. Tanto quanto eu. Então deixei que meu corpo atendesse aos impulsos que surgiam livremente. Me deitei por cima de Sadie e minhas mãos deslizaram por suas pernas. Sem o mínimo de pudor fui levantando o vestido dela para cima. Percebi que ela se sobressaltou com essa minha investida, descolando minha boca da sua, mas não emitiu nenhum protesto. Eu então continuei beijando seu pescoço e avançando com as mãos sobre a pele nua de suas pernas. Meu corpo e cérebro humanos me diziam que eu precisava tirar a roupa dela. E foi isso que eu fiz. Ou pelo menos tentei fazer.
Quando minha mão alcançou sua roupa de baixo ela me empurrou para o lado e rapidamente saiu de debaixo de mim. Fiquei sem entender absolutamente nada. Sadie sentou-se na beirada da cama e estava respirando fundo. Quando perguntei o que havia acontecido ela desconversou e disse que estava tudo bem. Que só precisava ir até a cozinha pegar algo para beber. Ela saiu do quarto descalça e com a roupa toda amarrotada. E eu senti como se tivesse feito algo errado, apesar de, ao mesmo tempo, sentir que apenas havia seguido meus instintos mortais.
Autor(a): sarahcolins
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