Fanfics Brasil - Capítulo 8 - Enquanto uns ganham, outros perdem... Os Encantos de Anúbis

Fanfic: Os Encantos de Anúbis | Tema: As Crônicas dos Kane


Capítulo: Capítulo 8 - Enquanto uns ganham, outros perdem...

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Ponto de Vista de Zia


A longa viagem de avião até o Egito deveria servir para que eu tentasse me acalmar até chegarmos a casa de minha tia. No entanto aquele tempo sem nada para fazer além de esperar me fez ficar remoendo e relembrando tudo que acontecera nas horas anteriores. Eu acordara sobressaltada depois que meu bá retornou ao corpo. Eu estava ofegante a alarmada e fui correndo procurar Carter. Agora eu sentia dó dele por ter sido despertado de forma tão brusca por mim, mas no momento eu nem tinha me dado conta. Só o tirei da cama e comecei a contar tudo o que eu tinha visto.


Meu espírito voara até o Egito, exatamente como estávamos fazendo naquele momento. Eu vira com nitidez a casa de meus parentes e ouvira o que conversavam. Reyna, irmã de meu pai, estava visivelmente apreensiva enquanto falava com o marido, Hassan. Apesar disso não levantou o tom de voz em nenhum momento, parecia que queria evitar que o filho, no outro cômodo, a escutasse. Ela falou que recebeu ameaças enquanto fazia compras no centro comercial do Cairo, de uma antiga fação de magos que costumava apoiar Apófis antes de sua queda. O grupo nunca foi muito levado a sério pelos magos da Casa da Vida, porque mesmo enquanto o deus do caos estava em ascensão, nunca haviam empreendido nenhum ataque efetivo. Suas ameaças eram vazias, eles só gostavam mesmo era de espalhar o terror e desestabilizar àqueles que tentavam manter a ordem.


Entretanto Reyna parecia muito preocupada com a segurança de sua família, andando de um lado para o outro enquanto eu a observava do alto. Dizia que o grupo que a ameaçara sabia que eles estavam sozinhos ali e também sabia que haviam estado comigo há pouco tempo. A ligação que eu tinha com os Kane deixava tudo ainda mais perigoso. Mesmo que não tivessem sobrado muitos magos apoiadores do caos, todos sabiam que Carter e Sadie eram e sempre seriam o alvo principal deles. Sendo assim, eu senti como se tivesse colado minha própria família em risco. Durante meu sono ainda, quando meu bá estava começando a se distanciar eu tive certeza de ter visto alguém invadindo a casa dos meus parentes. Aquilo me deixou desesperada e só fez com que meu espírito voltasse ainda mais rápido para meu corpo e eu acordasse sobressaltada da forma como acordei.


- Vai ficar tudo bem - disse Carter ao meu lado apertando minha mão que já estava na sua e me tirando de meus devaneios - Vamos chegar lá e eles vão estar bem, você vai ver!


- Espero que sim - respondi sem nenhum ânimo na voz - Não sei direito o que eu vi. Mas tenho quase certeza que alguém invadiu a casa. E não tem como eu saber se é algo que ainda vai acontecer ou que já aconteceu. Mas provavelmente chegaremos lá tarde demais...


- Não diga isso - tentou me confortar ele, e eu o amava por isso - Tenho certeza que nada mal aconteceu com eles. E se for acontecer nós chegaremos a tempo para impedir.


Mesmo que ele só estivesse dizendo aquilo para fazer eu me sentir melhor, falava com tanta segurança que eu acreditei nele. Apoiei minha cabeça em seu ombro quando ele colocou o braço em volta de mim. Não ia conseguir dormir de jeito nenhum, mas me senti mais relaxada só de estar ao lado de Carter. Naquela manhã quando eu enfim me acalmei e decidi que tinha que voltar ao Egito de qualquer jeito a primeira coisa que disse foi que Carter não precisava ir comigo. Eu sabia que ele tinha suas obrigações da Casa do Brooklyn e não podia pedir isso a ele de novo. No entanto ele não quis discutir o assunto, disse que eu não iria a lugar nenhum sem ele. Eu insisti para que ficasse, mas ele não me deu bola. Até levou um recém chegado para que Sadie “cuidasse” dele. Então aprontou as coisas para nossa viagem para que saíssemos o mais rápido possível.


