Fanfic: Cocaine - Vondy | Tema: Rebelde

Acordei com uma puta dor de cabeça, não tinha bebido nem nada, e aquela dor do satanás tinha chegado. Bufei colocando o travesseiro na cara. Tenho para mim que era umas 10hrs, não iria olhar se era mesmo pois estava com preguiça. Não iria sair da cama para nada exceto comer. Era final de semana, eu iria sair da cama para quê? Já basta ter acordado cedo, podendo acorda de 14hrs.

Sentir um cheiro bom vindo da cozinha, a Ama tinha feito algo. Agradeço a Deus por ter ela, ou morreria de fomer. Sentei na cama e olhei para o relógio. Eram 11hrs e 10 minutos. Não era 10hrs, tinha me enganado. Mas tanto faz, eu tinha que acordar mesmo nessa droga. Espreguicei-me na cama. Poderia morrer na cama, não ia me incomodar. Existe coisa melhor que a cama quentinha? Comida!! 

- Dulce!! – Gritou Ama. – A comida ta pronta.

- Ta certo, já desco.

Levantei-me com dificuldade e caminhei até o banheiro. Fiz minha higiene, me despir e entrei embaixo do chuveiro. Hoje tinha que ir resolver um négocio, na faculdade. Tinha sido aceita em uma, e tinha que deixar uns papeis. Fiquei feliz por conseguir entrar na faculdade, finalmente estava começando dar tudo cedo. Meu sonho de ser cantora estava a caminho, bastava eu espera. Terminei o banho, vestir minha calça jeans preta, um coturno de mesma cor, uma blusa branca e por fim, minha jaqueta azul, desci para a cozinha.

- Bom dia meus amores.  – Olhei e vi que só estava a Ama.  – Cadê o Pedro? – Falei sentando na cadeira.  

- Saiu, foi chamado para uma entrevista de emprego.  – Falou Ama colocando a comida da mesa.

- Sério?  – Perguntei ajudando a mesma.  – Fico feliz por ele.

- E eu fico feliz por os dois!  – A mesma se sentou.  – Falta o que para a faculdade mesmo?

- Só uns papeis. Se tudo der certo eu começo próxima semana.

- Vai dar Dulce.

- Espero! 

Ficamos conversando enquanto comíamos. Depois me despedir da mesma e peguei um táxi para a faculdade. Precisava de um carro, essa vida de táxi já estava me irritando. 

A Ama era como uma mãe para mim, a mãe que eu nunca tive. Que dizer, tive, mas digamos que não foi a melhor das mães. A Ama conseguiu ser muito melhor que a minha mãe biológica. Ela pode não ter me carregado 9 meses na barriga, mas para mim ela carregou sim. Ela me ajudou bastante quando estava naquela vida, e mesmo que eu negasse a ajuda dela milhões de vezes, ela ainda estava ali. Nunca me abandonou, sempre insistiu para que saisse daquela vida, e por fim ela conseguiu me tirar dela. Para alguém de 29 anos, que podia estar fazendo o que quisesse da vida, cuidar de dois idiotas como eu e o Pedro, era muita responsabilidade. Uma responsabilidade que ela sabia muito bem segurar.

Cheguei na faculdade, e pu/ta merda era enorme. O campus com o gramado verdinho, que dava vontade de deitar e nunca mais se levantar dali. Os prédios tinham 4 andares, e eram prédios velhos. O lugar era lindo e eu não podia descrever como. 

- Dulce?  – Alguém chamou minha atenção. Virei-me.

- Sim.  – Sorri. 

- Sou a sua guiar aqui na faculdade.

- Ah sim. Um minuto.  – Paguei o taxista e fui até a senhora que aparentava ter seus 40 anos. Ela tinha longas madeixas loiras, os olhos eram verdes e usava um terno marrom.  

- Vamos?  – Perguntou.

- Vamos.  – Sorri e seguir a mesma.

- Aqui é os quartos dos alunos que dormem aqui na faculdade, mas não é obrigatório dormir. Os quartos são divididos, nesse prédio é o das meninas e no outro o dos meninos. E proibida a entrada de meninas nos quartos dos meninos e os meninos nos quartos das meninas. Se pegarem podem ser expulsos.  – Veadagem, até parece que os meninos não entram aqui. Por favor né.  – Biblioteca, e todo tipo de sala ficam no terceiro prédio. O quarto prédio é a diretoria. Entendeu?

- Sim.  – Não, explique novamente.

- Trouxe os papeis que pediram?

- Sim, ta aqui.  – Amostrei a mesma.

- Ótimo.  – Ela pegou. – É só isso mesmo. Você começa segunda, as 13hrs já esteja aqui. 

- Hm, ok!

- Passa bem Dulce. – A mesma saiu dali como se estivesse correndo. Rídicula! 

Andei um pouco mais para conhecer a faculdade, depois fui até o campus e sentei.

Eu não entendo, simplesmente não entendo, e também não me entendo, não me compreendo, é um mar de confusão sem fim. Desde que nasci, até os dias de hoje, ainda não me conheço bem, não sou alguém definível em poucas palavras,  sou confusa até pra mim, mutável e esquecida, não me lembro de muitas coisas de antes dos meus 10 anos, e o que lembro não é tão bom quanto uma infância deveria ser, tenho medo que ao ficar mais adulta isso continue, nada tão bom quanto deveria, existindo nesse mundo sem viver como queria, apenas existindo, sendo alguém que nem eu mesma compreendo. Sou aquela mistura de mulher e menina entre o ser e o não ser. Tem dias que acordo mulher, decidida da vida, decidida do que sou, decidida do que quero ser e decidida de pra quem sou. Tem dias que acordo menina, com dúvida de tudo que me faz mulher. 

Levantei-me com preguiça. Poderia ficar ali o resto da vida, mas não dava. Tinha chamado o táxi já, estava só esperando chegar.

- Oi? – Uma garota loira, com um belo par de olhos azuis penetrantes.

- Oi! – Sorri. – Tudo bem?

- Sim, e contigo?

- Tudo.

- Caloura? – A mesma perguntou.

- Sim, você também?

- Não. – Ela sorriu timida. – Tou a um ano aqui. Me chamo Anahí. – A mesma me puxou e deu dois beijos na bochechas. Veadagem. – E você, como se chama?

- Prazer Anahí!! Me chamo Dulce. – Completei. – María.

- Prazer Dulce. Vai ficar hoje aqui?

- Não! Vou só estudar mesmo, não ficarei na faculdade.

- Entendo. Tudo bem então, foi um prazer te conhecer.

- Idem Anahí.

- Tchau!

- Tchau!