No fundo eu estava feliz por ele ser tão cabeça dura. No fundo queria que ele fosse comigo. Não me imaginava enfrentando aquilo sozinha. Aliás, não me imaginava fazendo mais nada sem ele. E não era aquela espécie de dependência que algumas pessoas apaixonadas tem daqueles que amam. Era algo diferente. Mais como querer compartilhar todos os momentos. Tanto os bons quanto os ruins. Eu sempre fora tão independente, sempre enfrentei todas as batalhas sozinha. Mas não acho que esteja mais fraca por querê-lo comigo. Acho que eu simplesmente sei que juntos somos muito melhores e mais fortes. Deixei aquele sentimento me consumir para me encher de força. Eu sabia que ia precisar.


Aterrissamos no Cairo às 17h. O clima estava ameno e o sol já estava quase se pondo. Pegamos um taxi no aeroporto e fomos até o centro da cidade. Quando começamos a andar pelas ruas comecei a me dar conta que o ambiente estava muito parecido com o que eu havia visto durante meu sono. A luz do dia perdendo força e as casas começando a mostrar luz elétrica vinda das janelas. Algo me dizia que o momento que meu bá havia presenciado ainda estava para acontecer. Muito em breve por sinal. Comecei a andar mais rápido e Carter acompanhou meu ritmo sem reclamar. Logo eu estava correndo, sem me importar com o que as pessoas em volta iriam pensar. Quanto mais me aproximava da casa, mais rápido eu corria. O calor do momento era tanto que quando cheguei a porta da casa, fui entrando sem nem bater nem nada. Assustando meus parentes que estavam conversando na sala.


- Zia! - exclamou minha tia Reyna muito surpresa pela minha chegada nada discreta - O que fazem aqui?! - logo em seguida ela deve ter achado que não estava nos recebendo da melhor forma e acrescentou - Quer dizer, é ótimo vê-los aqui, é claro! Mas não estávamos esperando uma visita...


- Essa não é uma visita qualquer tia - respondi prontamente e logo comecei a explicar o que nos fez viajar novamente até o Egito. Reyna ouviu e confirmou que realmente tinha acabado de comentar sobre as ameaças com o marido.


- Temos que estar preparados para quando a invasão acontecer - disse tentando parecer calma - Se quiserem se esconder ou então ir para algum outro lugar. Eu e Carter ficaremos aqui para dar um jeito naqueles bandidos.


- Zia querida, eu agradeço sua preocupação em querer nos proteger - o olhar dela era sincero e afetuoso, tanto que me deixou com um nó na garganta, mas segurei as lágrimas - Mas acredito que saiba que também somos magos, sabemos nos defender. Não precisam ficar só para lutar. Isto é, se algo acontecer. Ainda nem sabemos se as ameaças eram mesmo verdadeiras.


- Mas eu vi! - insisti, pois me recusava a acreditar que eu poderia ter me enganado. Me recusava mais ainda a não ficar para ajuda-los - Vi que alguém estava invadindo a casa. Não consegui distinguir bem quem era ou quantos, mas eu tenho certeza que foi isso que eu vi!


- Zia, acho que pode ser que tenha se enganado - era Carter que falava comigo agora. Ele era cauteloso, como se soubesse que me contrariar não era uma boa ideia. Eu apenas enruguei a testa e estreitei os olhos, então ele se explicou - Veja bem, se a visão que você teve realmente foi do futuro, então não há como saber se quem você viu invadindo a casa foram os magos do caos ou se fomos nós mesmos...


Senti meus pensamentos se retorcerem até minha cabeça dar um nó. Aquilo não seria possível, seria? Eu vira a mim mesma invadindo a casa dos meus tios? Não, não podia ser. Eu teria notado se visse a mim mesma e Carter, não teria? O pior é que eu jurava que a invasão tinha sido feita pela porta da frente, exatamente como nós fizéramos. Droga! Não acredito que eu tinha viajado meio mundo por causa de um ataque que jamais existiu. Por causa de uma visão mal vista. Eu me sentia estúpida naquele momento. No entanto, não me arrependia nem por um segundo de ter vindo tirar a prova. O mais importante era comprovar que eles estavam seguros, e isso já tínhamos acabado de fazer.


- Bem, alarme falso então, pessoal! - falei depois de alguns segundos de silêncio enquanto eu raciocinava. Dei um sorrisinho sem graça em seguida - Desculpa ter incomodado vocês por nada...


- Não incomodaram de maneira alguma - disse Reyna com o mesmo sorriso caloroso de quando nos conhecemos - Ficamos muito agradecidos que tenham vindo até aqui só para tentar nos proteger. Não importa que não tenha sido nada no fim das contas. O que importa é a intenção e fico muito feliz em saber que você não hesitaria em nenhum momento para nos ajudar, querida - ela então me abraçou e fiquei sem reação à princípio, depois a abracei de volta - Eu sempre soube que seria uma garota forte e corajosa como sua mãe - dessa vez não consegui conter uma lágrima que rolou por meu rosto. Mas a enxuguei imediatamente para que ninguém visse.


Infelizmente não havia sido um alarme falso coisa nenhuma. Cerca de cinco minutos depois, quando eles haviam nos levado até a cozinha para nos oferecer um café, a invasão aconteceu. Eram cerca de 5 magos adultos. Meus tios correram para proteger meu primo enquanto eu e Carter lutamos. Felizmente os boatos eram verdadeiros, o grupo não era muito bom no combate. Certamente esperavam pegar uma família desprevenida e não dois magos bem treinados como nós. Não demorou para darmos conta deles. Os deixamos fugir com um aviso de que se voltassem a se meter com aquela família não seríamos mais tão bonzinhos com eles. Deixamos a casa de pernas pro ar com todos os feitiços que lançamos em nossos oponentes. Demos um jeito em tudo com magia também.


Meus parentes nos agradeceram de novo. Eu devia me sentir mais aliviada de as minhas suspeitas estarem certas afinal. Mas não era nenhum pouco reconfortante saber que minha única família do mundo estava sujeita a ameaças daquele jeito. Por isso, naquela noite, eu lhes fiz uma proposta. Na verdade era mais uma sugestão. Disse para virem morar em Nova York conosco, perto da Cada do Brooklyn onde eu poderia mantê-los seguros. Minha tia, porém, não aceitou. Ela disse que não se adaptariam a vida nos Estados Unidos. E disse também que o perigo existia em qualquer lugar. Eu não pude fazer nada senão aceitar a decisão dela. Só pedi para que me deixasse avisar a Casa da Vida, para que mantivessem alguns magos de olho neles. E dessa vez ela é quem teve que aceitar. Antes de irmos embora Reyna me chamou num canto para conversarmos a sós. Achei que ela iria me falar sobre nossa família ou algo do tipo. Mas era um assunto completamente diferente.


- Da outra vez que eu veio aqui não tive a chance de entrar nesse assunto, até porque tínhamos acabado de nos conhecer - ela falava com muito cuidado, como se escolhe bem cada palavra - Mas depois do que aconteceu hoje não temos mais nenhuma dúvida de que somos uma família, não só pelo sangue, mas porque nos importamos uns com os outros. Por isso eu me sinto no dever de conversar com você sobre certos assuntos...


- Que assuntos? - eu realmente não estava entendendo onde ela queria chegar.


- Você sabe... Assuntos que só podemos falar com outra mulher, e de preferência com alguém que seja de sua confiança - fiquei corada na mesma hora que entendi do que ela estava falando - Sei que não é exatamente o ideal, mas no momento sou essa pessoa para você. E quero que saiba que pode ter total confiança para me falar e perguntar qualquer coisa.


- É... er... Não se preocupe, Reyna - gaguejei completamente constrangida - Eu já sei tudo que se precisa saber sobre o assunto. E pode deixar que sei como me cuidar com...


- Eu imaginava que sim - emendou ela quando percebeu que eu não sabia como completar a frase - Mas não estava me referindo somente a isso. Quer dizer, claro que esse também é um ponto importante. Mas o principal é que esteja consciente e segura do que quer. Eu percebi que Carter é um garoto incrível. Sei que para nós Rashid é um pouco difícil demonstrar os sentimentos. Ainda assim costumamos ter muita sorte no amor. E sinto que você encontrou esse alguém especial. Só por ele estar aqui já mostra que é digno do seu amor. Mas devo dizer que quem tirou a sorte grande foi ele. É uma garota maravilhosa, Zia, e nunca deve se esquecer disso.


- Ele também é um garoto maravilhoso - respondi sorrindo, bem mais confortável ao ver que ela não iria entrar em detalhes sobre sexo nem nada disso.


- Tenho certeza que sim - acrescentou Reyna - Vocês dois parecem ter sido feitos um para o outro. E me conforta muito saber que tem alguém como ele ao seu lado. Só o que eu quero lhe dizer é que a vida pode ser um pouco traiçoeira quando amamos demais alguém. O que sentem pode ser forte, mas vocês não estão imunes aos diversos desafios que irão surgir. Você deve saber que, mesmo com toda a pinta de herói, Carter não é perfeito. E cada vez mais os defeitos dele ficarão nítidos. E você terá que aprender a lidar com isso, aprender a aceita-lo como realmente é. E é nisso que deve se ater quando vierem as situações adversas. Não é nos momentos de alegria e felicidade que provamos a força de um amor. É nos momentos de tristeza e dificuldade. Como hoje. Vocês têm tudo para dar certo, e eu aposto que vão dar. Mas saiba que sempre que se sentir perdida ou magoada, terá para onde correr. Estaremos aqui sempre pra você!


Não consegui nem dizer obrigada. Apenas a abracei forte e ficamos assim por um tempo. Eu jamais tinha ouvido aquilo de ninguém. Na Casa da Vida, mesmo que tivesse pessoas queridas que cuidaram de mim, ninguém nunca havia me oferecido aquele tipo de suporte. E eu nunca havia percebido que precisava dele até aquele momento. Acho que eu estava começando a entender o real significado da palavra “família”.


Fomos embora já era tarde e passamos a noite no mesmo hotel em que havíamos ficado da última vez que viemos até o Egito. Mas dessa vez, pegamos apenas um quarto, por opção minha. Carter não comentou nada a respeito enquanto subíamos de elevador. Mas eu percebi sua expressão de expectativa. Era engraçado e fofo ao mesmo tempo. Melhor ainda foi a cara dele quando viu que no quarto havia apenas uma cama de casal. Gostaria de dizer que me senti super confiante depois dos conselhos da minha tia e tudo mais. Mas não foi bem assim. Também não foi um tremendo fracasso. Mesmo assim, tenho certeza que foi a melhor noite da minha vida! Ele não parecia saber muito mais do assunto do que eu, o que me deixou menos intimidada. Nos entregamos de corpo e alma ao que estávamos sentindo e tudo aconteceu naturalmente. Como eu disse, não éramos o casal mais experiente. Mas ficamos a vontade para fazer tudo o que tínhamos vontade e ao terminar era evidente o quanto ambos estavam satisfeitos. Adormeci em seus braços desejando que aquela noite nunca mais acabasse.


Ponto de vista de Anúbis


De todas as emoções humanas que eu já havia experimentado, aquela era de longe a mais intensa. Também era a pior de todas. Como se fosse uma raiva muito grande e ao mesmo tempo mágoa, ressentimento. Eu olhava para os dois e só tinha vontade que pegar o mortal e arremessa-lo pela janela. E não precisava que eu fosse nenhum expert em relacionamentos para saber que aquilo era muito errado. Não havia nada que justificasse minha namorada estar nos braços de outro cara. Só de pensar no que podia estar acontecendo ali já me dava vontade de incendiar metade do Brooklyn. Respirei fundo como se realmente precisasse do oxigênio e fiz uma força tremenda para me concentrar. Eles demoraram um pouco para se tocar e se soltarem um do outro. Sadie estava parecendo muito sem graça, o que me dava ainda mais raiva. Ela certamente não esperava que eu chegasse naquele momento.


- Acho que mereço uma explicação pelo que acabei de ver... - a incentivei, já que ela apenas havia ficado calada me olhando. O novato Augustus nem sequer olhava na minha direção. Devia imaginar que sua vida estava correndo perigo - E então? Estou esperando... Por acaso o gato comeu a língua de vocês?


- Anúbis - falou ela enfim se aproximando de mim - Por favor não fale assim, não aconteceu nada de mais aqui...


- Como quer que eu fale se acabo de ver você agarrada com esse daí? - apontei para Gus - Me desculpe, mas o que eu vi não pareceu nada de mais... - rebati deixando minha raiva transparecer.


- Você está sendo ridículo. Eu apenas tropecei e Augustus me segurou antes que eu caísse. Foi só isso! - explicou ela enfática. Mas aquilo, ainda que fosse verdade, não diminuiu nenhum pouco a minha irritação. Portanto fiquei olhando para ela de cara fechada.


Dentro de mim alguns sentimentos pareciam entrar em contradição. Era muito difícil lidar com tudo aquilo, como os humanos conseguiam? Há alguns minutos eu estava tendo que conter todos os meus instintos e minhas vontades porque achava que precisava proteger Sadie de mim mesmo. Achava que ela não me queria tão perto quanto eu queria estar dela. Havia decidido manter esse afastamento entre nós por tempo indeterminado. E parecia estar dando certo até aquela manhã. Mas então eu saio por algumas horas e quando volto ela já está com outro. Bem, não que ela “esteja” realmente com ele, mas ficou evidente quando cheguei que estavam bem próximos. Aquilo me deixava louco, sério! Pensar que ela poderia gostar de outra pessoa acabava com a minha sanidade. Por isso eu simplesmente deixei os planos antigos de lado e expressei toda minha insatisfação. Ela ainda era minha namorada, afinal de contas!


- P-pessoal, eu adoraria ficar e participar dessa conversa tão agradável - falou Augustus enquanto eu ainda encarava Sadie que também não parecia muito feliz comigo - Mas acabo de me lembrar que tenho que desfazer minhas malas e escolher minha cama. Então vou deixar vocês ai a vontade, ok?...


- Parado ai - falei me voltando para ele e me colocando em seu caminho para impedir sua passagem - Você não vai a lugar nenhum.


O garoto engoliu em seco e seu rosto ficou pálido. Devia estar tremendo de medo. Levando-se em conta que ele já sabia que eu era um deus, era inteligente da parte dele sentir medo. Não que eu fosse mata-lo ali na frente de Sadie ou algo do tipo. Mas existiam muitas outras formas de fazê-lo pagar pelo que fez. O mago balbuciou algumas sílabas sem conseguir completar uma palavra sequer. Era patético.


- Não se preocupe, não vou machucar você, ainda... - falei com a voz mais fria e séria que consegui - Só quero te avisar que se eu vir você perto dela de novo, vai se arrepender de ter vindo para a Casa do Brooklyn.


- Basta, Anúbis! - exclamou Sadie - Augustus, vá pegar suas coisas e peça ajuda de algum dos outros magos para escolher onde você vai dormir. Depois terminaremos a sua iniciação - ele aproveitou a brecha e deu o fora da cozinha rapidamente sem nem se despedir. Ela então voltou a me encarar - Qual é o seu problema?


- Qual é o meu problema? - repeti incrédulo, adotando o mesmo tom alto e acusador que ela - Até onde eu sei quem estava se agarrando com outro cara pelas minhas costas era você!


- Já disse o que aconteceu - retrucou ela ficando com o rosto vermelho - Será que não pode parar de ser tão possessivo e acreditar em mim?


- Não é questão de acreditar ou não - respondi sem saber direito se o que eu estava dizendo fazia sentido ou não. Eu só não podia deixa-la brigar comigo sem falar nada, sendo que eu claramente não era o culpado na história - O problema é que, seja como tenha acontecido, se você foi parar nos braços dele, é porque deviam estar muito próximos. E não precisa nem ser um ser de milhares de anos para achar que é um tempo muito curto para você ter ficado tão íntima daquele otário!


- Você está alucinando, Anúbis! Não fiz absolutamente nada para merecer essa sua atitude - reclamou ela ainda com raiva, mas também parecendo triste - Primeiro foi toda aquela distância e frieza durante o café da manhã, agora isso?! Estou achando que quer me fazer odiá-lo de alguma forma. Mas quer saber?! Não vai conseguir!


E me dando um belo de um empurrão ela saiu da cozinha e foi em direção aos quartos, batendo os pés com força no chão. Fiquei desnorteado. Eu ainda sentia o ciúme me consumindo. Ainda queria acusa-la pelo que fez e ainda queria arrancar a cabeça de Gus. Mas aquelas últimas palavras dela me deixaram confuso. Ela havia percebido então que eu ficara diferente com ela naquela manhã. E mais, estava achando que eu queria fazê-la me odiar por aquilo? Mas de onde ela tirou essa ideia? Senti vontade de ir atrás dela. De tentar conversar e resolver tudo de uma vez. Mas ainda estava muito nervoso e muito perdido com tudo aquilo. Então fiz o mesmo que ela. Fui até o meu quarto e tentei esfriar a cabeça. Desejei ser humano de verdade para poder dormir e descansar a mente. Infelizmente para um deus isso não é assim tão simples. Eu ia ter que contar até 10, até 1000 na verdade. Ia ter que tentar me entender com minha humanidade de uma vez por todas.









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Autor(a): sarahcolins

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